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Semestre letivo 2021.2

Campus inicia ensino misto provisório

Servidores e estudantes da unidade falam sobre mudanças, expectativas e saudades

Publicada em 29/10/2021 Atualizada há 1 ano

Retorno acontece em quatro fases.

Após 19 meses, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) retomará as aulas presenciais. O retorno gradual da presencialidade, aprovado pela Resolução nº 47/2021 do Conselho Superior do IFRN (Consup), ocorrerá por meio do ensino misto provisório a partir do semestre letivo 2021.2.

Desde o dia 17 de março de 2020, as aulas presenciais no Instituto estão suspensas como forma de prevenção à Covid-19. Assim como os demais campi da instituição, o Campus São Paulo do Potengi vem se preparando para receber novamente seus alunos e alunas. Para alguns, como a estudante Jamilly, 16, esta será a primeira vez que adentram a unidade de Ensino.

O diretor-geral do Campus, professor Renato Dantas Rocha da Silva, dá as boas-vindas aos estudantes que já são de casa e para aqueles que estão chegando: “A instituição se alegra muito em ter a possibilidade de rever cada rosto, cada fardamento e cada olhar dos estudantes. Ainda não vai ser possível o abraço entre nós, mas acho que nossos olhares vão se abraçar, e isso nos estimula muito; poder rever os corredores ocupados, mesmo que parcialmente, vai ser uma alegria imensa”, declarou Dantas.

Adaptações necessárias

Renato Dantas conta que, para o retorno gradual, foi elaborado um Plano de Contingência ao retorno do trabalho e às atividades acadêmicas que se baseia no documento do Consup. “O Plano estabelece quais adaptações vamos precisar fazer em termos de infraestrutura”, disse.

O diretor de Administração do Campus, Thiago Araujo de Azevedo, conta que as adequações que estão sendo realizadas buscam privilegiar a segurança física e sanitária dos usuários na unidade. Araujo explica que será fornecido aos estudantes em situação vulnerabilidade social um “kit Covid”, contendo máscaras e álcool em gel. O diretor enumera outras medidas que vêm sendo tomadas no IFRN São Paulo do Potengi:

  • Restruturação dos diversos ambientes com dispositivos de higiene, como dispensers de álcool em gel, pias ou lavatórios móveis;
  • Aquisição de termômetros, oxímetros [que medem o nível de oxigênio no sangue e os batimentos do coração] e borrifadores para uso de álcool líquido;
  • Uso de Epis, máscaras, faceshields, luvas de procedimentos e jalecos descartáveis;
  • Instalação de divisórias de acrílicos nos ambientes administrativos e sinalização horizontal do piso; e
  • Higienização dos aparelhos de ar-condicionado.

Programas de apoio estudantil

Para garantir acesso ao Ensino e ao ambiente da Instituição, o Campus mantém os programas de apoio a estudantes, como o Auxílio Transporte e o Auxílio Alimentação. Sobre o primeiro, o diretor-geral conta que foi iniciado o processo para a publicação de um novo edital, organizado pela Diretoria de Gestão de Atividades Estudantis (Digae). “Estamos construindo o cronograma do edital, de modo a atender estudantes que necessitam desse suporte. Fizemos um planejamento para 2021.2 e para 2022.1”, explica Dantas, acrescentando que as discussões estão sendo feitas junto aos municípios que administram os transportes.

O diretor contou ainda que o refeitório da unidade está em reforma, e que os serviços de refeição, assim como a cantina do Campus, serão retomados a partir de janeiro de 2022. “Até lá, vamos concluir a reforma e vamos contar apenas com o serviço de merenda para que os estudantes que estão no Campus possam ter esse suporte de alimentos”, ressaltou.

Ensino misto

O ensino misto provisório (com a realização de aulas remotas e presenciais) ocorrerá em quatro fases, obedecendo à capacidade estipulada do ambiente físico e às condições sanitárias. Ricardo Souza Marques, diretor acadêmico do Campus, diz que, quanto às aulas presencias, todas as turmas irão atender aos parâmetros do distanciamento social. “Além disso, nós fizemos a divisão das turmas de maneira a atender o que preconiza a Resolução do Consup”. Referente aos momentos remotos, Marques explica que as atividades práticas acontecerão no instituto, porém, as não práticas, nesta primeira fase do retorno, continuam de forma remota.

Para o diretor, o momento é um misto de alegria e apreensão. “Apreensão porque todos nós queremos sempre fazer o melhor para nossos alunos. É apreensão para fazer a coisa funcionar, fazer tudo dar certo, da melhor forma possível. E também muita ansiedade em um lado favorável, para poder retomar, aos poucos, essa atividade que todos nós gostamos demais, que é atender ao nosso público”.

Suporte

Maria Izabel Medeiros Cocentino, Deusdete Martins Aleixo e Priscila Gomes de Souza Tavares são mulheres que têm muito em comum, como o fato de trabalharem no Campus São Paulo do Potengi do IFRN. Izabel Medeiros, técnica de Laboratório do curso Integrado em Meio Ambiente, revela estar animada pela volta do ensino presencial: “Ver a unidade vazia tem sido motivo de tristeza. Sinto falta da movimentação nos corredores. A presença de todos trará vida novamente ao Campus”.

Sobre o retorno gradual da presencialidade, ela afirma que a instituição está “respeitando a capacidade de ocupação na atual fase de retomada e adequando os ambientes para o retorno das aulas presenciais. Tudo tem sido muito estudado e discutido”. A presença de estudantes nos laboratórios é do que Izabel mais sente falta. As boas lembranças também remetem a eventos, como as Semanas de Artes, Desporto e Cultura (Semadecs).

Quem compartilha da saudade pelas Semadecs é Deusdete Martins Aleixo. A servidora terceirizada revelar ter aprendido muito nos eventos. Ela declara que ama trabalhar na Instituição, e que o retorno gradual da presencialidade “será um recomeço com muita responsabilidade, mas que valerá muito”. Outra saudade sentida pela servidora é a presença de estudantes, como conta: “Sempre falo que não vejo a hora de vê-los gritando e correndo pelos corredores”.

Deusdete Martins revela que “em seu tempo de escola”, as coisas eram diferentes, mas que pôde aprender muito no IFRN, realizando cursos e, até, apresentando trabalhos na Semadec de 2016. A servidora ressalta a importância dos professores: “Admiro muito a dedicação deles. Aqui, já vi professor deixar de almoçar para dar atenção ao aluno. Ele [o docente] é realmente multiplicador de conhecimento, que deseja formar cidadãos, não é egoísta, e gosta do que faz”.

Um desses docentes é Priscila Gomes de Souza Tavares. Após meses ministrando aulas em frente à tela de um computador, a professora de Arte vê o retorno das aulas presenciais como um novo desafio. “É tempo de recomeçar com fé, esperança e muito amor. A pandemia foi um período de muito aprendizado e foi necessário reinventar o nosso trabalho docente de forma remota. Agora, temos o desafio de receber nossos alunos no ambiente escolar de forma segura, mantendo os cuidados de biossegurança que a pandemia exige, e recuperar o contato pessoal, a aprendizagem e a motivação dos estudantes com a escola e os estudos”.

A professora segue explicando que o maior desafio será se readaptar a esse novo tempo e ajudar os estudantes: “Muitos alunos voltam com receios, desmotivados, alguns com perdas familiares, problemas emocionais, econômicos e sociais. Acredito que exigirá um esforço de todos: pais, professores, estudantes, e de toda a comunidade envolvida”, conta Gomes, destacando que “a alegria e a felicidade são grandes para o retorno presencial”.

Estudantes vêm, estudantes vão

Campus São Paulo do Potengi tem capacidade para atender 1200 estudantes. Um deles Ayuri Bezerra Francisco, de 19 anos, que está em seu último semestre no curso Integrado em Edificações. Assim como outros milhares de estudantes do Instituto, Ayuri teve de se readaptar ao modo remoto, cuja mudança ele classifica como “turbulenta”: “Tivemos o baque de simplesmente ficarmos sem aula, e outro baque quando as aulas retornaram de forma online. É muito estranho estarmos de forma EaD; não é a mesma coisa da aula presencial, onde existia toda aquela interação, aquele convívio”, contou.

Perguntado sobre uma lembrança em meio aos quatros anos de IFRN, Bezerra responde: “o começo das aulas, explorando cada pedacinho do Campus”. O estudante segue explicando que durante o período de aulas remotas, o Instituto Federal manteve-se preocupado com o estado dos alunos. Sobre o retorno das aulas presenciais, ele revela estar ansioso: "Finalmente teremos aulas presenciais para aquelas que são necessárias, pois a pandemia ainda não acabou. [Isso irá] complementar o que vimos de forma online”.

Enquanto Ayuri Bezerra está finalizando seu curso, Jamilly Adija da Silva Rodrigues está apenas começando. A jovem de 16 anos está no primeiro semestre do curso técnico Integrado em Meio Ambiente, e as expectativas para adentrar no IFRN São Paulo do Potengi são as melhores possíveis.

Estudar na unidade de Ensino não é apenas uma vontade para ela, mas, também, um sonho: “Para mim, entrar no IF era uma coisa que eu queria muito. Tipo, eu tinha essa vontade desde o sexto ano [do Ensino Fundamental], quando entendi o que era o IF. Eu coloquei na minha cabeça que era aquilo que eu queria para mim. Quando eu fiz a matrícula, fiquei superansiosa. Quando saiu o resultado, nem me fala; eu fiquei tão emocionada que, quando tentava falar, não conseguia. Eu fiquei assim, em choque, porque era um sonho meu. É uma meta que eu consegui realizar. É algo inexplicável”.

Contando os dias para o retorno

Para Jamilly Adija, o IFRN é “uma das melhores instituições de Ensino”, que proporciona aprendizado e transparência. A estudante demostra estar animada para o retorno gradual das aulas presenciais no Campus São Paulo do Potengi. Quem também está assim é o diretor-geral da unidade: “Já estou ansioso para poder receber todo mundo, visualizar a porta se abrindo e entrando cada servidor, cada aluno, para podermos usufruir de toda esta estrutura e poder retornar o desenvolvimento de nossos projetos, dos nossos eventos. É muito motivador pensar que isso tudo vai retornar”, concluiu o professor Renato Dantas Rocha.

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Resolução nº 47/2021 - Consup/IFRN

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