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Alunos têm aula nobre com o professor Marcos Guerra

Vice-presidente da OAB/RN, o advogado relatou sua experiência nos movimentos educacionais

Publicada em 16/08/2013 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Aos 73 anos, Prof. Marcos Guerra também é membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz

As turmas do turno matutino do IFRN-SGA iniciaram o dia desta sexta-feira (16) com uma aula enriquecedora. A convite da professora Priscila Seabra (Língua Inglesa), os alunos tiveram a oportunidade de assistir ao relato do advogado e vice-presidente da Ordem dos Advogados/RN, Prof. Marcos Guerra. O principal foco da palestra foi a experiência do professor com os movimentos sócio educacionais a partir da sua adolescência, no final da década de 1950.

Marcos Guerra contou um pouco da sua trajetória ressaltando o engajamento político nos movimentos estudantis em Natal. Ainda adolescente, trabalhou como jornalista na Rádio Rural, emissora que na época ministrava cursos à distância de educação básica. Também teve participação no movimento "De pé no Chão Também se Aprende a Ler", desenvolvido pela Prefeitura Municipal do Natal-RN (1961-64), e que alcançou repercussão em todo o país.

No início de 1963, o então estudante de Direito foi um dos coordenadores da experiência “As 40 horas de Angicos”, que tinha à frente o educador Paulo Freire. A proposta era alfabetizar adultos da cidade do interior potiguar em apenas 40 horas, utilizando palavras do cotidiano de cada aluno. A experiência obteve êxito e conseguiu alfabetizar 300 pessoas no curto período proposto.

“Infelizmente, todos esses movimentos (educacionais) foram interrompidos com o Golpe Militar de 64”, comentou. “Fomos taxados de subversivos por promovermos a educação de base”. A luta pela causa levou o professor Marcos Guerra a ser preso pelo regime militar e exilado em Paris. “Depois tive que ir para a África para fugir da Operação Condor (aliança dos governos militares de países sul-americanos que objetivava a eliminação de opositores)”.

Ao final da aula, os alunos tiveram a oportunidade de fazer perguntas. O tema mais abordado foi a recente onda de manifestações sociais que se espalhou por todo o país. Sobre o fato, o professor foi objetivo: “Essas iniciativas são importantes, pois reoxigenaram a luta por melhorias sociais, em contrapartida, acho o movimento desarticulado, sem interlocutores, e, por isso, pode chegar a não ter ‘amanhã’”.

Palavras-chave:
ensino

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