O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) volta a ganhar destaque internacional com a conquista de Jorge Enrique de Azevedo Tinoco, técnico em Informática para Internet pelo Campus Natal-Central e vencedor do 3º Prêmio Ericsson de Produção Acadêmica. O pesquisador conquistou o primeiro lugar na categoria acadêmicos e receberá a premiação em maio, na Suécia — país sede da Ericsson e referência global em inovação tecnológica. A conquista valoriza a pesquisa científica nacional e também simboliza o papel fundamental do IFRN na formação de cidadãos preparados para os desafios do mundo.

Reconhecido como um dos concursos mais prestigiados da área, o Prêmio Ericsson destaca estudos inovadores voltados à propriedade intelectual e à inovação tecnológica. O trabalho de Jorge, intitulado “Danos punitivos como forma de combate ao holdout: uma perspectiva comparada entre Estados Unidos da América e Brasil”, analisa estratégias jurídicas para evitar abusos no uso de patentes tecnológicas. A pesquisa compara os sistemas jurídicos brasileiro e norte-americano, buscando compreender como diferentes abordagens podem contribuir para a proteção da inovação e o equilíbrio entre os interesses de inventores e da sociedade.

Do IFRN para o mundo

Após concluir o curso técnico em Informática para Internet no IFRN, Jorge Enrique ingressou no curso de Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde aprofundou seu interesse por temas ligados à inovação. Após a graduação, foi convidado a integrar um escritório especializado em patentes, em São Paulo. Atualmente, é mestrando na Universidade de São Paulo (USP), onde dá continuidade às suas pesquisas.

Apesar da mudança de área, Jorge reforça que a base técnica obtida no IFRN segue sendo essencial em sua trajetória: “por mais que eu tenha me afastado da área técnica em meus passos posteriores, tendo feito graduação em Direito, o curso técnico foi (e continua a ser) valiosíssimo na minha trajetória enquanto advogado e pesquisador em direito, pois continuo a trabalhar e pesquisar na área de interseção entre direito e tecnologia – inclusive software”, declarou.

Jorge não hesita em reconhecer o impacto que o Instituto teve em sua vida e na de sua família: “posso dizer tranquilamente que fazer o técnico integrado em Informática para Internet no IFRN foi um divisor de águas na minha trajetória acadêmica e profissional. Aliar o ensino médio com o curso técnico foi fundamental para abrir meus horizontes e enxergar oportunidades acadêmicas e profissionais que eu sequer cogitaria se não fosse pelo IFRN”, afirmou.

“Na verdade, estudar no IF não foi transformador apenas para mim, mas para minha família inteira, eis que minha mãe e dois tios são egressos da EFTFRN/Cefet/IFRN”, completou. O ex-aluno também lembra que seu primeiro contato com a pesquisa acadêmica aconteceu ainda no Instituto: “Muito antes da faculdade, foi no IFRN que me aproximei da pesquisa. Isso certamente colaborou com o desenvolvimento de minha curiosidade acadêmica e culminou com o reconhecimento pelo Prêmio Ericsson”.

Educação pública que transforma vidas

A trajetória de Jorge é exemplo do potencial da educação pública de qualidade e reafirma o compromisso do IFRN com a formação de jovens preparados para o mundo. Para ele, os laços com a instituição vão além do ensino: “tenho muita sorte de poder ter o IFRN como segunda casa. Levarei comigo os ensinamentos, os contatos e os relacionamentos com amigos, professores e colegas do IF para a vida toda”, disse o egresso.

O reitor do IFRN, professor José Arnóbio, também celebrou a conquista: “A história de Jorge Enrique é uma demonstração viva de que o IFRN é mais do que uma escola: é um espaço de transformação, de estímulo à curiosidade e ao pensamento crítico. Aqui, formamos cidadãos que não apenas constroem carreiras brilhantes, mas que também se tornam agentes de mudança. Casos como o dele mostram que nossos estudantes podem ir longe – e vão. O mundo está ao alcance de quem passa por aqui”.