Portal IFRN

Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia em todo o Rio Grande do Norte

Dia dos Pais

Laços de família: o amor do pai à escola é exemplo de vida aos filhos

Conheça a história de professor Mariz e seus filhos, na lição que inspira e transforma gerações

Publicada em 09/08/2021 Atualizada há 1 ano

Fotos: acervo pessoal.

Por Romana Alves, jornalista do Campus Natal-Central.

1969. Um aluno do ginásio entrava na escola onde ficaria para sempre, mudando a própria trajetória e fazendo história na Instituição que viraria casa. "Minha relação iniciou com a ETFRN pelos seus bancos escolares quando, em 1969, ingressei no 3º ano do ginásio industrial, por meio de um programa de intercomplementaridade da mesma com o Colégio Estadual Padre Monte. Na sequência, após aprovação em concurso público, assumi, em 1970, o cargo de Mensageiro - patamar inicial da carreira celetista na Instituição".

Do patamar inicial ao cargo máximo, o engenheiro e professor concursado da escola, Francisco da Chagas Mariz foi eleito três vezes para gestor da instituição, ocupando o cargo de direção e transformando diretamente a vida da comunidade. De acordo com ele, "A primeira, em 1990, representou um marco especial, da evolução acadêmica de um aluno a diretor e, em termos de trabalho, da mobilidade do menor ao maior cargo do quadro de pessoal".

E assim, degrau por degrau, o menino foi crescendo e, com ele, a escola crescia junto, ficando sempre a frente do seu tempo, deixando legados que atravessariam gerações e transformariam a vida de tantos outros estudantes: "Tratando de legados, como professor, o maior é poder reencontrar centenas de ex-alunos bem sucedidos na vida. Em termos de gestão, provavelmente o maior diferencial foi conquistar a Cefetização, elevando a instituição até o nível do 3º grau e, em decorrência, afastar o fantasma organizacional de estadualização da escola"

E assim, a escola teve as dificuldades superadas e se fez lar para ele, que sempre esteve do lado de dentro. Mariz, como é conhecido por todos, entrelaçou sua vida à Instituição, de forma que não há como lembrar de um sem falar do outro. E esse amor atravessou gerações, de pai para filhos: "O exemplo de competência, amor e dedicação dos pioneiros da "Escola da Salgado Filho" com os quais convivi e aprendi muito, somada à permanência ao longo de uma vida permeada de muitas lutas e vitórias organizacionais da ETFRN, Cefet-RN e IFRN, contagiou a família pela causa da educação e da organização", conta ele.

Uma causa pela qual seus filhos se dedicam todos os dias, inspirados no exemplo de devoção e amor do pai: "Enxergo meu pai como um exemplo tanto pelo lado pessoal, como pelo lado profissional. A trajetória de vida profissional dele no Instituto e o amor que sente por essa instituição me motivou a estudar no IFRN e depois me tornar professor no IFRS. Ele é uma referência para mim e para minha irmã", contou o filho Bruno Fernandes, ex-aluno do Campus Natal-Central do IFRN e professor do IFRS, no Rio Grande do Sul.

De um Rio Grande ao outro, o caminho é um só. Passo a passo, a admiração e a dedicação à escola por parte do pai inspiraram também a filha, Brenda Fernandes, professora do Campus Natal-Central do IFRN: "Papai começou a trabalhar ainda adolescente para ajudar a sua família e, desde então, nunca parou. No caminho percorrido, sempre se preocupou com as outras pessoas, até mesmo desconhecidas. Sua vida sempre foi para servir, para melhorar o ambiente ao seu redor. É muito inspirador conviver com alguém assim. Desde pequenininha frequento as solenidades da Instituição, então posso dizer que cresci dentro do Campus Natal - Central, mesmo não tendo lá estudado. Percebo que a trajetória de meu pai influenciou a mim e a meu irmão escolhermos, ainda que em áreas diferentes, ser professores da educação básica, técnica e tecnológica; para que escolhêssemos ser agentes de transformação social. A docência, sem que percebêssemos, nos envolveu profundamente. Hoje eu sinto que não seria plenamente realizada profissionalmente fora da docência. Além disso, para mim é motivo de muito orgulho poder frequentar diariamente o Campus Natal - Central, tendo-o como uma segunda casa, assim como o foi para o meu pai por décadas".

Décadas que ataram laços de família a um amor comum que pulsa educação: IFRN.