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Inclusão

IFRN é o primeiro Instituto a sediar Festival Paralímpico

Evento aconteceu durante a Etapa Nordeste dos Jogos dos Institutos Federais

Publicada por Max Praxedes em 11/10/2023 Atualizada há 7 meses, 1 semana

De 25 a 30 de setembro deste ano, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) recebeu, mais uma vez, a etapa Nordeste dos Jogos dos Institutos Federais (JIFs), que foi marcada pela coletividade e pelo espírito esportivo. A realização, pela primeira vez, do Festival Paralímpico, é um exemplo disso.

O Festival Paralímpico, um evento desportivo composto por competições de várias modalidades esportivas, adaptadas para possibilitar a participação de estudantes-atletas com deficiência, é resultado de um trabalho para além da busca por medalhas: foi uma oportunidade de promover a inclusão social e dar protagonismo a atletas com diferentes tipos de deficiências dos Institutos Federais.

Inclusão na prática de atividades esportivas

De acordo com o regulamento do evento, o esporte caracteriza-se como uma grande oportunidade para estudantes-atletas com deficiência, de modo a praticar uma atividade física, deixando o sedentarismo e o isolamento social. Pessoas com deficiência podem sofrer com as barreiras arquitetônicas e atitudinais decorrentes da falta de estruturas físicas dos centros urbanos não adaptados, que interferem nas condições individuais básicas de mobilidade necessárias para vida cotidiana, onde muitas vezes dificultam ou impedem a realização da prática de exercícios físicos.

"A inclusão social proporcionada pela possibilidade da prática esportiva provoca a modificação da sociedade para que o atleta com deficiência tenha condições de se desenvolver socialmente, de forma que possa exercer sua cidadania. O esporte adaptado tem um potencial transformador na sociedade, tendo em vista que se trata de um espetáculo que traz à tona aspectos como: superação dos limites dos indivíduos; a resiliência e adaptação da pessoa às variadas realidades; a visibilidade de toda potência existente na pessoa com deficiência para a prática esportiva"; entre outros, diz o texto do regulamento.

"Um passo à frente da educação para um mundo mais inclusivo"

“A experiência de ter participado do Festival foi muito boa, acredito que eventos como esse devem ser cada vez mais difundidos para que os atletas paraolímpicos se encontrem capazes de fazer a diferença e ser exemplo para os outros. Não é fácil se desafiar, mas acredito que esse é o primeiro passo. Nossa instituição tem um papel fundamental nisso”, disse Bianca Maria, aluna de Engenharia Sanitária e Ambiental do Campus Natal-Central do IFRN.

Para o atleta João Felipe Alves, estudante do Curso Técnico em Administração, também do Campus Natal-Central, participar dos Jogos foi uma experiência que proporcionou diversão e integração com alunos de outros Institutos: “Acredito que é muito importante a iniciativa de incluir o esporte paralímpico nos IFs, isso significa um passo à frente da educação para um mundo mais inclusivo e acessível para as pessoas com deficiência. Eu acredito muito nessa visão, a de um mundo onde pessoas com deficiência são mais aceitas e valorizadas”, explicou. O estudante lamenta que a ação não tenha chegado à etapa nacional dos jogos: “Infelizmente, essa iniciativa tão incrível apenas chegou a nível nordeste, no âmbito dos Institutos Federais. Desejo muito que isso melhore”, ressaltou.

Festival Paraolímpico - JIFs (2023)

"Apesar de uma limitação, é possível vencer barreiras"

Para o professor Jonas Sobrinho, coordenador do Festival Paralímpico, a ação foi uma importante iniciativa dos organizadores da Etapa Nordeste dos JIFs, com uma programação integrada ao programa de modalidades convencionais dos Jogos, oportunizando a vários estudantes a vivência do paradesporto e a interação com os estudantes dos mais diversos estados da Região Nordeste: "Destaco o pioneirismo deste formato integrado, que diferente de outros eventos esportivos, não segregou os estudantes em virtude das suas diferenças, mas deu oportunidade da participação de todos. Os estudantes fizeram uma grande festa. Pude observar também, a presença do trabalho e dedicação dos professores de Educação Física e dos profissionais dos NAPNEs - Núcleos de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas - dos mais variados estados da região e perceber a importância do trabalho de cada um na promoção destes estudantes. O sentimento que fica é que Festival Paralímpico veio para ficar, e a certeza, expressas pelas falas da maioria dos participantes, que teremos nas próximas edições, um aumento do número de participantes e também, a realização de edições locais em vários estados da região nordeste. São os IFs cumprindo com sua função social e garantindo a todos os seus estudantes o acesso a uma educação integral onde o esporte, a cultura e a ciência, deve ser para todos", enfatizou.

"O esporte paralímpico é de suma importância no processo de socialização das pessoas com deficiência. É importante porque tem o acolhimento, tem a inclusão e a quebra dos limites dos próprios alunos. O desafio é tornar essa prática acessível a um maior número de estudantes-atletas com deficiência. Desde o ano passado, nos Jogos Intercampi, temos promovido essa inclusão, principalmente nos esportes individuais. Devido às múltiplas deficiências, enfrentamos dificuldades em categorizar os participantes nas modalidades coletivas. Os festivais mostram para esses alunos e alunas que, apesar de uma limitação, é possível vencer barreiras, que é uma das nuances que o esporte traz. O primeiro passo foi dado pelo IFRN desde o ano passado, quando a gente incluiu o festival de atletismo. A ideia é que possamos expandir para as competições do próximo ano", disse o reitor do IFRN, professor José Arnóbio.

Palavras-chave:
Inclusão
Jogos dos Institutos Federais
Esportes
Festival Paralímpico

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