A era de ferro persiste na era de sílicio? Uma análise histórica e filosófica do conceito de decadência do presente

domain Campus:

PF

date_range Data inicial:

26/09/2018

date_range Data final:

31/05/2019

supervisor_account Coordenação:

Atson Paulo Barreto Santos atson.santos@ifrn.edu.br

Predomina, tanto nos círculos acadêmicos quanto no discurso popular, uma visão do presente pessimista, que se articula em torno do conceito de decadência civilizacional, que projeta uma imagem do futuro distópica e que, com frequência, em resposta ou fuga ao suposto declínio do presente, produz uma imagem idealizada do passado, ou retrotopia. A retrotopia tem efeitos culturais e políticos diversos, como a abertura para discursos revolucionários e líderes messiânicos que pedem medidas extraordinárias para sanar um cenário catastrófico: tais discursos e políticos põem em perigo muitos avanços éticos, humanitários, políticos, sociais e científicos, que são não devidamente reconhecidos e defendidos em função da aceitação acrítica de uma visão decadente da atualidade. O projeto visa analisar criticamente esse viés pessimista acerca do presente, através, em primeiro lugar, de uma análise das justificações filosóficas que o conceito de decadência civilizacional se revestiu ao longo da história e, em segundo lugar, de uma revisão de literatura acerca de obras que empreendem um comparativo histórico abrangente de aspectos chave da vida humana em sociedade, como saúde, longevidade e segurança pública, com o objetivo de identificar se uma visão decadente do presente encontra ou não confirmação nas informações históricas e em dados estatísticos.