Inclusão
Instituto apresenta equipamento de costura para Pessoas com Deficiência em reunião com representantes do setor têxtil
O protótipo foi patenteado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial
Publicada por Cecilia Melo em 02/10/2025 ― Atualizada em 2 de Outubro de 2025 às 11:18
A Pró-reitoria de pesquisa, pós-graduação e inovação (Propi) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) se reuniu, nesta quarta-feira (1/10), com representantes do setor têxtil do estado. O encontro ocorreu no Centro de Tecnologia e Cultura Luzia Vieira de França (CTC) e teve o intuito de apresentar os trabalhos que serão desenvolvidos no espaço, bem como um equipamento patenteado pelo Instituto, que possibilita que Pessoas com Deficiência (PcD) usem máquinas de costura convencionais.
O dispositivo foi projetado para permitir que pessoas com deficiência motora nos membros inferiores operem máquinas de costura com as mãos livres, garantindo autonomia e igualdade no ambiente de trabalho. A invenção une-se à cadeira de rodas e utiliza comandos mecânicos simples para acionar o pedal da máquina, simulando os movimentos normalmente feitos com os pés.

Para o gestor do Hub de Inovação do IFRN e desenvolvedor da patente, Jorge Rabelo, o mecanismo tem condições de ser utilizado em larga escala na indústria têxtil: “o dispositivo foi pensado sem a inserção de muita tecnologia para que não tenha a dificuldade de que as pequenas confecções não possam usá-lo. Então é um dispositivo muito simples, de baixíssimo custo, muito fácil de fazer e que possibilita essa condição da cadeirante poder costurar sem usar o movimento das pernas”, disse.
Estiveram presentes representantes dos sindicatos de Fiação e Tecelagem e de Vestuário e Confecções; do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no RN (Senai); da Associação da Moda do RN e das máquinas de costura Jack Brasil.
A representante do Senai, Luciana TAl, destacou a importância desta tecnologia para as PcD e parabenizou o trabalho do Instituto: “além de dar a possibilidade de trabalho, essa inovação dá a dignidade à mulher, ou qualquer ser humano que queira costurar, e que não tem essa possibilidade”, declarou.

O diretor de inovação tecnológica do IFRN, João Teixeira, comentou sobre as patentes que o Instituto desenvolveu nos últimos anos: “é uma patente concedida para o IFRN junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e a ideia é que essa patente agora ela seja transformada em um produto que possa ser utilizado para a sociedade. É nessa perspectiva que nós estamos aqui no CTC para apresentar essa ação importante junto à comunidade acadêmica do IFRN e junto à comunidade local", informou.
O CTC
O CTC Luzia Vieira de França irá funcionar no prédio da Avenida Rio Branco, onde funcionava o Campus Natal-Centro Histórico. O espaço está sendo reformado para abrigar o desenvolvimento de projetos que promovem o saber técnico e a valorização da cultura local.
A pró-reitora de pesquisa, Francinaide Nascimento, também esteve na reunião e falou sobre os trabalhos a serem desenvolvidos no Centro: “as ações no CTC são de relevância para a revitalização do centro da cidade, com a promoção da inovação tecnológica e cultural. O IFRN tem empreendido esforços para fomentar e captar recursos. Dessa forma, o projeto com foco em moda e acessibilidade com vistas à promoção da dignidade de mulheres trabalhadoras da área têxtil têm impacto social”, comentou.
- Palavras-chave:
- Inclusão Patente Inovação PcD Setor têxtil