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Reditec 2021

Gestores destacam a necessidade de investimentos financeiros para a educação profissional

Reitor do IFRN, professor José Arnóbio, realizou a mediação do Eixo 1: "Educação transforma vidas"

Publicada em 01/12/2021 Atualizada há 1 ano

Evento aconteceu em Brasília, com transmissão pela TV IFB, pelo YouTube. Foto: Gildo Júnior, IFRR

Para debater o tema  “Educação transforma vidas — pensando o ensino de transição que recupere a aprendizagem, que resgate, acolha e cuide do estudante”, foi realizada na manhã de hoje (1º) a mesa Eixo 1 da 45ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec). A Reditec 2021 é promovida pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), com organização do Instituto Federal de Brasília (IFB).

O evento teve a mediação do reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), professor José Arnóbio, com a participação do diretor do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), José Henrique Paim; da reitora do Instituto Federal Catarinense (IFC), Sônia Fernandes, e do secretários de Educação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), Getúlio Marques Ferreira. O evento foi transmitido ao vivo pelo canal da TV IFB no YouTube. 

Após depoimentos de estudantes da Rede Federal, entre eles da técnica em Meio Ambiente pelo Campus São Paulo do Potengi do IFRN Maria Geysiane Nascimento (aos 21’41 do vídeo), e da apresentação cultural IFSC Canta (aos 23’30 do vídeo), o reitor do IFRN, professor José Arnóbio, iniciou o debate com uma inquietação trazida a partir da palestra de abertura da Reditec, ministrada pelo filósofo Leonardo Boff.

O reitor lembrou as palavras de Boff, que incitou uma reflexão sobre o nosso papel no mundo, em um cenário de exclusão, aumento da pobreza mundial e devastação da mãe terra. “Diante desse cenário tão desafiador, como vocês entendem o papel dos Institutos Federais como espaço de interlocução com a sociedade brasileira?”, perguntou o reitor aos debatedores. 

O presidente do Consed, Getúlio Marques, iniciou as falas recuperando o processo de transformação das instituições da Rede em Institutos Federais. Getúlio é professor aposentado do IFRN e  foi coordenador de Orçamento e Planejamento, diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e secretário adjunto da Secretaria de Ensino Tecnológico (Setec/MEC). 

“Naquela época, quando a gente investiu para construir os campi, o Paim foi articulando recursos para o projeto. A gente ia com o pires e o orçamento foi sendo incorporado às Instituições. Se não tivesse sido isso, teria sido um desastre. Porque antes não era assim. Naquele momento foram criados os bancos de referência para professores”, lembrou o secretário de Educação. Para ele, um dos desafios da Rede Federal atualmente passa por uma transformação na busca por garantir o orçamento necessário para as ações. 

José Henrique Paim foi diretor executivo da Rede Federal durante o processo de expansão pelo país e enfatizou o papel transformativo da educação. “É uma necessidade que nós temos, em função até de um novo ciclo de desenvolvimento econômico mundial a partir de uma quarta revolução tecnológica que vêm com ingredientes muito distintos e onde a questão do pensamento crítico, a questão da gente conseguir despertar nos jovens o espírito da criatividade e da curiosidade vai nos levar a aumentar a nossa capacidade de inovação dentro de um projeto de desenvolvimento dos países. [...] Os Institutos Federais nasceram com esta visão: de preparar tanto para a cidadania quanto para o mundo do trabalho”, defendeu.

Já Sônia Fernandes destacou a questão do currículo e da interdependência entre conhecimentos. “Nós, enquanto Rede Federal, não podemos abrir mão daquilo que foi um avanço do ponto de vista da formação técnica, científica e educacional que é essa concepção de politecnia e de omnilateralidade, na qual a técnica, a ciência, não se descola dos impactos da sua relação com o desenvolvimento humano, social e ambiental. Enquanto potencial criativo, vem ao encontro do que Paulo Freire nos dizia, ou nos ensinava, da necessária vigilância e da necessária curiosidade epistemológica. E isso requer pensarmos outras racionalidades, como o Leonardo Boff nos disse ontem, de uma razão técnica instrumental para uma razão sensível e cordial. E como é que a gente traduz esses desafios no contexto dos currículos?”, indagou.

Os debatedores conversaram ainda sobre o papel da gestão no contexto da Rede Federal. Para eles, é necessário agir politicamente no sentido de dar continuidade ao projeto de nação e da educação profissional, científica e tecnológica de caráter cidadão. Como mediador, o reitor José Arnóbio finalizou com a canção de Gonzaguinha que lembra a necessidade de ter esperança e realizar: “fé na vida, fé no homem, fé no que virá. Nós podemos muito, nós podemos mais”. 

O tema da Reditec 2021, que segue até 2 de dezembro, foi “Reaprender, Reconectar e Reintegrar – o papel da educação profissional e tecnológica no novo mundo”. Acesse o debate na íntegra: