Com a publicação, no último dia 20, do plano de medidas de proteção e redução de riscos no âmbito do IFRN para enfrentamento da emergência de saúde pública nacional, decorrente do novo coronavírus (Covid-19), pelo Conselho Superior (Consup) do Instituto, os servidores, quase em sua totalidade, passaram a trabalhar remotamente, o chamado home office.

Mas como estabelecer uma rotina produtiva em meio a tantas incertezas e em um ambiente que não foi projetado inicialmente para este fim, ainda mais para quem mora com outras pessoas? A psicóloga do Campus Margareth Pinheiro explica que é fundamental haver um planejamento da rotina de trabalho e considerar que, neste momento de isolamento social, estar no mesmo ambiente com toda a família exige novos aprendizados.

"Como as pessoas não podem sair de casa e arejar a mente quando ficam cansadas da presença do outro, a convivência obrigatória no mesmo espaço pode gerar estresse. Contudo, essa proximidade física não precisa ser vista apenas pelo lado da dificuldade, mas também como oportunidade de sentar, aprender a falar e ouvir, e testar habilidades de convivência pessoal, um pouco abandonadas nesta era dos relacionamentos virtuais”, detalha. Segundo ela, é importante também não ficar de pijama o dia todo ou ficar sem horário certo para despertar. "É essencial colocar o despertador para acordar, trocar de roupa e iniciar as atividades planejadas para o dia", orienta.

A profissional destaca ainda a importância de diversificar as atividades de rotina. "As pessoas podem incluir estudo, leitura, limpeza da casa, exercícios físicos, lazer e convivência com a família, com horário definido para cada coisa".

Crianças em casa

Quem tem filhos pequenos enfrenta um desafio extra para exercer o home office. Nesse sentido, de acordo com a psicóloga, é fundamental pedir o apoio de quem está em casa, dialogar sobre a importância de poder exercer o teletrabalho e combinar com todos, inclusive as crianças, que, para se ter um rotina proveitosa, é necessário o compromisso de toda a família. "Uns terão mais dificuldade que outros para colocar isso em prática, por isso deve haver respeito entre todos para que tudo dê certo", explica.

Margareth ressalta ainda que a quarentena é uma boa oportunidade para ensinar às crianças a importância de se ter um rotina. "Se nunca houve rotina ou foi seguida pela família, estes dias em casa serão únicos e muito preciosos para começar a viver de forma mais organizada. Vai dar trabalho organizar, começar a fazer, pôr limites nas crianças e em si mesmo, mas vale à pena. Vamos poder sair desta pandemia com um novo aprendizado na bagagem", sugeriu.

O Campus e o teletrabalho

Desde a suspensão das atividades no IFRN, no dia 18, os servidores têm buscado se adaptar aos desafios do teletrabalho. Um deles é o professor Paulo de Tarso Braga, que encara o home office durante a quarentena como chance para aprender e seguir produzindo. "A experiência de estar trabalhando em casa de forma remota nos traz outras oportunidades, como aprender a lidar com ferramentas inovadoras de reuniões online sistemas de troca de mensagens rápidas e acesso à ambientes virtuais de aprendizagem para interagir com os estudantes", afirmou.

No Campus, vários encontros virtuais acontecem desde a interrupção das atividades presenciais na Instituição. Além dos grupos de Whatsapp, já usados para discutir informações de trabalho, os servidores passaram a utilizar aplicativos para conectar equipes, com recursos como teleconferência, gravação de reuniões, envio de mensagens de texto, armanezamento de arquivos e agendamento de novos encontros: tudo em um único espaço de trabalho compartilhado.

Nesse contexto, já houve, nos últimos 15 dias, reuniões de gestão, encontros administrativos-pedagógicos, discussões entre membros de comissões de eventos, esclarecimentos aos servidores e planejamento de ações de combate ao coronavírus e de organização de plano de trabalho remoto.