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SEMESTRE LETIVO 2021.2

Campus São Gonçalo inicia ensino misto provisório

Servidores e estudantes da unidade falam sobre mudanças, expectativas e saudades

Publicada em 08/11/2021 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Momento de boas vindas à turma da segunda série matutina do Curso Técnico de Edificações.

Após 19 meses, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) retoma as aulas presenciais. O retorno gradual da presencialidade, aprovado pela Resolução nº 47/2021 do Conselho Superior do IFRN (Consup), ocorrerá por meio do ensino misto provisório a partir do semestre letivo 2021.2.

Desde o dia 17 de março de 2020, as aulas presenciais no Instituto estão suspensas como forma de prevenção à Covid-19. Assim como os demais campi da instituição, o Campus São Gonçalo do Amarante recebe novamente seus alunos e alunas. Para alguns, esta será a primeira vez que adentram a unidade de Ensino.

O diretor-geral em exercício do Campus, professor Everson Mizael Cortez Silva, junto à Equipe Técnico-Pedagógica (Etep) e Psicologia, deu as boas-vindas aos estudantes que retornaram, na última segunda-feira (8), às atividades presenciais.

Adaptações necessárias

Para o retorno gradual, foi elaborado um Plano de Contingência ao retorno do trabalho e às atividades acadêmicas que se baseia no documento do Consup. O Plano estabelece as adaptações necessárias na infraestrutura para recebermos os estudantes com segurança.

O diretor de Administração do Campus, Sérgio Guedes, conta que as adequações que estão sendo realizadas buscam privilegiar a segurança física e sanitária dos usuários na unidade. Guedes explica que será fornecido aos estudantes em situação vulnerabilidade social um “kit Covid”, contendo máscaras e álcool em gel. O diretor enumera outras medidas que vêm sendo tomadas no IFRN São Gonçalo do Amarante:

  • Restruturação dos diversos ambientes com dispositivos de higiene, como dispensers de álcool em gel, pias ou lavatórios móveis;
  • Aquisição de termômetros, oxímetros [que medem o nível de oxigênio no sangue e os batimentos do coração] e borrifadores para uso de álcool líquido;
  • Uso de Epis, máscaras, faceshields, luvas de procedimentos e jalecos descartáveis;
  • Instalação de divisórias de acrílicos nos ambientes administrativos e sinalização horizontal do piso; e
  • Higienização dos aparelhos de ar-condicionado.

Programas de apoio estudantil

Para garantir acesso ao Ensino e ao ambiente da Instituição, o Campus mantém os programas de apoio a estudantes, como o Auxílio Transporte e o Auxílio Alimentação. Sobre o primeiro, a coordenadora de Atividades Estudantis (Coaes), Ideíze de Barros Medeiros, conta que foi iniciado o processo de um edital, organizado pela Diretoria de Gestão de Atividades Estudantis (Digae). “Estamos com inscrições abertas, de modo a atender estudantes que necessitam desse suporte. Fizemos um planejamento para 2021.2 e para 2022.1”, explica. Estão em andamento discussões junto aos municípios que administram os transportes escolares.

Quanto à alimentação, os serviços da cantina do Campus têm previsão de serem retomados a partir de janeiro de 2022. “Até lá, vamos contar apenas com o serviço de merenda para que os estudantes que estão no Campus possam ter esse suporte de alimentos”, ressaltou a coordenadora.

Ensino misto

O ensino misto provisório (com a realização de aulas remotas e presenciais) ocorrerá em quatro fases, obedecendo à capacidade estipulada do ambiente físico e às condições sanitárias. Marcus Vinicius Dantas de Assunção, diretor acadêmico do Campus, diz que, quanto às aulas presencias, todas as turmas irão atender aos parâmetros do distanciamento social, e a divisão das turmas foi feita de maneira a atender o que preconiza a Resolução do Consup. Referente aos momentos remotos, explica ainda que as atividades práticas acontecerão no Instituto, porém, as não práticas, nesta primeira fase do retorno, continuam de forma remota.

Para o diretor, o momento é de boas expectativas, apesar das imposições atuais. “Desejo um semestre letivo com muito aprendizado e resiliência a todos que compõem a comunidade acadêmica do Campus. Existem preocupações quanto ao cumprimento dos protocolos de biossegurança a fim de atingirmos a integridade da vida de todos, o combate à evasão e a manutenção da excelência no ensino." Ele se mostra confiante: "Os desafios serão inúmeros, mas, juntos, alcançaremos os nossos objetivos e edificaremos cada vez mais conhecimentos em prol das transformações sociais."

Suporte

Ravena Sampaio, Kelly Pinheiro e Aurizete de Macedo são servidoras técnicas do Campus São Gonçalo do Amarante. Ravena, técnica em assuntos educacionais, é cearense e compõe o quadro de servidores do Campus desde janeiro de 2018. Praticamente metade do tempo esteve em trabalho remoto. "Minha única expectativa é a de que nós não tenhamos que voltar ao caos de ficarmos enclausurados em casa novamente. Me causa ansiedade e inquietação só de pensar que a pandemia pode nos deixar presos e assustados (aquele medo constante) outra vez", diz a técnica.

Aurizete e Kelly têm em comum o fato de terem chegado ao Campus São Gonçalo no mesmo ano, vindas do Campus João Câmara. Ambas são mães e sentiram na pele a dificuldade no acúmulo de funções. Kelly, assistente em administração, confessa que estava muito ansiosa pelo retorno. "O home office não é fácil, sendo mãe, mulher, dona de casa... quando junta tudo num canto só, meu Deus! Após longo período em casa, estamos nos readaptando ao retorno presencial, e pra mim tem sido muito positivo!", relata.

Dentre elas, talvez quem mais sentiu a imposição do trabalho remoto foi Aurizete, que chegou ao Campus no final de 2019. "Cheguei em 20 de dezembro, mas eu já amo tanto o Campus (pessoas) que parece que faz mais tempo. Eu ainda tive férias em janeiro de 2020, então fiquei só fevereiro e os primeiros dias de março no trabalho presencial. Tive pouco contato com os colegas, senti muita saudade e estava ansiosa pelo retorno ao Campus", desabafa a também  técnica em assuntos educacionais.

Sobre o retorno gradual da presencialidade, Aurizete espera que "aos pouquinhos possamos retomar nossa rotina acadêmica com os  nossos estudantes ocupando os espaços do Campus em segurança, e que o medo dê cada vez mais lugar à  esperança com todos vacinados e a pandemia controlada."

Voltando à rotina

Campus São Gonçalo do Amarante atende atualmente cerca de 1.000 estudantes. Uma delas é Maria Vitória Tavares de Oliveira, de 18 anos, que está em seu último semestre no curso Integrado em Informática. Assim como outros milhares de estudantes do Instituto, Mavi (como é conhecida entre os colegas) teve de se readaptar ao modo remoto, cuja mudança ela classifica como "desafiadora". "Foi muito difícil por que minha turma já tinha passado a parte mais básica do curso, de fundamentação, e na hora de aprender disciplinas mais técnicas como manutenção ou redes de computadores, a gente não conseguiu ver na prática de laboratório. Isso gerou certa insegurança nos estudantes, o medo de não saber executar atividades nos estágios ou na profissão", desabafa.

Enquanto Maria Vitória está finalizando seu curso, Marcelle Maria Bezerra Pires, 17 anos, e Iasmin Vitória Oliveira Veríssimo, 18 anos, estão cursando o terceiro ano Integrado de Edificações. Marcelle relata que uma das maiores dificuldades foi tentar conciliar os momentos de estudo, trabalho e lazer com a família. “No início da pandemia foi muito difícil me adaptar no ensino remoto já que era novidade e a gente não tinha tido nenhum contato com essa forma de ensino on-line". Quanto ao retorno, diz que está muito feliz de frequentar novamente o Campus por pelo menos mais um ano. "O mais gratificante foi rever colegas, conhecer os professores que a gente só via na tela do computador e voltar a rotina de antes de tudo acontecer”, afirma.

Quanto ao suporte ofertado durante esse período, Iasmin explica que o Instituto Federal manteve-se preocupado com o estado dos alunos, inclusive no auxílio especial com as disciplinas mais complexas. Superadas as dificuldades iniciais com metodologia adotada pelos professores e com o cotidiano doméstico, ela está confiante: "Passamos cerca de um ano e oito meses distantes, então foi um período que tivemos muitas discussões sobre a situação de saúde no Brasil e como iríamos lidar com tudo isso. O retorno gradual está sendo incrível pra gente se adaptar ao 'novo normal'", diz a estudante.

Gostinho de saudade

A adaptação foi igualmente difícil para os calouros. Muitos daqueles que ingressaram já em 2021 sequer conhecem seus colegas fora das salas virtuais e estão ansiosos para terem aula pela primeira vez no Campus. Para Maria Vitória, os calouros conseguirão superar essa fase bem melhor que os estudantes que estão concluindo agora, pois a prática do curso lhes dará muito mais segurança.

Uns chegando, outros saindo. Faltando poucos meses para a conclusão do curso,  Vitória diz que sentirá muitas saudades. "Nesses últimos dias, quando estive no Campus, o sentimento que mais me atingiu foi o de gratidão. Sem essa instituição, eu não seria a pessoa que sou hoje!", finaliza.

Palavras-chave:
ensino

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