ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ESMALTES CERÂMICOS COM ADIÇÃO DE CINZAS VEGETAIS PARA PRODUÇÃO PEÇAS ARTÍSTICAS - PARTE 2
Concluido- Campus:
- CNAT
- Data inicial:
- 02/05/2023
- Data final:
- 29/12/2023
- Coordenação:
- Djalma Valerio Ribeiro Neto djalma.neto@ifrn.edu.br
O processo de fabricação das peças cerâmicas é finalizado com a sinterização em fornos que são abastecidos por lenha, gás natural ou outro tipo de combustível (briquetes, por exemplo). Na região nordeste, especialmente no setor da cerâmica estrutural, a lenha é o principal combustível. As cinzas produzidas pela queima da lenha em fornos das indústrias cerâmicas vêm sendo objeto de estudo para diminuir o impacto causado pelo seu descarte inadequado no meio ambiente, porém, até o momento, não há atividade concreta para utilização na indústria. Os vidrados são produtos cerâmicos, encontrados em mais de um subsetor ceramista, que possuem uma camada de esmalte sobre a peça fabricada (biscoito), com o intuito de impermeabilização, aumentar a resistência e, também, melhorar ou incorporar aspectos estéticos. Normalmente, os esmaltes cerâmicos são fabricados com minerais, pigmentos químicos e água. O setor da cerâmica artística utiliza, de maneira amplamente, os esmaltes cerâmicos para fabricação de peças, especialmente para orná-las. Há pesquisas que apontam que cinzas vegetais oriundas dos fornos cerâmicos podem ser incorporadas em esmaltes cerâmicos, sem causar prejuízo para suas propriedades tecnológicas. Contudo, este projeto de pesquisa tem como objetivo analisar a produção de esmaltes cerâmicos com adição de cinzas vegetais para a produção de cerâmica artística. O projeto será subdivido em três etapas. Inicialmente, será fabricado um esmalte padrão com as matérias-primas regionais, a saber: feldspato de sódio, argila caulinítica, espodumênio e CMC (Carboximetilcelulose). Por conseguinte, as cinzas vegetais serão adicionadas no esmalte que foi produzido no laboratório seguintes proporções: 10%, 15%, 20%, 25% e 30%. A última etapa é pigmentar o esmalte produzido com as cinzas vegetais, para isso serão usados corantes, específicos para queima de peças cerâmicas, nas cores laranja, azul, verde e amarelo. Os esmaltes serão testando em corpos de prova (biscoitos) produzidos com uma formulação que possui propriedades técnicas similares aos revestimentos cerâmicos. Os materiais de partida, usados para a fabricar dos esmaltes e dos corpos de prova (biscoitos), serão caracterizados através das técnicas físico-químicas de FRX (fluorescência de raios-X), DRX (difração de raios-X) e MEV (microscopia eletrônica de varredura). Os corpos de prova serão esmaltados pelo processo de imersão e sinterizados nas temperaturas de 1100°C, 1150°C e 1200°C com taxa de aquecimento de 10°C/min e isoterma de 60 minutos em forno do tipo mufla, sem atmosfera protetora. As propriedades tecnológicas das amostras serão aferidas pelos ensaios de absorção de água (AA%), porosidade aparente (PA%), retração linear (RL%), perda ao fogo (PF%), massa específica aparente (g/cm3) e resistência à flexão em três pontos (MPa). Ao término deste projeto são esperados resultados que corroborem com a fabricação de esmaltes cerâmicos com cinzas vegetais, produzidas pela queima de lenha em fornos cerâmicos, e que possuam viabilidade técnica para esmaltação de peças do setor da cerâmica artística.