Esclerose Lateral Amiotrófica
Egressa participa do desenvolvimento de um dispositivo para diagnóstico precoce da ELA
O dispositivo é fruto de sua dissertação de Mestrado na UFRN
Publicada por Cecilia Alves em 28/01/2025 ― Atualizada em 29 de Janeiro de 2025 às 11:09
Ana Paula Mendonça Fernandes, egressa do do curso Técnico de Nível Médio Integrado em Mecatrônica do Campus Parnamirim, fez parte do desenvolvimento de um dispositivo que promete facilitar o diagnóstico precoce da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O projeto é fruto de sua dissertação de mestrado na área de Fisioterapia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e é orientado pela professora Ana Raquel Rodrigues Lindquist.

O desenvolvimento do projeto envolve um grupo multidisciplinar de 16 cientistas, uma parceria institucional entre a UFRN, Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), o Hospital Universitário Onofre Lopes e o Instituto Santos Dumont (ISD). Segundo a estudante, as parcerias foram necessárias para que a iniciativa alcançasse bons resultados. “Quando a gente viu o quão grande ele era e o quão era importante entregar o projeto para sociedade, não tínhamos como trabalhar sozinhas. A dissertação é minha, mas tiveram muitas mãos para que o projeto desse certo”, explica.
Desde o início da minha graduação - fisioterapia - eu queria um projeto com tecnologia, eu também queria utilizar minha formação - técnica em Mecatrônica - em minha prática clínica como Fisioterapeuta. Não queria deixar o que aprendi no IFRN apenas no diploma
Motivada a integrar os conhecimentos adquiridos no curso técnico à graduação, Ana Paula decidiu participar das atividades do LAIS. Na época de seu ingresso no laboratório, estava em andamento o projeto revELA, uma iniciativa voltada ao desenvolvimento de tecnologias assistivas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes com ELA. Foi nesse contexto que Ana Paula começou a se aprofundar nos estudos relacionados à doença. "É uma condição rara, com características bastante peculiares e diagnóstico tardio", destaca a mestranda.
Através de estudos de dados neuromusculares e com o processamento dessas informações, foi possível identificar biomarcadores que caracterizam uma pessoa saudável e uma pessoa com ELA. No entanto, o dispositivo utilizado para a coleta de dados não era acessível. Apesar dos bons resultados, sua implementação em clínicas e no Sistema Único de Saúde (SUS) era impraticável. A partir desse impasse, surgiu o projeto de mestrado de Ana Paula.
Hoje eu vejo o quão transformador foi o IFRN, o quão foi importante ter a visão de que a tecnologia integra múltiplas áreas. Esse olhar que o IFRN me deu anos atrás me permitiu, hoje em dia, enxergar de forma completamente diferente o cuidado às pessoas com deficiência.
Sobre o dispositivo

A tecnologia permite o monitoramento contínuo da progressão da ELA, contribuindo para intervenções mais precisas e adaptadas às necessidades dos pacientes em diferentes ambientes.O sistema é portátil, de baixo custo e não invasivo.O dispositivo objetiva a integração no SUS para facilitar o diagnóstico e tomada de decisões terapêuticas.
O invento já foi submetido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em novembro de 2024 para garantir a proteção intelectual e industrial.

Ana Paula relata que fazer parte do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) proporcionou uma abordagem distinta em sua trajetória acadêmica e uma contribuição expressiva para sua formação.
- Palavras-chave:
- Reconhecimento Inovação Egressa Campus Parnamirim