Portal IFRN

Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia em todo o Rio Grande do Norte

Campus Canguaretama

Estudantes realizam projeto que utiliza energia solar em praia do RN

Ação tem o objetivo de recarregar equipamentos eletrônicos através da energia renovável

Publicada em 07/04/2022 Atualizada há 1 ano

Estudantes realizando ação na Praia do Amor, em Tibau do Sul.

A situação é a seguinte: você vai à praia, leva protetor solar, óculos escuros e seu celular. No entanto, percebe que esqueceu o carregador do aparelho, cuja bateria está nas últimas porcentagens. Busca alguma alternativa para recarregar o telefone móvel, mas não encontra. De repente, três jovens surgem, trazendo um guarda-sol, uma placa solar e o objetivo de recarregar seu aparelho utilizando energia solar.

É isso o que propõe o projeto ‘Instalação de mini painéis solares em guarda sóis de praia’, desenvolvidos pelos estudantes Yasmim Mendes Pereira, Vinícius Balbino Soares, David Lucas Souza Cruz, de 19 anos, egressos do Curso Técnico Integrado em Eletromecânica do Campus Canguaretama do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).

A ação busca instalar miniplacas solares em guarda-sóis de praias, a fim de recarregar equipamentos eletrônicos com energia emanada do Sol. A ação é coordenada pelo professor Bruno Vitorino. Ele explica que a ideia partiu dos estudantes que, “diante do desafio de escolher um tema para um projeto integrador, visualizaram a possibilidade de aproveitar a abundante energia solar nas nossas praias para carregamento dos eletrônicos, necessidade tão comum no nosso dia a dia”.

O projeto

Como explica David Lucas, a criação do projeto foi motivada pelo professor Aldayr Dantas de Araújo Júnior, ao assistir uma reportagem sobre um trabalho com uma temática semelhante. “Ele nos lançou o desafio, e nós, prontamente, aceitamos”.

A ação foi cadastrada através do Edital nº 01/2021 da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propi/IFRN), que trata sobre projetos de Pesquisa e Inovação em processo de fluxo contínuo. Segundo o professor Bruno Vitorino, durante sua execução, o projeto passou por duas etapas: uma para análise da viabilidade da instalação dos painéis econômica e tecnicamente; e outra, atual etapa, para a instalação dos equipamentos e coleta de feedbacks de usuários.

Para a execução do projeto, os estudantes utilizam um minipainel solar, um guarda-sol de praia, um cabo USB e um controlador de tensão acoplado à miniplaca. David Lucas conta que as miniplacas solares são feitas de silício, um material semicondutor, e possuem um polo positivo (com falta de elétrons) e outro negativo (com excesso de elétrons). “Ao incidir sobre a placa, a luz solar gera a movimentação dos elétrons, gerando uma corrente contínua”, explicou o jovem.

Antes de seguir para o aparelho eletrônico (celulares, caixas de som, computador etc.), a energia passa por um regulador de tensão, que tem a função de ajustá-la para chegar ao aparelho, através do cabo USB.

O trio já passou pela Praia do Amor, localizada em Tibau do Sul, na faixa litorânea meridional do estado. O estudante Vinícius Balbino relembra que as reações dos banhistas ao serem abordados pelo grupo: “Algumas pessoas já sabiam algo sobre a energia solar; outras não sabiam quase nada, mas todos demonstraram curiosidade em ir lá no guarda-sol e testar o equipamento. Uma situação memorável aconteceu quando um entrevistado comentou que seus pais, idosos, por não conhecerem a energia solar, falam que é algo ruim e que pode danificar sua residência”, contou.

Resultados e perspectivas 

Após uma pesquisa realizada com 30 pessoas, constatou-se que 100% dos entrevistados avaliam a ideia do projeto como “boa” ou “excelente”. 25 deles gostariam de utilizar a energia solar em suas residências. Houve, ainda, sugestões, como uma a busca pela possibilidade de fabricação os próprios painéis fotovoltaicos.

A estudante Yasmin Mendes ressalta que os próximos passos da equipe são ampliar a divulgação do projeto e estendê-lo para mais locais públicos, como paradas de ônibus. Segundo ela, para isso, o grupo irá analisar as possíveis parcerias que serão necessárias. Para a divulgação, os estudantes apostam nas mídias sociais, e talvez, em cartazes em locais públicos. Embora ainda não possua uma rede social exclusiva para as ações, o grupo pretende criar um perfil no Instagram.

O coordenador e professor Bruno Vitorino enfatiza a importância do projeto: “Considero importante tanto como pesquisa científica aplicada, cujos resultados podem servir de base para qualquer interessado em explorar a aplicação, seja de forma individual ou até mesmo comercial, quanto no aspecto informativo, levando ao público-alvo conhecimento sobre as possibilidades das energias renováveis” concluiu.

Por Emylly Aparecida da Silva, estagiária de Comunicação do Campus Canguaretama do IFRN;

e por Luciano Vagno, estagiário de Jornalismo da Reitoria do IFRN

Palavras-chave:
pesquisa

Notícias relacionadas