O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) tem fortalecido, cada vez mais, suas ações voltadas à internacionalização da educação pública. Em 2025, três egressos e um estudante do Campus São Paulo do Potengi foram contemplados com bolsas de estudo para programas acadêmicos na Europa, Ásia e América do Norte. As conquistas refletem o protagonismo dos estudantes e o compromisso institucional em oferecer oportunidades que ultrapassam fronteiras e conectam o IFRN ao mundo.

Sementes que cruzam o oceano

Karen Luiza concluiu o curso técnico integrado em Meio Ambiente no Campus São Paulo do Potengi e foi selecionada para cursar Ciências Ambientais na Universidad de Jaén, na Espanha. A bolsa foi concedida pela Embaixada da Espanha, como parte da premiação recebida pelo campus por seu desempenho no ensino de espanhol.

Segundo Karen, a experiência representa uma forma de dar continuidade à sua formação e de expandir perspectivas: “é interessante levar o que aprendi no IFRN para outro país e ver como as ciências ambientais são tratadas em contextos diferentes. Aqui, trabalhamos bastante com distribuição de água e gestão de resíduos. Lá, quero entender outras demandas e pensar como adaptar e trocar experiências”.

A estudante participou de ações institucionais voltadas à internacionalização, as quais considera fundamentais para despertar o interesse e preparar jovens da comunidade acadêmica para processos seletivos internacionais.

Linhas e pontes entre dois mundos

Jefferson Kauan também foi contemplado com uma bolsa de estudos da Embaixada da Espanha e se prepara para iniciar o curso de Engenharia Civil na Universidad de Jaén. A escolha da graduação está alinhada à formação técnica que desenvolveu no IFRN, no curso de Edificações, e à sua atual experiência profissional na área: “trabalhar com engenharia fora do país é uma oportunidade de conhecer novas tecnologias, como o uso do BIM. Quero aprender o que eles desenvolvem, mas também mostrar o que vivenciei aqui. O IFRN me apresentou ferramentas modernas, que despertaram em mim a vontade de ir além”, disse.

A seleção de Jefferson, assim como a de Karen, ocorreu por meio da premiação “Colégio do Ano em Espanhol”, concedida ao Campus São Paulo do Potengi. Como parte do reconhecimento, a instituição foi contemplada com vagas para graduação na Espanha. Os dois jovens participaram de processos seletivos internos e externos, passando por diferentes etapas até a aprovação final.

Voar também é se encontrar

Ruan Cordeiro, egresso do curso técnico integrado em Informática para Internet, foi aprovado no The Flight School Fellowship, programa sediado nos Estados Unidos que reúne jovens de diferentes partes do mundo. A iniciativa propõe uma jornada de oito meses marcada por vivências educativas, interculturais e de autoconhecimento.

A seleção envolveu o envio de redações sobre sua trajetória, a escrita de uma carta para o próprio "eu do futuro" e sobre os países que gostaria de conhecer durante o programa, além de entrevistas em inglês: “quando recebi o e-mail dizendo que fui selecionado, não consegui conter a emoção. É uma oportunidade que vai além da sala de aula, porque me desafia como pessoa”, contou. Para Ruan, a formação no IFRN teve um papel essencial: “mesmo depois de concluir o curso, continuei buscando caminhos e acreditando que seria possível. A estrutura que o Instituto oferece nos prepara para pensar além dos muros da escola”.

Um projeto que atravessa continentes

Lucas Lima, estudante do curso técnico integrado em Informática para Internet, conquistou uma vaga no colégio internacional UWC Li Po Chun, em Hong Kong, integrante da rede United World Colleges. Ele foi o único potiguar aprovado no processo seletivo nacional, que contou com diversas etapas eliminatórias, entre provas, entrevistas e vivência presencial em São Paulo.

Com passagem anterior pelo programa Passaporte IFRN, Lucas apresentou como proposta o projeto “Internacionalizando a Região do Potengi”, voltado à divulgação de oportunidades internacionais para escolas públicas da região. Para ele, a experiência confirma que a educação pública pode ampliar horizontes: “a maioria dos jovens nem imagina que essas oportunidades existem. Mas é possível sim, principalmente quando temos uma base como a do IFRN”, destacou.

Raízes no Potengi, passos pelo mundo

As histórias de Karen, Jefferson, Ruan e Lucas são exemplos de como a educação pública pode ser um trampolim para experiências globais. Cada um deles percorreu seu próprio caminho, mas todos compartilham um ponto em comum: o IFRN como origem de suas conquistas.

O que une essas trajetórias é a convicção de que o conhecimento transforma vidas, especialmente quando cultivado em ambientes que estimulam o protagonismo juvenil, a curiosidade e a conexão com o mundo. Em 2025, os jovens cruzarão oceanos e culturas, levando consigo o compromisso de retribuir, inspirar e construir pontes entre o local e o global. O IFRN segue sendo parte essencial dessa travessia.