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LICENCIATURA

Grupo aposta na produção de conteúdo virtual em tempo de pandemia

Rotina dos professores de Licenciatura inclui reuniões e ações de ensino, pesquisa e extensão

Publicada em 08/07/2020 Atualizada há 1 ano

Membros do grupo, assim como Luís, de Inglês, passaram a utilizar redes sociais e ferramentas virtuais para interagir com estudantes

Com a publicação, no dia 20 de março, do plano de medidas de proteção e redução de riscos no âmbito do IFRN para enfrentamento da emergência de saúde pública nacional, decorrente do novo coronavírus (Covid-19), pelo Conselho Superior (Consup) do Instituto, os servidores, quase em sua totalidade, passaram a trabalhar remotamente, o chamado home office.

Desde o início desse novo regime de trabalho, os professores do grupo de Licenciatura em Informática do Campus discutem remotamente estratégias para produção de conteúdo para os estudantes da graduação, ao passo que buscam conciliar o dia a dia de estudos, pesquisas e reuniões com os desafios do isolamento social. 

 

Rotina nossa de cada dia

Embora não seja uma tarefa fácil, o grupo busca, em tempos de pandemia, adaptar-se aos desafios do teletrabalho. Nesse contexto, para dar conta dos compromissos, a equipe aposta no planejamento, no diálogo e no espírito colaborativo. "O momento que estamos vivendo é desafiador, pois tudo é novidade. Minha rotina tem sido até mais intensa que antes da suspensão do calendário, pois além das atividades remotas da coordenação do curso, percebo cada vez mais que o momento de crise pode ser transformado em oportunidade de nos aperfeiçoarmos como profissionais da educação", revelou o professor Francisco Júnior, atual coordenador do curso de licenciatura.

Na sua visão, o trabalho em equipe é essencial para seguir estimulando a participação dos estudantes durante a quarentena. "Temos procurado discutir e analisar com os colegas os desafios que estão pela frente, tanto nesse período ainda sem aulas, buscando manter o contato e a motivação dos estudantes, como quando o calendário acadêmico for retomado, pois a pandemia tem apresentado inúmeras questões e reflexões sobre a educação e a tecnologia, que são as áreas que lido diariamente", explicou.

Como exemplo, além de reuniões sistêmicas dos órgãos colegiados do IFRN (Codir, Consup e Consepex), pedagógicas e de eventos locais (como a Semana de Ciência e Tecnologia) de que participa, o profissional, assim como todos os membros do grupo, deu sequência às atividades virtuais de pesquisa e extensão. Com as aulas presenciais suspensas, Francisco coordenou um projeto de ensino por intermédio do qual já realizou 12 webinários sobre temas relacionados à educação e tecnologia. "Passamos a fazer postagens regulares no perfil da Licenciatura em Informática no Instagram e criamos o canal do curso no YouTube, onde temos postado os seminários virtuais", comentou o professor.

Nesse período, o profissional buscou também se matricular em cursos de extensão universitária e de curta duração online, tanto de tecnologias como de temas relacionados à educação, além de cursar Licenciatura em Formação Pedagógica e Especialização em Tecnologias Educacionais e Educação a Distância, desde o início de 2020. "Minha intenção é, em breve, ofertar alguns cursos online aos estudantes e à comunidade externa".

 

Produção de conteúdo e interação durante a pandemia

Com temáticas variadas, transmissões ao vivo oferecem um cardápio diversificado durante a quarentena. Nesse sentido, como parte da estratégia de tratar de conteúdos relacionados ao que é ensinado em sala de aula, o professor de Inglês Luís Ferdinando Patriota tem realizado lives na conta oficial do Campus e no seu perfil pessoal no Instagram. No período, o educador utilizou ferramentas de aprendizado como o "Kahoot!" – plataforma baseada em jogos, usada como tecnologia educacional em escolas e instituições de ensino. "O game, cujo acesso pode ser feito por meio de navegador da web ou do aplicativo para smartphone, baseia-se em testes de múltipla escolha que facilitam a aprendizagem do idioma", explicou Luís. 

O trabalho remoto também ocupa parte da rotina diária do professor de Matemática Thiago Valentim. Durante o isolamento social, o profissional passou a postar em seu blog análises gráficas da evolução da Covid-19 e discutir assuntos relacionados à pandemia. "Comecei a postar conteúdo em abril, com o propósito de usar meus conhecimentos de Data Science (Ciência de Dados) – estudo disciplinado de dados e informações inerentes à análise de dados econômicos, financeiros e sociais, a fim de prever cenários futuros – com dados disponibilizados pela Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, e pelo Ministério da Saúde", comentou Valentim. Nesse período, ele ministrou ainda palestras online sobre a análise exploratória de dados epidemiológicos, promovidas pelos Institutos Federais do Piauí (IFPI) e de Goiás (IFG), voltadas à compreensão da evolução do novo coronavírus ao longo do tempo.

Ao passo que pesquisa e compartilha conhecimento sobre a doença, o professor divide suas atenções em várias atividades, agora adaptadas ao ambiente virtual, como a preparação de um grupo de alunos para as etapas da Olímpiada Brasileira de Matemática das Escola Públicas (OBMEP) desde ano, adiada para setembro. "Criamos um grupo de WhatsApp para discutirmos questões relacionadas à competição, do qual participam os professores da disciplina e os alunos que gostam da matéria ou nela se destacam", disse. Além das reuniões administrativas, pedagógicas e de grupos, o educador buscou se capacitar para produzir videoaulas, concentrar-se na produção de artigos científicos e planejar aulas para turmas de nível médio e superior.

 

Engajamento social a serviço da informação

Diretor-geral eleito para a gestão 2020-2024, Edmilson Campos passou, no ano passado, a utilizar mais as redes sociais para se comunicar com a comunidade escolar e ficou impressionado com o resultado positivo. Animado com o engajamento em suas redes sociais, começou, neste ano, a produzir conteúdo no Instagram e usar a plataforma para promover esclarecimentos, debates e bate-papos sobre temas diversos relacionados à Instituição. O dirigente dividiu o espaço das transmissões com alunos, professores e técnicos administrativos, inclusive aqueles da área da saúde.

"Minhas redes sociais são hoje, para mim, canais de comunicação com a comunidade. Com elas, consigo interagir com o público, receber feedbacks e tirar suas dúvidas. Ajudam muito também porque posso direcionar algumas pessoas aos canais mais adequados para atendê-las, facilitando o acesso à informação correta da forma mais simples e rápida", avaliou Edmilson.

 

Questões sociais em evidência

Por sua vez, o professor Pablo Spinelli tem participado ativamente de uma comissão para elaborar o regimento do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do IFRN, presente nos campi, entre eles o da Zona Norte de Natal, com ações de pesquisa e de extensão. Em maio, já durante a pandemia, Spinelli, membro do Neabi local, destacou a exposição online com a qual colaborou: "As Áfricas em nós: ancestralidades negras no IFRN", feita para celebrar o Dia da África. "Visivelmente a comunidade do Instituto acolhe ação de forte impacto simbólico promovida pelo Neabi. As imagens e o texto elevam a autoestima dos servidores que registram sua ancestralidade africana nas páginas da Instituição", salientou.

Nesse contexto, o docente revelou que, apesar dos desafios impostos pelo distanciamento social, é possível seguir se aperfeiçoando. "Estou lendo um novo livro de História da Educação – assim como outros de disciplinas que costumo ler –, tenho orientado trabalhos de conclusão de curso da graduação e feito matrículas em cursos de aperfeiçoamento, como o de Metodologias Ativas", concluiu.

 

Férias docentes

As férias dos professores começaram nesta quarta (8) e seguem até 22 de julho. Nesse período, porém, terão continuidade as atividades administrativas, ainda que de forma remota.