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Dia Internacional da Mulher

Mulher Federal: trajetórias e vivências no estágio em Comunicação

Conhecemos hoje as histórias de Cecília Melo e Ester Costa, estagiárias na Reitoria

Publicada por Giovanna Alves em 28/03/2025 Atualizada em 28 de Março de 2025 às 13:31

A Coordenação Geral de Jornalismo e Imprensa da Diretoria Sistêmica de Comunicação Institucional (CGJI/Dici) elaborou uma série de reportagens em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Ao longo das publicações foram apresentados desafios superados, memórias ternas, conquistas marcantes e conselhos para outras pessoas, mulheres ou não, sobre o futuro.

No centro dessa construção estão mulheres que, com dedicação e resiliência, moldam a trajetória do Instituto. Encerrando a série "Mulher Federal", conhecemos hoje a história das duas estagiárias que trabalharam na construção deste material, Cecília Melo e Ester Costa.

Ester Costa (esquerda) e Cecília Melo (direita) - Foto Luciano vagno
Ester Costa (esquerda) e Cecília Melo (direita) - Foto Luciano vagno

Cecília e Ester são federais

Cecília Melo e Ester Costa estagiam na Dici desde 2024, onde desenvolvem o trabalho de apuração, cobertura de eventos e reuniões, como práticas jornalísticas, seja textual ou de audiovisual. Durante esse período, as graduandas em Jornalismo se depararam com alguns desafios na realização das suas atividades, mas também alegrias e aprendizados. Confira abaixo a entrevista na íntegra com elas, que entrevistaram uma à outra para a construção desta matéria.

Quais foram os maiores desafios enfrentados por você, enquanto mulher, nesse período trabalhando no IFRN?

Cecília: “Eu acho que se provar é realmente um grande desafio para gente, porque tudo que fazemos tá sendo mais observado do que com um homem certamente seria. Eu acho que essa dificuldade ela se sobressai quando você é uma mulher preta, uma mulher LGBT+, enfim uma pessoa que já está à margem de certas garantias, então você tem que ser 200% melhor. E aí uma coisa que eu acho que foi bem desafiadora é que até no próprio jeito que você se expressa - sua vestimenta, por exemplo - vai dizer muito sobre você. Então, sempre vai haver uma comparação, que acho ser um grande desafio. Também acabamos por precisar tentar ser 1000% melhor para ser o mínimo para as outras pessoas”.

Ester: “Existem realmente muitos desafios, e, por mais que a Comunicação (em especial o Jornalismo) já tenha várias mulheres atuando, meu olhar - minhas sensações, na verdade - indicam que ainda é um espaço muito masculino, e a gente tá em destaque ali só para aparecer como uma cota feminina, mas normalmente nós não temos papeis de destaque. Então eu sempre tenho que estar realmente me provando quase à perfeição. Sendo muito perfeccionista, me levo, por vezes, ao extremo, pois sinto que preciso provar que eu sou boa, não só como uma estagiária, mas uma mulher no meio do Jornalismo”.

Ao olhar para o tempo trabalhado na instituição, quais conquistas você destacaria?

Cecília: “Eu acho que poder aprender sobre vários assuntos e conhecer tantas coisas diferentes, que, se não fossem pelo IFRN, a gente não saberia que essas coisas existem. Então ver apresentações culturais, saber de projetos de pesquisa tão interessantes, poder conhecer essas pessoas que fazem isso no dia-a-dia e poder conversar diariamente com elas, tudo são conquistas diárias, vindas de pautas que a gente consegue apurar. Eu acho que isso é bem marcante”.

Ester: “Estou no início de carreira. Comecei há um ano no estágio e estou na metade do curso, basicamente. Então, para mim, a grande conquista foi entrar no IFRN, que é uma instituição na qual eu acredito muito e que não conhecia, pois não sou daqui do RN. E ela já se faz muito presente na minha vida, primeiramente porque eu acredito muito na educação e acredito que o Jornalismo é um canal de informação na educação. Como uma mulher que, de certa forma, representa muita coisa - como ser mulher, LGBT+ e assim por diante -, eu acredito que, por mais que eu tenha várias, a minha principal conquista é entrar na instituição como estagiária. Espero que um dia possa voltar como servidora, para seguir somando na educação e na formação de estudantes”.

Durante esse tempo, qual memória mais te marcou na Instituição?

Cecília: “Eu acho que uma memória marcante foi poder cobrir a posse dos novos servidores, em 2024, ao lado dessa pessoa que está aqui na minha frente, me entrevistando.Foi muito legal poder ter essa experiência e eu acho que a própria série de reportagem sobre mulheres que estamos construindo está sendo muito marcante, poder sair dos muros da Reitoria e conhecer outros lugares, conversar com as pessoas cara-a-cara, enfim, está sendo construída uma memória que eu vou guardar no meu coração”.

Ester: “Olha, eu realmente ouvi várias mulheres dessa série, dizendo que são muitas memórias marcantes. Elas têm anos de carreira, mas eu acho que eu também já peguei muitas memórias em um ano começando aqui no IF. As minhas principais memórias são com estudantes. Eu fico muito feliz quando eu vou em um evento que tem estudantes e eles reconhecem o trabalho que a gente está fazendo. Há um tempo, eu fui no aniversário de Cleyton, nosso chefe, e o pessoal lá do Campus São Paulo Potengi, que eu nunca nem fui, me reconheceu, elas me conheciam! Essa é uma memória pra mim muito boa. Para mim é muito importante. Eu fico muito feliz de já ser conhecida pelo meu trabalho. Sim, essa é uma memória que me marca muito”.

Pensando no futuro, que conselho você daria para as meninas e mulheres que vão ingressar no IFRN?

Cecília: “Eu ainda estou começando também, mas, não é por causa disso que a gente também não tem maturidade sobre as coisas; então eu acho que um conselho para as próximas comunicadoras do IFRN, seja estágio, contrato, servidoras, é que elas se imponham sobre os conhecimentos que elas têm, se elas realmente sabem sobre aquilo elas devem manter essa posição. Eu acho que a gente ouviu em entrevistas isso de não poder recuar: a gente tem que seguir firme, tem que ter pulso firme e - sendo necessário, ser flexível às vezes. Devemos manter nossa posição de que, se a gente conhece, se a gente estudou, merece estar ali. Então esse é um conselho que eu deixo para todas que vão vir depois de mim”.

Ester: “Continuar. Muitos desafios vão aparecer, desafios em relação ao machismo, racismo, homofobia… e não só no IFRN, mas na vida. Isso, de certa forma atrapalha, e ao mesmo tempo nos deixa cansadas, porque é cansativo ter essa rotina, mas, vale muito a pena. Cada notícia, cada vídeo que eu participo, cada informação que eu compartilho, informação correta, verdadeira e objetiva, me faz feliz. Então eu espero que você que tem um sonho de ser jornalista, você que é uma mulher no Jornalismo, que você continue mesmo depois de todas as coisas que acontecerem, mas que você possa continuar”.

*Texto de Cecília Melo e Ester Costa, estagiárias atuantes na Coordenação Geral de Jornalismo e Imprensa (CGJI) na Diretoria Sistêmica de Comunicação Institucional da Reitoria do IFRN. Ainda participam da série Renan Felipe, também da CGJI, e Luciano Vagno, da Coordenação Geral de Promoção Institucional.

Palavras-chave:
Dia Internacional da Mulher

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