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LIBRAS

Capacitação Básica em LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais

"Um encontro com um mundo encantado, Libras"

Publicada em 11/12/2015 Atualizada há 1 ano

Créditos - Lucas David da Rocha Soares

A região da Borborema Potiguar possui um grande número de pessoas surdas e com deficiência auditiva, apenas uma pequena parte dessa população está matriculada nas escolas de ensino regular sem a presença do intérprete de LIBRAS em sala de aula e com professores que desconhecem sobre a sua cultura e sua língua, a Libras - língua brasileira de sinais.

As pesquisas fornecidas pelas instituições de inclusão da cidade de Santa Cruz, Censo Escolar e Censo 2010 do IBGE, apontam que há carência de profissionais da área e uma grande quantidade de surdos da cidade.  Pensando nessa problemática a intérprete e tradutora da Língua brasileira de sinais (LIBRAS) e Coordenadora do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) Andreza Barbosa de Luna Soares, em parceria com a pedagoga e membro do NAPNE Larissa Fernanda dos Santos Oliveira, tomaram iniciativa e desenvolveram um projeto de extensão aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) intitulado “CAPACITAÇÃO BÁSICA EM LIBRAS” voltado aos profissionais da educação, estudantes, familiares de surdos, representantes de núcleos de acessibilidade e órgão de atendimento ao público da região. O atual protejo tem como objetivo, desenvolver a capacidade de comunicação através da Libras, eliminando as barreiras da limitação, comprovando na prática que é possível a aquisição da libras, possibilitando um diálogo e convívio com o sujeito surdo sem a presença do intérprete e tradutor da libras.

Está capacitação repensa na forma de ensinar, auxiliando os docentes na escolha de recursos e estratégias metodológicas mais adequada com a realidade dos alunos surdos, favorecendo, por menor que seja, a comunicação em libras entre docentes e discentes, e consequentemente amplia a relação interpessoal entre todos os participantes em sala de aula, aprendendo e reconhecendo a cultura surda, a identidade surda e o direito de expressão em meio a participação e o convívio social. 

A procura por esta capacitação em Libras superou as expectativas do campus Santa Cruz. Foram ofertadas 48 vagas e tivemos mais de 200 pessoas inscritas almejando entrar nesta primeira turma. Em aproximadamente 5 meses de aula tivemos uma estatística numérica de evasão em menos de 5%. A turma É composta por professores, psicólogos, fisioterapeuta, alunos de licenciaturas e familiares de surdos.  Diante todas as dificuldades existentes ao longo do caminho fomos Perseverantes.

A turma se identificou a partir da fala de uma aluna:  "Um encontro com um mundo encantado, Libras". Dessa forma, entre outras, tem-se a consciência de que está sendo feita uma preparação da comunidade para lidar com a diferença de maneira natural. A experiência foi muito interessante e agregadora à todos.

O ser humano tem a necessidade da comunicação e sabemos que para ser atuantes contínuos e constantes no mundo, é preciso pensar no próximo, no coletivo, nas relações estabelecidas entre as pessoas, e quebrar o individualismo. Trata-se de um direito reconhecido e legalizado ao sujeito surdo, a lei de nº 10.436 de 24 de abril 2002, reconhece a libras como a segunda língua oficial do Brasil, e a mesma é regulamentada pelo decreto lei nº 5.626 de 12 de2005, acorda a obrigatoriedade da difusão da Libras nas instituições públicas além de garantir a  importância do profissional  tradutor intérprete de libras nos órgãos da administração pública estadual, municipal e do distrito federal.

Em cumprimento as leis e a esse decreto, o IFRN – instituto de educação ciência e tecnologia do rio grande do norte, tem em cada campi um tradutor intérprete de libras língua portuguesa.

O papel do tradutor intérprete de Libras/ língua portuguesa não se limita apenas à interpretar em sala de aula, mediando a comunicação entre os sujeitos, professores e alunos. Os intérpretes também atuam em trabalhos que propicie a difusão da língua brasileira de sinais, despertando, sensibilizando e principalmente preparando os docentes e técnicos administrativos para um futuro próximo, o trabalho deste profissional está ligado diretamente ao ensino, a pesquisa e a extensão.