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Parceria desenvolve dispositivo que ajuda a diagnosticar doenças ósseas

Projeto Osseus cria método que atua de forma mais prática e barata

Publicada em 08/10/2021 Atualizada há 1 ano

Dispositivo usa ondas eletromagnéticas para diagnosticar doenças ósseas

Até o ano de 2050, os casos de osteoporose entre idosos no Brasil deverão ter um aumento de 32%. A projeção é da Fundação Internacional de Osteoporose, organização sem fins lucrativos, sediada na Suíça. As consequências mais graves, ainda de acordo com o relatório, serão as fraturas de quadris em pessoas acima de 38 anos. De acordo com levantamentos, atualmente, são registrados no Brasil mais de 120 mil casos desse tipo de fratura, havendo uma projeção de crescimento no número de ocorrências de 16% até 2020.

A osteoporose é apenas uma das doenças osteometabólicas, juntamente com a artrite, hiperparatireoidismo primário, raquitismo, entre outras, que afetam homens e mulheres com idades entre 40 e 50 anos. Para esses casos, o indicado é realizar uma densitometria óssea, exame que permite o diagnóstico precoce, determinando o início do tratamento e a prevenção de fraturas. Este método é o mais utilizado para medir a densidade mineral dos ossos, sendo, porém, um exame de alto custo e de difícil acesso para a população, por se tratar de um serviço de saúde disponibilizado somente na alta complexidade ou na rede especializada.

Diante de tais fatos, cientistas e pesquisadores do Núcleo Avançado de Inovação, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (Navi/IFRN), e do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Lais/UFRN) desenvolveram o Osseus, projeto de pesquisa que trabalha no desenvolvimento de um dispositivo portátil de fácil operação que tem como objetivo promover o diagnóstico auxiliar de doenças osteometabólicas, como a osteoporose.

Segundo informações divulgadas pela equipe do Osseus, a aplicação do dispositivo possibilita a detecção de pacientes com osteoporose e outras doenças ósseas já na atenção básica em saúde. Dessa forma, a doença, em estágio inicial, será detectada, o que possibilitará melhores resultados no tratamento e, consequentemente, melhor qualidade de vida para essas pessoas. O diagnóstico é realizado por meio de um dispositivo biomédico baseado em machine learning e ondas eletromagnéticas. A iniciativa surgiu de parceria entre o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, e o Lais/UFRN. No entanto, o trabalho foi todo desenvolvido no Navi/IFRN.

Resolução do problema

As pesquisas do Núcleo Avançado de Inovação (Navi/IFRN) e do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais/UFRN) desenvolveram o Osseus através de um método baseado em inteligência artificial e ondas eletromagnéticas para o diagnóstico auxiliar de doenças osteometabólicas. De acordo com o diretor executivo do Lais/UFRN, Ricardo Valentim, este trabalho “irá possibilitar a triagem de paciente com osteoporose já na atenção básica, o que favorece um melhor cuidado e ainda contribui para ampliar e democratizar o acesso aos serviços de saúde de melhor qualidade e mais eficientes”.

Trata-se de um dispositivo portátil de fácil operação, cujo princípio é ser de baixo custo. Isso permitirá um alto fator de escalabilidade, o que potencializa o seu uso em qualquer município do Brasil. O exame realizado pelo dispositivo é não invasivo e pode ser aplicado diversas vezes em intervalos de tempo menores, pois não há nenhum efeito colateral para os pacientes, diferente de outros métodos tradicionais.

Navi/IFRN

O professor João Paulo Queiroz é doutor em Engenharia Elétrica e de Computação pela UFRN, coordenador do Navi/IFRN e do projeto Osseus e pesquisador do Lais/UFRN. Além disso, João Paulo é professor do Campus Natal - Zona Leste do IFRN, onde dá aulas em disciplinas relacionadas à Computação. Ele comenta que a participação do Navi “demonstra que o IFRN desenvolve pesquisa para a melhor qualidade de vida da população.”

Publicação na Nature Scientific Reports

Os resultados obtidos no projeto Osseus foram tratados em um artigo, que virou publicação na revista Nature Scientific Reports, uma das publicações científicas mais importantes do mundo. O professor João Paulo Queiroz, coordenador do Osseus, comenta sobre a importância da publicação: “A notícia demonstra e ratifica a qualidade da pesquisa em inovação tecnológica do Navi/IFRN em nível internacional; e, claro, em parceria com o Lais/UFRN.”

Intitulado “The influence of antenna gain and beamwidth used in Osseus in the screening process for osteoporosis”, significa, em português: “A influência do ganho da antena e da largura do feixe usado no Osseus no processo de triagem para osteoporose”. Clique aqui para acessar o artigo.

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Pesquisa publicada na revista Nature Scientific Reports

Palavras-chave:
pesquisa

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