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Covid-19

IFRN completa um ano de distanciamento social

Articulações entre os campi e a Reitoria priorizam a manutenção da vida e das ações de Ensino, Pesquisa e Extensão

Publicada em 17/03/2021 Atualizada há 12 meses

Por Cleyton Fernandes

Se é a natureza humana festejar e celebrar datas e marcos importantes, a pandemia de Covid-19 subverteu mais um conceito. Neste dia 17 de março de 2021, completa-se um ano desde a decisão do Colégio de Dirigentes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (Codir/IFRN) em suspender as atividades acadêmicas e administrativas presenciais nas 22 duas unidades da Instituição. A orientação institucional foi anunciada após apresentação feita pelo então recém-criado Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do IFRN. Naquele momento, ainda não havia infectados, mas a suspeita de que já pudessem existir casos não diagnosticados entre estudantes do Instituto foi determinante para a paralisação das atividades presenciais.

Iniciavam-se ali uma série de ações para pensar, estruturar e executar estratégias de organização para continuidade do trabalho, que passou a ser realizado preferencialmente de forma remota. Para marcar esta data, sem festa ou comemoração, a Assessoria de Comunicação Social e Eventos da Reitoria – com o apoio das Coordenações de Comunicação Social e Eventos dos campi – preparou vídeos e textos, que serão divulgados durante os próximos dias. As publicações buscam dar visibilidade ao que foi feito por estudantes e servidores nesses 365 dias, em que o Brasil chega ao número de 282.127 mortes de suas cidadãs e cidadãos. O objetivo é dar transparência ao que vem sendo realizado a fim de atravessar essa fase e manter o Ensino, a Pesquisa e a Extensão prestando os seus serviços à sociedade potiguar.

Mesmo distantes fisicamente, as servidoras e os servidores do IFRN elaboraram os planos de contingência ao novo coronavírus, realizaram mais de 23 mil atendimentos de assistência estudantil, reformularam as orientações didáticas para o novo formato de aulas (on-line), produziram insumos de proteção à saúde para distribuição em instituições públicas da região, realizaram 464 agendamentos de atendimentos pelo Plantão Psicológico a estudantes e servidores, além de reinventar as formas de manter em funcionamento 508 projetos de pesquisa e inovação e 219 de extensão. Abaixo, uma relação de atividades diretamente ligadas ao enfrentamento à pandemia, com ações voltadas à saúde e à assistência a estudantes e servidores.

Enfrentamento à Covid-19

Além das orientações, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 no IFRN trabalhou na formulação de protocolos de biossegurança como o Plano de Contingência do Instituto, tendo ainda coordenado ações junto aos Comitês locais nos campi e capitaneado atividades como os plantões psicológicos a estudantes e servidores, que já somam 464 atendimentos. Presidindo o Comitê desde o início, o odontólogo Thiago Antônio Raulino, lotado no Campus Natal-Cidade Alta do Instituto, faz uma avaliação sobre as atividades do grupo que lidera desde o primeiro trimestre de 2020:

"Em março do ano passado, nós não fazíamos ideia do que estava por vir. Nosso trabalho ao longo do tempo foi se modificando. Inicialmente buscávamos conscientizar a nossa comunidade acerca do que era a doença, a cada nova descoberta que era feita sobre o vírus, depois buscamos construir uma rede dentro da Instituição, com a instalação dos comitês locais, para que pudéssemos adotar medidas – internamente – e preparar a nós e as nossas instalações para a nova realidade que estamos vivenciando no mundo, mesmo depois de um ano de pandemia.

Foi um período de muito trabalho, que não respeitou noites, madrugadas, finais de semana, mas que, sem dúvida, foi melhor de ser vivenciado por estarmos num grupo comprometido com o bem-estar e a saúde da nossa comunidade. O comitê segue alerta, acompanhando os cenários, buscando conhecimento, acreditando na ciência, discutindo soluções e prezando pela saúde de todos aqueles que compõem a comunidade do IFRN”, disse Thiago Raulino.

Assistência Estudantil

Uma das maiores fontes de reconhecimento da função social desempenhada pelo IFRN em seus 111 anos como instituição de ensino, a atenção à Assistência Estudantil foi redobrada nesse período, com mais de 23 mil atendimentos, sejam na manutenção de programas – como o Apoio à Formação Estudantil (Pafe) -, nas bolsas de formação profissional ou na concessão de auxílios para aquisição de serviços de internet, de dispositivos eletrônicos e de material didático-pedagógico a estudantes em vulnerabilidade social. Para viabilizar a permanência desse grupo de estudantes em aula, os campi distribuíram ainda mais de 20 mil cestas básicas. Valéria Regina Oliveira – diretora de Gestão de Atividades Estudantis (Digae/IFRN) - destaca o que foi feito nessa área durante os últimos doze meses:

Tipo

Quantidade

Atendimentos para concessão de auxílios, bolsas e participação em programas

10.611

Atendimentos de saúde

4.635

Concessão de auxílios digitais (equipamentos eletrônicos e serviços de internet)

8.095

Total

23.341

 

“Em 2020, em função da necessidade de se enfrentar o desafio da pandemia de Covid-19, a Digae/IFRN necessitou reorganizar a implementação das ações e programas da Assistência Estudantil, uma vez que a urgência passou a ser incluir o máximo possível de estudantes no Ensino Remoto Emergencial; com esse foco, passamos a operacionalizar os auxílios e ações emergenciais de Assistência Estudantil. Contudo, além deste novo desafio, programas como: alimentação escolar, bolsa de formação profissional, auxílio eventual e moradia continuaram ocorrendo. É preciso reforçar que milhares de estudantes dos nossos campi não deixaram de estar em condições de vulnerabilidade socioeconômica. Ao contrário: os estudos nacionais têm apontado que a pandemia só acirrou a desigualdade social, o que reflete diretamente nas condições de vida e de sobrevivência de nosso corpo discente diante das suas possibilidades de acesso à educação, saúde e demais direitos sociais”, disse Valéria.

TODOS OS ESFORÇOS PARA A PERMANÊNCIA E O ÊXITO DOS ESTUDANTES

De acordo com o pró-reitor de Ensino do Instituto, professor Dante Moura, todas as ações da Instituição se articulam tendo como prioridade três coisas: a segurança da comunidade acadêmica, a permanência dos estudantes em aula e a manutenção da qualidade do ensino, respeitando os preceitos do Projeto Político Pedagógico (PPP) do Instituto. Para isso, a Pró-Reitoria de Ensino vem se reunindo mais de uma vez por mês com os gestores da área dos campi, que formam o Comitê de Ensino (Coen). Nessas reuniões, são avaliadas as informações trazidas pelo Comitê Covid-19 e pelas comissões temáticas formadas para debater a situação. Uma das mais importantes é a que vem planejando o retorno híbrido e presencial das aulas. "Não temos como dizer uma data. O agravamento da pandemia nos mostra um cenário cheio de incertezas, mas estamos trabalhando para ter caminhos a percorrer de forma a garantir a segurança de toda comunidade. O nosso norte é a manutenção da excelência do ensino prestado pelo IFRN, articulando a pesquisa e a inovação e a extensão", declarou. 

Norteados por esse rumo, todas as áreas da Instituição caminham juntas. É com base no trabalho dessas comissões que as pró-reitorias de Administração e de Planejamento e Desenvolvimento Institucional vêm reavaliando constantemente os planejamentos realizados, com busca a garantir as condições necessárias para que os estudantes do IFRN continuem sendo atendidos da melhor forma possível. "Acompanhamos as avaliações dos comitês e comissões e encaminhamos o debate do uso dos recursos com o Colégio de Dirigentes. Neste momento, o foco é a assistência estudantil, com o objetivo de manter nossos alunos com vulnerabilidade social em aula, com os auxílios necessários. Nos últimos anos, tivemos perdas orçamentárias significativas, mas nossa prioridade é a vida. Quando for possível voltar ao presencial, a Pró-Reitoria de Administração e os gestores dos campi vão garantir os insumos e a estrutura necessária à biossegurança", explicou a pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Antônia Silva.

Segundo André Gustavo, diretor de Gestão da Tecnologia da Informação do IFRN, na área de TI foram articuladas ações para viabilizar um melhor uso dos meios digitais, essenciais neste primeiro ano de pandemia: “ainda no começo, logo após suspensão das atividades acadêmicas e administrativas presenciais, coordenamos palestras com a Microsoft, para capacitação de docentes e professores e técnicos-administrativos junto à Plataforma Teams, que passou a ser o meio ‘oficial’ de comunicação institucional, para reuniões de setor, reuniões sistêmicas e dos colegiados do IFRN, por exemplo. Num segundo momento, o professor Airton de Souza Jr., do Campus Parnamirim, deu um curso de capacitação sobre Formação em Ensino Híbrido, que abrangeu todos os campi e buscou apoiar o processo de retomada do ensino, em sua forma remota. Outra coisa relevante realizada nesse período foi a instituição do processo de matrícula online, dentro do contexto da transformação digital. A matrícula online está funcionando e garantindo a segurança sanitária para a comunidade - servidores e estudantes – que ingressam no Instituto”, apontou André.

O professor José Arnóbio, reitor do IFRN, também falou sobre o cenário de pandemia e suas implicações para a Instituição: "a preservação da vida tem que estar em primeiro lugar. Estamos diante de um agravamento do cenário, com o número de casos de Covid-19 crescendo de forma exponencial no estado e no país como um todo. Isso reforça a certeza de que ainda é tempo de nos mantermos distantes fisicamente, como medida para minimizar esse agravamento. Por outro lado, quero parabenizar docentes e servidores técnicos-administrativos, que tiveram que se reinventar nessa pandemia, construindo um outro olhar e fazer acadêmico nas atividades de Ensino, de Pesquisa e de Extensão. Quero dizer aos alunos que estão ansiosos pela retomada das atividades presenciais: a gente precisa ter um pouco mais de paciência! Paciência para que a gente possa suplantar todas as dificuldades e, num futuro bem próximo, possamos acolher novamente cada um de vocês, junto às servidoras e os servidores do IFRN, nos nossos campi", declarou.

MAIS AÇÕES

Não somente no âmbito sistêmico se deram as ações e intervenções do IFRN durante este ano de distanciamento social. Servidores, estudantes, pais, familiares e voluntários fizeram a diferença nas cidades ligadas aos 22 campi do Instituto no Rio Grande do Norte. Para mostrar as atividades desempenhadas, faremos – ainda nesta semana – outras publicações, trazendo um extrato do que a comunidade IFRN tem desenvolvido e entregado à sociedade, seja no Ensino, na Pesquisa ou na Extensão, para colaborar com o Enfrentamento à Covid-19 no estado e no país.