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Natureza

Beija-flor florindo o câmpus

Família do Câmpus Caicó ganha novo membro

Publicada em 16/05/2013 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Beija-flor com poucos dias de vida no IFRN - Câmpus Caicó

Por André Alves

Era uma vez um pé de pinha e seus galhos próximos a uma parede e um telhado que impede o sol de banhá-lo o dia todo. Um pé de pinha destinado ao raquitismo por causa do espaço que lhe é tolhido e da parede que cerceia sua busca de liberdade, ao impedir que seus galhos ignorem direções. Arvorezinha sem outras para acompanhá-la nas festas das madrugadas, nos beijos calorosos de uma brisa que na maioria das vezes se apresenta em altos graus de febre e na escuta de segredos e risadas de gente que lota uma cantina nas proximidades.

Era uma vez um ninho de beija-flor, coisinha diminuta, com dois ovos depositados e uma mamãe com jeito de brava. Sem pedir licença, permissão ou coisa do gênero, e se recusando preencher algum formulário entregue pelo setor de protocolo, tomou posse de um galho do pé de pinha e sem a menor cerimônia construiu o ninho. Ignorou se tratar de uma área pertencente à União, terreno ocupado por uma edificação cheia de falhas arquitetônicas.

Trata-se, certamente, de um pássaro perigoso, elemento de natureza subversiva, agitador contumaz, bandoleiro de manhãs e tardes vagabundas. Seu discurso sem palavras contagia e agita quem, abestalhado, fica admirando um bater de asas que não são vistas e imaginando que logo, logo, dois novos beija-flores sobrevoarão o galho, gostarão de absorver os ares e partirão rumo ao que os sonhos ditam.

A presença do ninho em uma área tão movimentada do câmpus Caicó, de tão arrojada e audaciosa, aponta que ao se tomar posse de algo é preciso, mais do que nunca, cativar. Também esperançar. Beija-flor florindo uma florida esperança. E esperança, quando lançada, desconhece fronteiras, alicerça horizontes, desenha na tela da existência o porvir que se quer, porque o porvir que se quer é um ainda-não que teima, caprichosamente, alimentar a ânsia da espera.

E nós,imersos na espera de novos beija-flores, nem percebemos, às vezes, que outros beija-flores, a lotar salas de aulas, nos compartilham expectativas e se tornam cada vez mais prontos a partir rumo ao que os sonhos ditam.

Palavras-chave:
extensao

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