No Brasil, o dia 15 de outubro é dedicado ao Dia do Professor, uma data que homenageia os profissionais da educação que lecionam nas mais diversas áreas de ensino, e em diferentes níveis.

A origem desta celebração foi em 15 de outubro de 1827, quando Dom Pedro I decretou o Ensino Elementar, que determinava a descentralização do ensino, do salário dos docentes, das matérias fundamentais e do formato de contratação desses profissionais.

Neste ano, celebramos os 115 anos do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), uma trajetória construída por professores que acreditaram na instituição e nos alunos. Conheça alguns personagens que ajudaram a construir o IFRN:

“Eu não escolhi a docência, ela me escolheu”

Para a professora Ângela Patrícia, do Campus Apodi, a vocação para o magistério é um legado familiar. Mesmo após se graduar em Zootecnia e trabalhar na área de extensão rural, o chamado para educação sempre esteve presente. “Venho de uma família de grandes professoras que se dedicam à profissão com muito amor, e sempre me inspirou como elas conseguiam enxergar o potencial de cada aluno”, contou.

Esse carinho herdado das matriarcas professoras a acompanha diariamente, definiu para ela o que é ser um professor de verdade. Segundo Ângela, ser professor vai além de transmitir conhecimentos técnicos e científicos, trata-se de compreender limitações, despertar sonhos e transformar vidas.

De momentos marcantes, a professora não destaca um acontecimento apenas, mas as sensações sentidas nessa trajetória: “Costumo me emocionar com cada conquista dos meus alunos, especialmente nas formaturas, quando os familiares compartilham o crescimento desses jovens inspirados por nossas trajetórias. Isso renova minhas energias para continuar essa missão”, explicou.

“Gostava de brincar de professora”

Tudo começou quase como uma brincadeira de criança. Ainda bem pequena a professora Karina Oliveira, do Campus São Paulo do Potengi, se destacava entres os seus amigos da vizinhança quando a brincadeira era de ser professora, ao ponto de colaborar nas tarefas de casa e até na alfabetização dos sobrinhos. “Certo dia minha irmã comentou com pessoas da comunidade, do Passo da Pátria, que eu havia alfabetizado meus sobrinhos. Não demorou muito, surgiram pessoas me procurando para que eu começasse a ensinar, a oferecer aulas de reforço para as pessoas da comunidade”, disse.

Seguindo os conselhos, seguiu a carreira da licenciatura, completando esse ano os 20 anos do exercício da docência. E, logicamente, que durante esses anos muitos momentos, são muitas situações que vão marcando, delineando, provocando mudanças e avanços.

"Um dos momentos mais significativos foi quando comecei a trabalhar no IFRN Apodi. Minha experiência anterior era com estudantes dos anos iniciais, e eu temia que, no ensino superior, as relações não fossem tão significativas. Para minha surpresa, encontrei alunos extremamente afetuosos, com os quais pude estabelecer uma relação dialógica e respeitosa, seguindo os ensinamentos de Paulo Freire”, contou.

Para Karina, ser professor é cultivar a amorosidade, onde o trabalho se entrelaça com relações humanas e a formação de cidadãos. “A beleza dessa profissão está em contribuir para a formação de outras pessoas, enquanto também nos transformamos nesse processo”, conclui

“Transformações acontecem pela educação”

A trajetória do aposentado Anjelo da Costa na educação começou há mais de 60 anos, como um dos professores fundadores do Ginásio Industrial Joaquim Apolinar em Caicó. A ansiedade da primeira aula e a admiração pela estrutura física e organizacional da Escola Técnica são lembranças marcantes.

“Ser professor é acreditar que as transformações ocorrem por meio da educação. É lidar com a diversidade na sala de aula, onde cada aluno é único. É transferir conhecimento, iluminando o caminho dos estudantes e transformando realidades, despertando sonhos que impactarão o futuro”, concluiu Anjelo.