Uma pesquisa, fruto da dissertação de mestrado da nutricionista Wilma Fabiana Ferreira da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), revelou significativas melhorias na qualidade nutricional dos alimentos licitados pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) para a alimentação escolar. Publicado no periódico científico internacional Nutrients, o estudo analisou dados de compras públicas realizadas antes e após a pandemia de Covid-19.

Os resultados mostraram um aumento de 79% na aquisição de alimentos in natura ou minimamente processados e uma redução de 39% nos alimentos ultraprocessados. Esse avanço é atribuído à implementação da Resolução nº 6/2020 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que estipulou critérios mais rigorosos para a qualidade nutricional dos alimentos fornecidos nas escolas públicas.

Atuação

A pesquisa destacou, ainda, a importância de políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para promover uma alimentação saudável e sustentável, mesmo em períodos desafiadores como a pandemia. A atuação da equipe de nutricionistas do IFRN foi essencial para assegurar a execução das normas, superando as adversidades financeiras e sanitárias do período.

"Esses resultados evidenciam como a regulamentação de políticas públicas pode promover mudanças positivas na alimentação escolar, especialmente em cenários desafiadores como o período pós-pandemia. A maior presença de alimentos in natura e minimamente processados, assim como a redução de produtos ultraprocessados, é um reflexo direto das normas implementadas. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados para eliminar completamente os produtos com excesso de nutrientes críticos", afirmou Fabiana, autora da pesquisa.

Além de reforçar a qualidade das refeições escolares, o estudo apontou um aumento na compra de itens de fornecedores locais, contribuindo para a economia regional. "A publicação deste trabalho em uma revista de alto impacto reforça o compromisso do IFRN com a excelência acadêmica e a promoção de práticas alimentares saudáveis", disse o reitor do Instituto, professor José Arnóbio.