Portal IFRN

Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia em todo o Rio Grande do Norte

Dia Internacional das Mulheres

Mulher Federal: trajetórias e vivências que constroem o IFRN

Conheça a história de Rhena Lima, professora do Campus Ceará Mirim

Publicada por Ester Macedo em 21/03/2025 Atualizada em 21 de Março de 2025 às 15:15

A Coordenação Geral de Jornalismo e Imprensa da Diretoria Sistêmica de Comunicação Institucional (CGJI/Dici) elaborou uma série de reportagens em homenagem ao dia internacional da mulher. Ao longo das publicações serão apresentados desafios superados, memórias ternas, conquistas marcantes e conselhos para outras pessoas, mulheres ou não, sobre o futuro.

No centro dessa construção estão mulheres que, com dedicação e resiliência, moldam a trajetória do Instituto. Dando continuidade à série "Mulher Federal", que celebra o dia internacional das mulheres, conhecemos hoje a história de Rhena Raize Peixoto de Lima, professora de Língua Portuguesa no Campus Ceará Mirim.

Rhena Lima, professora do Campus Ceará-Mirim. Foto: Luciano Vagno
Rhena Lima, professora do Campus Ceará-Mirim. Foto: Luciano Vagno

Rhena é Federal

Rhena é professora do IFRN há 12 anos no Campus Ceará Mirim, onde coordena o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi). Além de professora, Rhena se destaca pelo impacto em seus alunos como pautas raciais e de inclusão.

Quais foram os maiores desafios enfrentados por você, enquanto mulher, nesse período trabalhando no IFRN?

“Em sala de aula, um dos maiores desafios é conquistar a confiança dos alunos quanto à nossa competência. Para as mulheres, esse desafio é ainda mais acentuado, pois sentimos a necessidade de adotar uma postura mais séria para sermos levadas a sério e para mostrar nossa capacidade no trabalho que realizamos. Em turmas mais resistentes, a introdução de novas metodologias se torna um desafio adicional, já que sem uma permissão explícita, muitos alunos se sentem à vontade para contestar as abordagens das professoras. Essa situação não é exclusiva deste Campus, mas está presente em diversos outros onde trabalhei. É muito claro que, em muitos casos, os alunos tendem a ser mais ousados e até mais ríspidos com as professoras do que com os professores”.

Ao olhar para os anos trabalhados na Instituição, quais conquistas você destacaria?

"Esta semana, encerrei uma das turmas e recebi relatos muito positivos de alunas que destacaram tanto o conteúdo quanto a minha presença em sala, mencionando o quanto isso as ajudou. É gratificante saber que elas conseguiram utilizar o conhecimento que compartilhei com elas. Neste ano, lemos duas autoras brasileiras negras, e muitas delas destacaram essas leituras como fundamentais para que pudessem perceber as dificuldades que as mulheres enfrentam e o quanto elas precisam lutar ainda mais. É notável ver o avanço dos alunos, não apenas no conhecimento e na aprendizagem, mas também no seu desenvolvimento enquanto seres humanos. Acredito que o professor deve estar atento às particularidades de cada aluno para poder transformar também esse aspecto”.

Tem alguma memória que te marcou aqui na Instituição?

"As conversas sobre as dificuldades que enfrento com minhas colegas de trabalho têm mostrado que as alunas reconhecem o tratamento diferenciado no mercado de trabalho. Ao discutirmos abertamente esses temas em sala de aula, conseguimos perceber o impacto positivo no empoderamento delas, na autoestima e na valorização do conhecimento que possuem, não apenas dentro do IFRN, mas também fora dele”.

Pensando no futuro, que conselho você daria para as meninas e mulheres que vão ingressar no IFRN?

"O conselho que eu dou para as mulheres e meninas da instituição, é que sejam firmes em seus posicionamentos, que conheçam seus direitos e jamais se deixem diminuir. As instituições, muitas vezes, ainda apresentam comportamentos machistas e misóginos. Por isso, acredito que essa seja uma luta diária e, por vezes, desgastante. No entanto, tenho me esforçado para me manter firme nos princípios que acredito, mostrando o meu valor não apenas para os meus colegas de trabalho, mas também para os meus alunos. Embora, em muitos momentos, eu me empolgue ao falar sobre currículo ou compartilhar o conhecimento que tenho, acredito que isso é fundamental, pois é através dessas ações que conseguimos transformar nossa realidade”.

Palavras-chave:
IFRN Dia Internacional da Mulher Mulheres

Notícias relacionadas