Sustentabilidade
Fábrica de combustível alternativo é inaugurada hoje (26) no Campus Ipanguaçu
O briquete vai atender principalmente à indústria cerâmica e é uma alternativa à lenha retirada da Caatinga
Publicada em 26/06/2014 ― Atualizada há 1 ano, 7 meses
Na tarde de hoje (26), acontece a inauguração da fábrica Briquetes Vale do Açu (BVA), instalada no Campus Ipanguaçu do IFRN. A inauguração tem início às 14h, no auditório do próprio Campus.
A fábrica é resultado do Projeto Caatinga Viva e foi construída com recursos do Programa Petrobras Socioambiental, que financiou o projeto. Desenvolvido pelo IFRN, Embrapa Solos, Cia. de Águas do Rio Grande do Norte (Caern), Associação Norte-Rio-Grandense de Engenheiros Agrônomos (Anea) e ONG Carnaúba Viva, o Caatinga Viva teve início em 2010, quando foi um dos 44 projetos selecionados pelo Petrobras Ambiental, entre 948 de todo país.
O Caatinga Viva objetiva estimular a criação de um arranjo produtivo local voltado à produção de um combustível alternativo à lenha retirada indiscriminadamente da Caatinga. Essa retirada agrava o quadro de desertificação no Baixo-Açu potiguar, já considerado grave pelo Ministério do Meio Ambiente, de acordo com o Programa Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil), em 2004.
De acordo com o pró-reitor de Pesquisa do IFRN, José Yvan Pereira Leite, "a ideia é que a BVA seja um incentivo à instalação de outras fábricas de briquetes na região, promovendo um funcionamento mais sustentável da indústria cerâmica da região". A fábrica será também um laboratório onde alunos e professores do Campus Ipanguaçu do Instituto poderão pesquisar outras composições de biocombustíveis. Os briquetes são as formas mais refinadas de biomassa, material orgânico, não fóssil, com conteúdo de energia química no seu interior. Com capacidade para produzir até 4.800 toneladas de briquetes por ano, a fábrica deverá ser operada por uma empresa participante do Programa de Incubação de Empresas do IFRN.
Segundo estudos dos pesquisadores Sílvio Tavares (Embrapa Solos) e Marília Estevão (IFRN), o consumo de lenha e carvão vegetal nas residências, padarias, queijarias, churrascarias e, sobretudo, nas fábricas de cerâmica vermelha nos nove municípios do Baixo-Açu beneficiados pelo Projeto foi estimado em 570.000 mil m3 ou 119.684,50 toneladas em 2012, o que equivale à devastação de uma área de 3.799,5 hectares ou 5.427,86 campos de futebol oficiais.
Acesse a página do Projeto Caatinga Viva.
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