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NEABI

Núcleo realiza Gira Consciência sobre intolerância religiosa

Evento marca a retomada das atividades de 2022

Publicada em 08/02/2022 Atualizada há 1 ano

Em um bate-papo animado, representantes da umbanda, cristianismo e pajelança indígena falaram sobre o respeito mútuo.

O Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus São Gonçalo do Amarante realizou na noite desta segunda-feira (7) o primeiro Gira Consciência de 2022, com o tema “Intolerância religiosa: Ancestralidade e Identidade”.

O evento virtual, mediado pela professora de sociologia Camila Goulart, contou com a participação de três convidados: o Pajé Kuaracy, Pajé Catu há 20 anos;  Mãe Cristina, comandante chefe de terreiro (CCT) de Umbanda e dirigente da TOCATEMB, em Guanduba; e Gecionny Pinto, reverendo da Paróquia Anglicana da Virgem Maria, Arcediago do Norte (auxiliar do bispo nos Estados do RN, PB, CE, PI e MA), historiador da Diocese Anglicana do Recife/Nordeste e membro da Comissão Diocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter Religioso.

Mãe Cristina acredita que religião é caridade, respeito, doação e amor. “Seu irmão é tão filho de Deus quanto você”, explanou. Para a CCT de umbanda, a intolerância é algo que deve ser combatido com seriedade. Além disso, ela dividiu experiências das dificuldades enfrentadas por sua filha para conseguir vaga em escolas devido à religião que elas seguem, e como o preconceito com as religiões de matriz africana ainda persiste em nosso país.

 O reverendo anglicano Gecionny Pinto respondeu questionamentos sobre as diferentes vertentes da igreja cristã. Ele também explicou que todas as religiões seguem linhas diferentes, mas que devem ser de amor, união e respeito. Para o reverendo, Deus é amor e qualquer coisa diferente disso não pode ser usada como religião. Ele ainda explanou sobre o crescimento do sacerdócio feminino e sua importância na igreja anglicana. Lembrou que a primeira mulher ordenada bispa anglicana foi a inglesa Libby Lane, e o fato aconteceu em 2014, porém desde 1992 as mulheres podem ser ordenadas sacerdotes.

Por fim, o pajé Kuaracy explicou sobre a ligação da pajelança com a natureza e a conexão com tudo que vem dela. “A divindade está na natureza”, disse. E acrescentou que cada pajé tem seus ritos para cultuar as divindades, que não existe uma maneira única, mas que cada um o faz de modo particular.

Foram unânimes quando falaram sobre a importância do respeito às diversas religiões. Entender que cada uma tem suas peculiaridades e características próprias, mas que todas têm o amor como princípio, é o primeiro passo para abolir a intolerância religiosa.

O primeiro Gira Consciência de 2022 foi transmitido no canal oficial do Campus São Gonçalo do Amarante no YouTube. Confira a gravação aqui.

Palavras-chave:
ensino
extensao

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