Com o objetivo de incentivar práticas sustentáveis e solidárias, o projeto de extensão "TransformAção: Por uma Educação Ambiental e Solidária" está mobilizando a comunidade escolar do Campus Natal-Central e regiões circunvizinhas para repensar a maneira como tratamos os resíduos sólidos.

Coordenada pelo professor José Vilani Farias, a iniciativa busca conscientizar sobre a importância da separação correta do lixo, destacando os impactos ambientais e à saúde causados pelo descarte inadequado de plásticos e outros materiais recicláveis. Além disso, o projeto promove o recolhimento de itens como tampinhas plásticas, meias velhas, materiais de escrita sem uso - como canetinhas - e esponjas de lavar louça usadas.

Esses resíduos são enviados para instituições parceiras, que os transformam em recursos financeiros para apoiar ONGs e instituições públicas. Entre as organizações e projetos beneficiados, estão a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e a iniciativa Meias do Bem, organizada pela loja Puket.

Sendo um professor de matemática, Vilani encontra, dentro de sala de aula, trabalhar a disciplina de uma forma contextualizada. Curiosamente, entre algarismos, fórmulas e desafios que trabalham com o raciocínio lógico, ele consegue dialogar o universo dos números e cálculos com temáticas ambientais - em especial, sobre a questão da poluição. Segundo o professor José Vilani, o TransformAção vai além da coleta de resíduos. "Todos esses materiais aqui são plásticos na sua essência. As tampinhas, os materiais de escrita, as esponjas... mas além dessa questão do impacto ambiental causado pelo plástico, penso em como a gente pode fazer isso retirando do meio ambiente esse material e ir transformando tudo isso em uma ação solidária, atendendo essas instituições", reflete.

Exposição do projeto

Na última quarta-feira, 27, a equipe do projeto TransformAção realizou uma exposição dos materiais recolhidos ao longo de 2024, no Campus Natal-Central. A ação, que ocorreu nas Rosquinhas, apresentou os resultados da coleta de tampas plásticas, meias em desuso, materiais de escrita e esponjas de lavar louça, que foram devidamente destinados a instituições parceiras para reaproveitamento.

A metodologia envolve estudos sobre resíduos sólidos, campanhas educativas, instalação de coletores, produção de conteúdos digitais e visitas a instituições parceiras, unindo educação ambiental a ações práticas para engajar a comunidade escolar e as localidades dos participantes.

Entre os resultados esperados estão a diminuição do descarte inadequado de resíduos, maior divulgação da importância das práticas ambientais e solidárias, apoio a famílias em situação de vulnerabilidade e o fortalecimento da formação ambiental de todos os envolvidos. Com ações práticas e educativas, o projeto visa engajar a comunidade em torno de soluções sustentáveis que impactem positivamente o presente e o futuro.

Foto: Júlia Lemos.

A participação estudantil teve um papel crucial na execução das ações planejadas. Rogéria Souza, estudante do 1º ano de controle ambiental, lembrou das atividades nas quais se envolveu, como a instalação de pontos de coleta de material pelo CNAT. "A gente mapeou toda a área do campus para poder colocar coletores em pontos estratégicos. A gente parou e pensou que, por exemplo, o bloco B fica bem movimentado no intervalo, as pessoas passam muito por lá, perto da cantina. Colocamos coletores também no Bloco A, no tapete vermelho, onde as pessoas chegam no campus", ela conta, mencionando também que foram instalados pontos próximo às salas dos servidores e dos colaboradores terceirizados. "Sempre em algum lugar visível", destaca.

Para Beatriz Pontes, colega de turma de Rogéria, a adesão ao projeto foi quase que instantânea: após a apresentação do conceito e da missão do que viria a se tornar o TransformAção - ocorrida em sala de aula -, ela topou o desafio de participar. "No primeiro contato que tivemos com o professor Vilani, ele e o professor Bira (Ubiratan Santos, colaborador externo do projeto) começaram a falar um pouco sobre essa ideia. Eles contaram que desde o ano passado começavam a reciclar, a recolher esponjas e tampinhas e alguns outros materiais", relata a estudante.

Durante a conversa, Vilani comentou sobre a vinculação dessa prática a um projeto de extensão. "E então ele chamou para participar aqueles que tivessem interesse", lembra Beatriz. Após a convocação, o grupo foi reunido. Em seguida, aconteceram alguns encontros para formalizar o TransformAção, incluindo a criação de uma logomarca e a elaboração de estratégias para um plano de ação.

Foto: Júlia Lemos.

"Digamos que essa é a versão 1.0 do projeto", explica Larisse Cabral, docente do IFRN e participante do projeto. Considerando que este é apenas o primeiro ano do projeto, a expectativa é expandir ainda mais os momentos formativos não apenas para os estudantes, mas com envolvimento da comunidade externa. "O objetivo é não ficar algo restrito apenas para quem está diretamente envolvido, tendo em vista a questão da formação. Enquanto iniciativa, há o recolhimento, a coleta... mas queremos ser uma espécie de intermediário, que vai viabilizar essa destinação para, como o próprio nome do projeto diz, transformar. Uma ação que transforma", conclui.

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Instagram do projeto TransformAção