Leonardo Morais tem uma rotina dinâmica. Ele é assistente de projetos – cargo de liderança – da Granite, empresa americana com sede em Tampa, na Flórida. Leonardo se divide entre atividades no Rio Grande do Norte, onde a Granite possui sua maior equipe de serviços a nível de Brasil, e nos outros estados em que a empresa atua, além do escritório brasileiro, em São Paulo. A cada semana ele está em um lugar diferente.

Ainda assim, conseguiu um espaço do seu tempo para compartilhar com a gente a sua trajetória de sucesso, com o objetivo de motivar a inserção de outros estudantes do IFRN no mercado de trabalho. Leonardo é tecnólogo em Energias Renováveis pelo Campus João Câmara do Instituto. Ele ingressou naquela que seria a primeira turma do curso, em 2012.

A TRAJETÓRIA NO IFRN

Mas a história de Leonardo com o IFRN começou antes disso. Ele fez o curso técnico em Comércio pelo Campus Natal-Zona Norte. Como resultado dos conhecimentos e aptidões adquiridos, ele e Hallyson Almeida, colega de curso, foram contratados por uma empresa que prestava serviços de armazenagem inteligente para a Ambev. Estavam bem nos cargos que ocupavam, mas decidiram que queriam mais e foram fazer o ENEM, em busca de uma outra formação. “Fomos pesquisar e vimos que estava sendo lançado o curso de Energias Renováveis no Campus João Câmara. Morávamos em Natal, mas vimos uma oportunidade ali. A área só crescia e necessitava de profissionais qualificados. Nos inscrevemos juntos e fomos selecionados”, explicou Leonardo.

Logo eles conseguiram um estágio, na empresa alemã Netzsch, que fabrica e comercializa bombas helicoidais (fazem a sucção do petróleo) e tem como seu principal cliente a Petrobras. A rotina era puxada. O estágio era pela manhã, em Natal, e as aulas à tarde, em João Câmara. Após 6 meses, a empresa queria contratá-los, mas os estudantes decidiram recusar o convite a fim de concluir o curso. “Se assumíssemos o emprego, teríamos de deixar o curso, que exige bastante estudo e dedicação. Nossa escolha foi nos mudarmos para João Câmara e assim nos dedicarmos mais ao IFRN. Abdicamos de muita coisa. Tínhamos o objetivo muito forte de concluir o curso e conseguir um trabalho na área”, revelou. Depois disso se juntaram a outro colega, alugaram uma casa e se mudaram para João Câmara. Com isso, teriam mais tempo para os estudos. 

A CONTRATAÇÃO

A escolha não poderia ter sido mais acertada. Pouco tempo depois de concluir Energias Renováveis, os responsáveis pela Granite entraram em contato com o então coordenador do curso, o professor Alexandro Vladno, em busca de indicações de estudantes para uma seleção de funcionários. “O gerente da empresa nos procurou e disse: olha, Vladno, os alunos vão ter que aceitar um desafio inicial que é trabalhar em um serviço mais mecânico porque eles não têm experiência, mas à medida que eles forem adquirindo experiência eles vão conseguir galgar patamares maiores”, comentou.

Leonardo tinha concluído o curso há pouco mais de 2 meses e já foi contratado pela empresa. Pouco tempo depois foi a vez de Hallyson. Eles começaram como assistentes de manutenção júnior, fazendo manutenções preventivas e corretivas em aerogeradores. Juntos com Nagdiel Saraiva, técnico em Eletrônica pelo Campus João Câmara, formaram a primeira equipe brasileira em serviços da Granite, que já atuava no país na área de projetos. No ramo de eólica no Brasil, a Granite presta serviços para a General Eletric (GE). Em outubro de 2015, com cerca de 3 meses na empresa, Leonardo recebeu o convite para gerir a equipe no RN, fazendo o elo entre o escritório em São Paulo e os funcionários do estado. Hoje ele monitora todas as obras do Brasil em que a Granite está presente. "A equipe do RN ainda é maior. Dos 18 funcionários, 8 são ex-alunos do IFRN, dos cursos do curso superior em Energias Renováveis e do técnico em Eletrotécnica", acrescentou. 

Leonardo auxilia um trabalho que há pouco tempo foi a ponte para que ele entrasse na empresa: a seleção de funcionários. Ele conta que, apesar da tão falada crise econômica brasileira, as perspectivas são boas. “Depois da crise sempre vem uma avalanche de oportunidades. Acabamos de contratar 10 funcionários, para Ceará, Piauí e Pernambuco. A gente sempre está procurando os alunos dos Institutos Federais. Eu sei o que é ser um aluno do Instituto, sei a bagagem que a gente traz. A parte teórica o estudante já domina, o que precisamos é unir a teoria com a prática. Nesse sentido, o diferencial é a pró-atividade. Avaliamos se é uma pessoa responsável, organizada e se tem bom relacionamento interpessoal. A parte técnica a gente pode treinar, essas outras questões são mais difíceis”, concluiu o tecnólogo pelo IFRN.

START IFRN

Leonardo é uma das inspirações para o "Start - evento de promoção ao estágio no IFRN", que será promovido de 8 a 18 de agosto, pela Pró-Reitoria de Extensão, em todos os campi do IFRN. O objetivo é promover a inserção dos estudantes do Instituto no mercado de trabalho, com a realização de palestras, rodas de conversa, visita a empresas e outras ações.