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Representatividade

Conheça o núcleo do IFRN voltado à diversidade e ao reconhecimento étnico

Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas reforça a importância da igualdade racial e cultural no Instituto

Publicada por Ester Macedo em 17/07/2024 Atualizada há 4 meses

A Diretoria Sistêmica de Comunicação Institucional (Dici) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) continua a série de matérias sobre os núcleos de apoio aos trabalhos de ensino, pesquisa e extensão da Instituição, vinculados à Pró-Reitoria de Ensino (Proen).

A sequência de publicações teve início no dia 9 deste mês, com a matéria especial sobre o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne). Dando seguimento, conheça o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi):

Estudos afro-brasileiros e indígenas

De acordo com o regimento do Núcleo, o Neabi é o grupo de trabalho e estudos permanente responsável por desenvolver e fomentar ações afirmativas no âmbito do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, com foco na igualdade e na proteção dos direitos de pessoas e grupos étnicos minoritários.

O objetivo do Neabi é ser o ponto de partida para discussões e orientações sobre uma educação pautada na diversidade cultural nos cursos de educação básica, técnica e superior, promovendo ações e protegendo os direitos de etnias que sofrem com práticas discriminatórias.

Os núcleos estão articulados através da Assessoria de Educação Étnico Racial, vinculada à Pró-Reitoria de Ensino (Proen), e ramificados pelos campi do Instituto, contando com uma coordenação em cada unidade administrativa, além de quatro servidores apoiadores da causa, que também compõem o grupo.

O assessor Gilson Junior destacou a relevância do Neabi para o IFRN: "nos últimos seis anos, realizamos uma série de debates que têm sido implementados. Alguns diriam que a instituição nunca discutiu tanto questões raciais como tem feito recentemente. Com quase 115 anos de existência, precisamos recuperar o tempo perdido e mostrar que existimos". Para explicar esse "tempo deixado", Junior faz referência a um termo africano: “Sankofa é um ideograma africano de Gana, que representa um pássaro voltando o pescoço para trás, ou seja, significa não ter vergonha em voltar atrás e pegar aquilo que foi deixado. Da mesma maneira, o Neabi tem esse papel”.

“Saindo do armário”

Uma das ações desenvolvidas pelo Neabi foi o projeto de Extensão "Saindo do armário", concebido para promover e fortalecer um ambiente de reconhecimento racial por meio da fotografia. Através dele, a comunidade negra do IFRN, incluindo estudantes, professores e funcionários de variados tons de pele e fenótipos, posou para fotógrafos, criando um álbum de imagens que celebra a negritude.

As fotografias foram capturadas em quatro campi: Apodi, Natal-Zona Norte, Pau dos Ferros e São Paulo do Potengi. A exposição viajou entre as unidades acompanhada de um armário, no qual encontrava-se um espelho, em uma analogia de olhar para si, com o objetivo de gerar autoafirmação e um convite para se libertar, explica Gilson.

A ideia surgiu com o egresso do curso técnico em Informática do Campus Pau dos Ferros, Pedro Vitor: “em 2019, eu tinha 17 anos e estava muito empolgado com essas questões de militância, em especial, referente à negritude. Eu lembro que, por ser um momento de descoberta, foi também um momento de muitas transformações e de se entender”, disse.

O nome "Saindo do armário" brinca com uma expressão conhecida na comunidade LGBTQIAPN+, mas, neste contexto, representa um processo de autorreconhecimento diferente. Vitor explica que, "naquela época, eu sentia certa pressão em relação à minha sexualidade, como se precisasse 'sair do armário', mas, naquele momento, eu buscava afirmar minha negritude. Assim, surgiu a ideia do 'Saindo do armário', um projeto que, ao contrário do que muitos pensam, não se trata de sexualidade, mas, sim, de reconhecimento e afirmação da identidade negra".

"Apresentamos ao Neabi e desenvolvemos o projeto em conjunto, como Núcleo e movimento. Com isso, os trabalhos começaram. Inicialmente, montei uma equipe de produção com a ajuda de alguns profissionais, e, então, fotografamos estudantes, técnicos, docentes e terceirizados, ou seja, todos", explicou.

O projeto alcançou muitas pessoas na comunidade do IFRN, desenvolvendo conversas e discussões para melhor compreensão da identidade negra, principalmente, para provocar o entendimento de que o corpo negro é diverso: “Sempre tem pessoas de pele mais clara, pessoas com o cabelo liso, com diferentes características”, pontuou o professor Gilson Junior.

“O projeto ‘Saindo do armário’ é um exemplo da importância da representatividade e da afirmação identitária no ambiente acadêmico. Através da fotografia e da reflexão, o Neabi e seus colaboradores têm promovido um espaço onde a diversidade é celebrada, e os direitos das minorias étnicas, protegidos. Com iniciativas como essa, o IFRN reafirma seu compromisso com uma educação inclusiva e equitativa, que valoriza a história e a cultura de todos os seus membros”, declarou o reitor do IFRN, professor José Arnóbio.

Pedro Victor Nascimento

Campus Apodi

Campus Natal-Zona Norte

Campus Pau dos Ferros

Campus São Paulo do Potengi

Palavras-chave:
IFRN Neabi Pesquisa

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