“Tudo começou quando meus filhos foram selecionados para estudar no IFRN”. A narrativa é de Joana D’arc Ferreira dos Santos Bezerra da Cruz, egressa do Curso Técnico Subsequente em Manutenção e Suporte em Informática, do Campus Santa Cruz do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), que recebeu o apoio dos filhos para concluir o curso.

Joana interrompeu sua carreira acadêmica em 1981, quando parou de estudar, e seguiu sua jornada por outros caminhos. Apesar da interrupção, seu desejo de voltar à academia e seu apreço pelos estudos sempre foi inegável.

A mãe de Rômulo, Ivanilde, Remo, Iasmim e Rudá sempre fez questão de, no momento de educar seus filhos, mostrar o valor da educação. Mesmo suspendendo, ainda em 1981, sua própria jornada acadêmica, conseguiu ver seus dois filhos ingressarem no IFRN. Além disso, também se fez presente durante todo o processo, participando de reuniões e quaisquer chamados para construção da educação de seus filhos.

Participando das reuniões, Joana teve a oportunidade de conhecer melhor o Instituto, conversando com diretores, servidores de setores acadêmicos, professores e assistentes sociais. Ao observar o funcionamento do IFRN, a técnica pensava sozinha: “Ah! Se eu tivesse tido essa oportunidade.”

Os filhos de Joana tiveram a oportunidade de apresentar trabalhos acadêmicos em outros estados, participaram de jogos, teatro e diversas outras atividades.

Chegada ao IFRN

Em 2019, retribuindo o que sua mãe fez ao não deixá-los distante da educação, os filhos de Joana viram que estavam abertas as inscrições para o Curso Técnico Subsequente em Manutenção e Suporte a Informática e a incentivaram a inscrever-se. “Eu mesma achei que não conseguiria nem passar no exame de seleção”, contou Joana, que se inscreveu, mas sem muitas esperanças.

A partir daquele momento, entretanto, a vida de Joana D’arc estava prestes a mudar. A mulher que interrompeu sua trajetória em salas de aula há mais de 40 anos estava, mesmo sem saber, iniciando uma nova jornada. Rômulo, Ivanilde, Remo, Iasmim e Rudá acompanharam o edital e o cronograma, para não perder datas importantes e, claro, o dia de realização da prova.

“Fiz a prova e ficamos aguardando o resultado. Eu fui selecionada, sim, na primeira chamada”, contou, ao lembrar do momento de orgulho e felicidade que marcou sua aprovação. Joana D’arc foi e é tão presente na educação dos filhos que até recebeu mensagens de professores, que já a conheciam.

O primeiro semestre letivo da técnica foi presencial, porém, em 2020, a pandemia avassaladora da Covid-19 surgiu. Joana precisou dar continuidade ao seu curso de forma remota, solicitando e conseguindo os auxílios disponibilizados pelo Instituto para estudantes que não possuíam equipamento ou sistema de internet. Além disso, os filhos, seguindo os passos da mãe, se fizeram presentes e a ajudaram na jornada de conclusão do curso.

Ao lembrar de um momento marcante durante sua formação, ela conta que, um dia, estava assistindo a aula do professor Jerônimo Oliveira e comentou que, “no tempo de jovem” dela, não existia uma escola como o IFRN. O professor a respondeu com uma “injeção de ânimo”: “Joana, seu tempo é agora!”.

A aluna acreditou no que achava certo e, assim como a Joana D’arc do século XV, não seguiu as imposições do tempo. “Quando vejo que está havendo inscrição para exames de seleção, compartilho, posto nas minhas redes sociais, envio para meus amigos e amigas, incentivando jovens e adultos a estudarem no IFRN”, finalizou a estudante egressa, que percebeu, após 42 anos, que seu tempo é agora.