Como parte da celebração do Dia da Propriedade Intelectual, o Núcleo de Jornalismo (Nujor), da Diretoria de Comunicação Institucional (Dici) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) lança uma série especial sobre propriedade intelectual, destacando patentes e iniciativas desenvolvidas pela instituição. A segunda matéria da série traz o Dispositivo para Medições Colorimétricas Baseado em Imagens Digitais, desenvolvido pelo professor do Campus Mossoró, Carlos Monteiro de Lima, e orientado por Mário Ugulino, docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

O Dispositivo

O dispositivo surgiu durante o mestrado em Química de Carlos, realizado na UFPB, com o objetivo de capturar imagens digitais de determinados materiais, como foi feito com a amostra de vinho estudada durante a pesquisa. Utilizando um pequeno volume de vinho, Carlos foi capaz de identificar e rastrear a origem do produto através das imagens obtidas. Além disso, conseguiu prever se uma amostra pertencia ou não às regiões previamente analisadas.

Com esse equipamento, foi possível desenvolver um modelo específico para vinhos produzidos no Vale do São Francisco, região localizada no Nordeste do Brasil, entre os estados de Pernambuco e Bahia. O estudo também permitiu estabelecer um padrão entre as três principais vinícolas da região.

Os benefícios

Esse trabalho traz inúmeros benefícios para a sociedade, especialmente pela praticidade e segurança de poder verificar em casa se um produto está dentro do prazo de validade ou se foi adulterado com a adição de outras substâncias.

Com um modelo previamente treinado, que pode ser baixado em um smartphone, e com o dispositivo ligado ao aparelho, é possível capturar a imagem de uma amostra do produto e identificar se aquele material é autêntico ou não. “Esse tipo de tecnologia representa uma grande facilidade para o consumidor, que poderia autenticar os alimentos que consome, verificando se há ou não adulterações”, explicou Carlos.

Embora atualmente produzido com fins acadêmicos, o dispositivo também possui potencial para uso em ambientes industriais e laboratoriais. Pode ser utilizado, por exemplo, na avaliação de padrões de qualidade e na padronização de diferentes lotes de um mesmo produto. Um dispositivo como esse permitiria detectar as variações antes da produção em larga escala, garantindo mais uniformidade e controle de qualidade.

Além do uso doméstico, o equipamento também pode ser incorporado às rotinas de controle de qualidade em laboratórios, indústrias, instituições de pesquisa e no setor agrícola. “Nosso desejo é que o dispositivo possa ser produzido em escala industrial e aplicado em diversos contextos, na indústria de alimentos, de materiais, na agricultura e, claro, no cotidiano das pessoas”, contou o professor.

O desenvolvimento desse equipamento, financiado pelo próprio IFRN, reforça o papel da instituição não apenas na formação de técnicos, licenciados, professores e pesquisadores de alta qualidade, mas também como um centro de inovação capaz de criar tecnologias úteis e aplicáveis no dia a dia. “É uma contribuição relevante tanto para a sociedade quanto para o fortalecimento do papel das instituições federais no avanço científico e tecnológico do país”, destacou Carlos.

Outras patentes

Atualmente, o IFRN contabiliza dez patentes concedidas, 55 pedidos de patente depositados, 191 registros de software e um de desenho industrial. A série especial sobre propriedade intelectual continuará destacando outras iniciativas e conquistas do IFRN nessa área, evidenciando o papel da instituição como agente de transformação e desenvolvimento regional.