Empreendedorismo
IFRN assina primeiro contrato de fornecimento de tecnologia
Coiot, empresa da Incubadora Tecnológica Natal-Central, surgiu a partir de pesquisa desenvolvida no Instituto
Publicada em 28/06/2016 ― Atualizada há 1 ano, 8 meses
Na manhã de hoje (28), o reitor do IFRN, Wyllys Farkatt Tabosa, assinou o primeiro contrato de fornecimento de tecnologia da Instituição. O documento tem o objetivo de permitir a comercialização dos produtos desenvolvidos pela Collaborative Internet of Things (Internet das Coisas Colaborativas), ou simplesmente Coiot, que é o primeiro caso de spin off da Instituição. O contrato foi assinado também por Juscelino Pereira, sócio diretor da empresa, por Márcio Azevedo, pró-reitor de Pesquisa do IFRN, e Rodrigo Siqueira, diretor de Inovação Tecnológica da Instituição.
Na área de empreendedorismo, spin offs são empresas derivadas de outras, nesse caso, de um projeto de pesquisa iniciado no Campus Caicó do IFRN há 4 anos: o Samanaú - rede de coleta de dados sem fio. À época, Juscelino era aluno do curso técnico integrado em Informática e um dos integrantes do projeto, que tinha como orientadores os professores Moisés Souto e Max Miller. O projeto foi crescendo e deu origem ao Centro de Competências em Software Livre (CCSL), hoje presente em 6 campi da Instituição. O Samanaú ganhou mais colaboradores, como o professor Bruno Vitorino e outros estudantes de iniciação científica. Nesses 4 anos, foram cerca de 100 pesquisadores.
Com a apresentação em feiras e eventos científicos, o Samanaú começou a ganhar prêmios, como na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), promovida pela USP, em São Paulo, e o International Susteinable World Project Olympiad (I-Sweep), realizado em Houston, nos EUA.
A relevância do projeto conquistou também o apoio de importantes instituições nacionais de pesquisa. O Samanaú recebeu o apoio financeiro da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do CNPq, através de aprovação em editais públicos. Contou ainda com o apoio científico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Somos muito gratos ao doutor Manoel Carvalho, do INPE, que acreditou no potencial do projeto e nos deu todo o apoio possível, como também ao professor Belchior Rocha, reitor do IFRN durante o desenvolvimento do projeto. Foram as parcerias institucionais que permitiram que o projeto crescesse", destacou Moisés Souto.
"Chegou uma hora em que a gente não queria mais ganhar prêmios. A gente queria dar um passo adiante. Em todas as feiras e palestras que participávamos, os pesquisadores falavam que tínhamos uma oportunidade de inovação. Decidimos acreditar nisso", revelou Juscelino. Para ele, a abertura da empresa é um grande desafio. "Uma coisa é trabalhar com pesquisa científica. Outra é ir para o mercado. O Samanaú tem uma grande contribuição a dar a regiões mais distantes dos centros de pesquisa, pois apresenta uma solução acessível financeiramente para a coleta de dados ambientais. Venho do interior do estado e desejo que a Coiot consiga cumprir o seu papel social e tudo que se espera de uma empresa inovadora", completou.
"Sem o contrato, eles não poderiam comercializar uma tecnologia que não era deles", destacou Cynthia Souto, advogada da Coiot. A partir de agora, o ex-aluno do IFRN é oficialmente um empreendedor. De acordo com os termos assinados no contrato, 10% do valor faturado com a comercialização da tecnologia serão revertidos ao IFRN, o que deverá ser utilizado para a promoção de outros projetos de pesquisa, com potenciais parecidos com o do Samanaú. “Dessa forma, a gente estabelece um ecossistema propício à inovação”, explicou o pró-reitor de Pesquisa, Márcio Azevedo.
O Samanaú desenvolve uma tecnologia baseada em software livre para a obtenção de dados meteorológicos a baixo custo. Com isso, podem se beneficiar os setores agrícola (através de previsões meteorológicas) e da saúde (estudo da evolução de endemias em dadas condições climáticas), por exemplo.
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- pesquisa