Portal IFRN

Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia em todo o Rio Grande do Norte

Dia Internacional da mulher

Mulher Federal: trajetórias e vivências na área de gestão e liderança

Conhecemos hoje a história de Gilmara Freire, diretora-geral do Campus João Câmara

Publicada por Cecilia Melo em 14/03/2025 Atualizada em 14 de Março de 2025 às 11:01

A Coordenação Geral de Jornalismo e Imprensa da Diretoria Sistêmica de Comunicação Institucional (CGJI/Dici) elaborou uma série de reportagens em homenagem ao dia internacional da mulher. Ao longo das publicações serão apresentados desafios superados, memórias ternas, conquistas marcantes e conselhos para outras pessoas, mulheres ou não, sobre o futuro.

No centro dessa construção estão mulheres que, com dedicação e resiliência, moldam a trajetória do Instituto. Dando continuidade à série "Mulher Federal", que celebra o dia internacional das mulheres, conhecemos hoje a história de Gilmara Freire, diretora-geral do Campus João Câmara.

Gilmara Freire - Foto: Luciano Vagno
Gilmara Freire - Foto: Luciano Vagno

Gilmara é federal

Gilmara é servidora do IFRN há 12 anos, e em sua jornada, a professora de Língua Portuguesa passou pelos campi Macau e João Câmara, onde esteve a frente da diretoria acadêmica por nove anos. Em 2024, Gilmara foi eleita diretora-geral do Campus João Câmara, e é a única mulher entre os 22 diretores do quadro atual. O depoimento sobre esse e outros desafios - e conquistas - podem ser conferidos na entrevista completa abaixo.

Quais foram os maiores desafios enfrentados por você, enquanto mulher, nesse período trabalhando no IFRN?

"Como eu estava dizendo, os desafios são inúmeros, mas é necessário. Eu costumo dizer que diariamente a gente zera o jogo. Todos os dias a gente tem que provar que é competente e ao final do dia a gente zera o jogo para o dia seguinte. Eu observo muitas vezes em algumas situações, não só no Campus, mas na instituição de forma geral, que quando se fala da competência de um homem, o tom é quase de constatação e quando se refere a competência de uma mulher, é um tom de surpresa. Então, eu acho que eu poderia pontuar dois aspectos, que é exatamente essa constante necessidade de comprovação, de competência, e um outro destaque que eu faço também é essa negação do crédito. Crédito das ideias e crédito das ações. Às vezes a gente tem conversas conjuntas sobre ideias e quando isso vai para o coletivo é como se o protagonismo fosse do homem e a mulher tivesse atuado ali como coadjuvante. Então, isso eu trago para a minha vivência, mas eu sei que ela é uma amostra de muitas mulheres que estão em cargos de liderança".

Ao olhar para os anos trabalhados na Instituição, quais conquistas você destacaria?

"Ao longo da trajetória, desde que eu assumi a função de liderança na frente da direção acadêmica, eu tive a oportunidade de partilhar, sobretudo, com muitas alunas, estudantes, e com muitas colegas de trabalho, essa vivência. Então, eu penso que a maior conquista, o maior legado é hoje de saber desses estudantes e servidores que já passaram pelo Campus, que a minha trajetória é para eles também um marco de inspiração. Então, penso que isso é um feedback de que nós estamos no caminho certo, fazendo uma construção coerente, pautada na ética, na responsabilidade, tendo consciência de onde nós estamos, do que estamos fazendo, o momento histórico, a relação com a sociedade e saber que, com o tempo essa minha trajetória vai marcando outras, a gente vai se atravessando nessas histórias, como uma colcha de retalhos".

Durante esses 12 anos, qual memória mais te marcou na Instituição?

"Uma memória bem recente está muito ligada à questão anterior. Foi durante a campanha para a direção geral do Campus, pois além do retorno da própria comunidade interna, do público eleitor que abraçou essa campanha como algo natural, genuíno e esperado, eu tive muita torcida e recebi mensagens de alunas e servidores que já passaram por aqui. Quando essas pessoas me mandam mensagem dizendo ‘que bom, chegou a sua hora’, como algo tão esperado e de forma tão espontânea e genuína, é uma resposta também de que eu estou no canto certo, eu estou no lugar certo. Fazer da coisa certa não significa acertando sempre, mas significa estar buscando o acerto".

Pensando no futuro, que conselho você daria para as meninas e mulheres que vão ingressar no IFRN?

"Eu queria começar com uma frase que talvez um pouco clichê, que diz ‘o lugar de mulher é onde ela quiser’. Mas essa frase, ela precisa vir acompanhada de uma reflexão, né? Quais são os fatores limitadores, estruturais que muitas vezes impede que essas mulheres ocupem esses espaços. Em uma função de gestão, sendo mulher, eu obviamente penso em mulheres como rede de apoio para estarem junto comigo. E fico pensando quais as motivações dessas mulheres muitas vezes refutarem o convite para ocupar um cargo de liderança. Tem a ver com uma série de fatores familiares, pessoais, estruturais, institucionais, que muitas vezes, limitam. Então o lugar de mulher onde ela quiser sim, mas é preciso também pensar em quando ela puder, como ela puder, não é apenas uma questão de querer. Então fica aqui o meu convite, sendo eu a única mulher eleita diretora, o meu convite a todas as mulheres dessa instituição que busquem ocupar esses espaços de liderança, esses espaços de decisão, junto conosco".

*Texto de Cecília Melo e Ester Costa, estagiárias atuantes na Coordenação Geral de Jornalismo e Imprensa (CGJI) na Diretoria Sistêmica de Comunicação Institucional da Reitoria do IFRN. Ainda participam da série Renan Felipe, também da CGJI, e Luciano Vagno, da Coordenação Geral de Promoção Institucional.

Palavras-chave:
Dia Internacional da Mulher Mulher Federal João Câmara

Notícias relacionadas

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.