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Projeto de Pesquisa

'A gente combinamos de não morrer': resistência, enfrentamento e renegociação na escrita de Conceição Evaristo

Concluido

A escrita de Conceição Evaristo está marcada por questões ainda marginalizados pela cultura hegemônica, assim como pelo cânone literário, por abordar temas como o da condição da mulher negra no Brasil. Além disso, sua escrita também se ocupa em retratar a linguagem diária de grupos subalternos, posicionados quase sempre à margem do discurso hegemônico. Nesse sentido, esta pesquisa investiga alguns dos caminhos de luta e resistência percorridos por Conceição Evaristo para se tornar uma escritora.  Para tanto, falas, depoimentos e entrevistas de Evaristo acerca de sua biografia e de suas percepções em relação ao apagamento da presença, da língua e dos costumes de negros na sociedade brasileira serão analisados. Em sua escrita, Evaristo procura combater a promoção de uma universalidade construída como característica do significado de ser brasileiro por meio do esquecimento das contribuições das culturas de matriz africana no Brasil. A escritora confronta esse caráter universal também na produção literária e em seu consumo, pois, ao se promover um padrão universal de literatura, não se leva em consideração as especificidades do fazer literário de mulheres, primordialmente, de mulheres negras. Com isso, o projeto de pesquisa ''A gente combinamos de não morrer': resistência, enfrentamento e renegociação na escrita de Conceição Evaristo' visa compreender como a escritora Conceição Evaristo utiliza a sua escrita para ressignificar o papel das mulheres de cor, ao confrontar os estereótipos produzidos pela literatura universal e, também, a invisibilidade pela cultura hegemônica, bem como ao utilizar a sua escrita como uma ferramenta de reposicionamento em relação aos espaços culturais de diferença e inferiorização; possibilitando sua inscrição no mundo para além da subalternidade.