Pertencemos à era do sujeito “dis-traído”, perturbados e entregues. Neste livro de contos, reúno prosas que escrevi não sei onde e nem quando. Algumas pertenciam ainda ao reino do papel, rabiscadas num canto qualquer, outras surgiram já no conforto dactilar de um computador, e muitas foram escritas no bloco de notas do celular. Algumas foram escritas na pressa criativa pelo medo do esquecimento, outras na calma de uma sala de espera de um consultório médico qualquer. Algumas foram agora, outras, agora também. Algumas mostrei aos amigos, pelo e-mail, WhatsApp, Facebook, nunca foram, por assim dizer, publicadas, mas, no fundo, na verdade muitas foram, me deu mais trabalho reuni-las do que criá-las. Alguns desses escritos se aproximaram da realidade, a maioria, contudo, passou bem longe. A única coisa em comum entre os textos desta obra é o autor, as narrações não conversam entre si. Ou será que conversam? Quando escrevo só tenho duas preocupações, ou tentar fazer rir ou tentar fazer chorar. Espero que riam, e chorem, e leiam em qualquer lá-quando.

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