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Ampliar ações é o foco da Pró-Reitoria de Extensão do IFRN

Pró-Reitora Régia Lopes destacou em entrevista a relação com o mundo do trabalho, a arte e a cultura

Publicada em 03/11/2016 Atualizada há 1 ano, 7 meses

Avanços, conquistas e desafios marcam a gestão da Proex

Com 25 anos de carreira recém-completos no dia 1º de novembro, a professora Régia Lúcia Lopes assumiu em 2012 o desafio de gerir uma importante pasta dentro da estrutura do IFRN, a Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Graduada em Engenharia Civil, com mestrado em Engenharia Química, ambas as formações pela UFRN, e doutorado na área de Geotecnia, pela UFPE, Régia ministra disciplinas no ensino Técnico, Graduação Tecnológica e Pós-graduação, em cursos nas áreas de Saneamento e Meio Ambiente. Além disso, é pesquisadora no Núcleo de Estudos de Saneamento Básico (NESB) do IFRN e do Grupo de Resíduos Sólidos da UFPE. É, ainda, conselheira suplente no Conselho Estadual de Meio Ambiente do RN, representando as Instituições Públicas de Ensino Superior. Para conhecer mais das ações e planos da pró-reitora, leia a entrevista que faz parte da campanha Por Dentro do IFRN. A campanha tem o objetivo de disseminar o conhecimento sobre o Instituto e os setores que o administram.

1 – 2016 é o quinto ano de sua gestão à frente da Pró-Reitoria de Extensão. Quais os desafios vencidos e o que vislumbra como meta mais urgente para a Proex?

A Extensão vem se consolidando ao longo do tempo de implantação do Instituto Federal. Anteriormente não existia – denominadamente – a Extensão, mas sim a relação com o setor produtivo em função de nossa formação com foco na educação profissional. Quando se constitui o IFRN, a Proex passa a ter uma dimensão estratégica, junto com ensino e pesquisa, na formação dos estudantes.

Ao longo desse tempo em que estou à frente da Pró-Reitoria, o grande desafio tem sido consolidar e ampliar as ações de acompanhamento de estágio e da promoção dessa relação maior da instituição com o mundo do trabalho. Além de dar sequência aos projetos em andamento, temos estruturado melhor a parte dos editais e de construção dos projetos. Como meta, diria que temos a preocupação de trabalhar melhor a relação com o mundo do trabalho. 

2 – Até que ponto a introdução dos cursos de graduação e pós-graduação estimulam essa preocupação?

Passamos de apenas cursos técnicos para uma variedade de ofertas: nós temos cursos técnicos, licenciaturas, graduações tecnológicas e pós-graduações. É preciso fortalecer interna e externamente a existência de tudo isso e levar esse conhecimento para a sociedade, em busca dessa relação da instituição de ensino e o setor produtivo. 

3 – O que, na gestão do professor Wyllys, a Proex tem de novidade?

Instituímos esse ano a Assessoria de Relações com o Mundo do Trabalho. A ideia é apoiar os campi nessa ação de aproximação da Instituição – enquanto órgão de educação profissional voltado para a formação integral – com o mundo do trabalho. Desde 2015 desenvolvemos e implantamos o Regulamento da Prática Profissional, que envolve atividades como estágio, aprendizagem e projetos que podem ser realizados como prática profissional. Já em 2016, fizemos uma espécie de ensaio em dez campi: promovemos a criação de Núcleos de Extensão e Prática Profissional (NEPP) no intuito de fortalecer a relação do IFRN com as demandas sociais, voltando-se para a formação profissional do aluno. Essa é uma estratégia que utilizamos, principalmente, porque o Plano Nacional de Educação (PNE) coloca que, para as graduações, a Extensão tem papel ainda mais importante, chegando até a citar a necessidade de reforma em projetos pedagógicos para que ações de extensão sejam contempladas já no currículo com, no mínimo, 10% da carga-horária.

Ao pensar essa reformulação, os NEPP’s têm papel fundamental na busca por essas demandas, principalmente para aqueles que enfrentam situação de elevada vulnerabilidade social. O próprio PNE define ações de extensão como estratégia para manutenção e ampliação de vagas na educação de ensino superior. A ideia, então, é conhecer e analisar os cursos, buscando ver o que cada um deles pode oferecer – dentro de sua prática – à comunidade de seu entorno.

Além disso, destaco um reforço no apoio às ações de arte e cultura: no contexto do IFRN, a arte e a cultura são desenvolvidas tanto no ensino médio como no superior, mesmo que não haja uma pasta específica para elas. Assim, a Extensão tem sempre abraçado a causa. Tanto que foi lançado um edital para criação do Núcleos de Arte e Cultura nos campi. Estamos agora em processo de visita a cada uma das 21 unidades do Instituto, vendo in loco a efetividade dessas ações. 

4 – Sobre os Núcleos: em quais campi eles foram implantados?

Nós tínhamos (e temos) a exitosa experiência do Campus Natal-Central (CNAT), que foi o campus que instituiu – na Diretoria Acadêmica de Construção Civil – o primeiro modelo do núcleo que nos serviu de modelo e inspiração. Os alunos e a instituição criam laços para – em parceria com outros órgãos, como secretarias municipais e repartições do Estado – desenvolver e executar projetos que atendam às demandas sociais de pessoas em situação de vulnerabilidade. E isso já vem desde 2009. Nossa ação foi estender a boa ideia a mais campi.

Em função dos recursos, decidimos apoiar com bolsas e com custeio mínimo os primeiros 10 Núcleos de Extensão e Prática Profissional: além das bolsas aos estudantes selecionados – e há muitos que se voluntariaram ao projeto –, temos dado apoio à estrutura mínima de funcionamento desses Núcleos, seja com cartuchos para impressão, seja com equipamentos como trena, por exemplo.

Os núcleos estão espalhados em todo o estado. Além do CNAT, os campi São Gonçalo do Amarante, São Paulo do Potengi, Macau, Parnamirim, Cidade Alta, Nova Cruz, Currais Novos, Educação à Distância (EaD) e Parelhas foram contemplados. 

5 – Em recente matéria publicada no Portal da Reitoria, divulgamos dados estatísticos bastante expressivos em relação ao aporte de recursos para programas e projetos. Muito se explica pela expansão do próprio IFRN, mas qual a participação do trabalho da Pró-Reitoria de Extensão nesses números?

Os recursos que chegam à Instituição vêm através de lei orçamentária e já vem carimbados, ou seja, com destinação própria. Esse aumento se deu em virtude da expansão em si mesma. Agora, dentro dos fundos que vêm para a Extensão, mais de 70% são utilizados em programas e projetos. Os 30 restantes vão para capacitação e para essa relação com o mundo do trabalho. Essa divisão pode ser explicada através do entendimento de que o desenvolvimento de projetos nos permite atingir um maior grau de interação dos campi com as comunidades em seu entorno. 

6 – A Proex conta com o apoio das Assessorias de Programas e Convênios e de Extensão, de Relações Internacionais e de Relações com o Mundo do Trabalho, recém instituída no IFRN. Como destacaria a importância de cada uma delas?

Assessorias de Programas e Convênios e de Extensão: lida com todo o gerenciamento e acompanhamento das ações de projeto e programas nos campi. O módulo SUAP Extensão, que foi pensado e planejado em função da realidade em que o IFRN faz extensão, veio para auxiliar a integração entre os 21 campi que constituem a Instituição e ele deve ser usado como coadjuvante no maior desafio da assessoria: ampliar as ações e conseguir que mais pessoas se envolvam com a extensão em cada unidade do Instituto.

Relações Internacionais: ela lida com as importantes atividades de internacionalização do Instituto e, inclusive, extrapola os limites das atividades da Extensão, pois atinge ações do próprio Gabinete da Reitoria. Aqui, seja na busca de convênios para a mobilidade de alunos, mobilidade de docentes e acordos de cooperação entre instituições, essa assessoria assume dimensão estratégica para a constituição de um IFRN mais visível e forte dentro e fora do Brasil.

Relações com o Mundo do Trabalho: é a aposta de ação estratégica tendo em vista a instituição ter se expandido para ser uma instituição de educação profissional com nível superior e de pós-graduação. É indispensável a participação e o engajamento das coordenações de extensão de cada campus na consolidação de tudo isso. Como sozinhos não faremos nada, devemos contar com cada unidade como braços de um único organismo, trabalhando em conjunto. 

7 – E quanto ao planejamento? O que servidores e alunos podem esperar da Proex?

Esperar que tenhamos recursos suficientes para custear todas as demandas que nos são colocadas. A Proex vem trabalhando nesse fomento a projetos, fizemos alterações, em 2016, no pagamento de bolsas e de custeio, que agora são feitos por meio de um cartão e está em análise sobre sua eficácia para os trâmites burocráticos da instituição. Agora vivemos uma fase de avaliação de todo o trabalho de 2016 para podermos planejar 2017. A ideia, também, é continuar com a prática de fomento aosNúcleos de Extensão e Prática Profissional e instituir um em cada campus do IFRN, sem esquecer o apoio aos Núcleos de Arte e Cultura. Pretendemos ainda, claro, dar continuidade aos projetos em andamento. Por fim, temos o grande desafio de captar recursos externos. Precisaremos buscar outras fontes para financiar os nossos projetos diante do cenário de escassez de recurso que se vislumbra.

 

Palavras-chave:
ensino extensao pesquisa servidores

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