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Conexão Ciência encerra ciclo com evento em Jardim de Piranhas

Ação do IFRN conclui etapa no Rio Grande do Norte durante Expo IERN, reunindo estudantes, professores e comunidade para celebrar a ciência e o conhecimento

Publicada por Max Praxedes em 07/08/2025 Atualizada em 7 de Agosto de 2025 às 23:00

O que acontece quando uma instituição pública decide levar ciência, educação e afeto para os quatro cantos do estado? Essa foi a proposta que guiou o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) ao longo do primeiro ciclo do projeto Conexão Ciência, que percorreu diversos municípios potiguares com ações voltadas à popularização do conhecimento. Entre os dias 4 e 6 de agosto, esse ciclo chegou ao fim no município de Jardim de Piranhas, durante a Expo IERN 2025 — evento realizado pelo Instituto Estadual de Educação Profissional, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Norte (IERN) e que contou com a parceria ativa do IFRN.

O encerramento foi marcado por uma programação intensa, que reafirmou o compromisso das duas instituições com a democratização do acesso à ciência. Oficinas, salas temáticas, exposições interativas e apresentações culturais transformaram a cidade em um grande espaço de troca de saberes, onde o conhecimento circulou de forma criativa, acessível e envolvente. A presença do Conexão Ciência nesse momento final ampliou os horizontes do projeto, reforçando sua vocação itinerante e seu impacto social.

Mais do que concluir um percurso, o evento simbolizou um ponto de virada: o fim de uma etapa que deixa marcas profundas nos territórios por onde passou e abre caminho para novas ações. Ao integrar a programação da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), o Conexão Ciência reafirmou que, quando o fazer científico se aproxima das comunidades, ele gera pertencimento, inspira futuros e transforma realidades.

Mesa de abertura da Expo IERN 2025 (Foto: Max Praxedes)
Mesa de abertura da Expo IERN 2025 (Foto: Max Praxedes)

Conexão Ciência: atravessando municípios, criando futuros

Executado com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da chamada CNPq nº 08/2024, o projeto Conexão Ciência percorreu dez municípios potiguares com baixos índices de desenvolvimento humano, levando oficinas, palestras e experiências interativas que colocam a ciência como protagonista do desenvolvimento social e ambiental. Jardim de Piranhas se tornou o décimo município visitado e também palco do encerramento desse ciclo, se transformando em um espaço de celebração do conhecimento e da troca entre instituições, estudantes e comunidade.

Ao todo, estima-se que mais de 10 mil pessoas tenham sido impactadas pelas ações presenciais do projeto, voltado especialmente para estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública. A coordenadora, professora Magda Diniz, expressou entusiasmo ao comentar o encerramento simbólico: “estar em Jardim de Piranhas para concluir o Conexão Ciência foi muito significativo. Durante a execução do projeto, percorremos os municípios de Apodi, Ipanguaçu, Lajes, Santa Cruz, João Câmara, Ceará-Mirim, São Paulo do Potengi, Canguaretama, Nova Cruz e Jardim de Piranhas, com o compromisso de tornar a ciência acessível a todas e todos".

Ciência que ensina e cuida

A programação do evento foi aberta com a palestra “A ciência fala”, apresentada pelos professores Amadeu Albino e Glória Albino. “Vivemos em um momento em que a ciência é contestada o tempo inteiro. As pessoas já não sabem no que acreditar. Nossa palestra foi justamente sobre isso: mostrar como a ciência é construída, por que ela é confiável e de que forma ela pode, e deve falar com todos nós”, afirmou Glória.

Palestra com os professores Amadeu Albino e Glória Albino (Foto: Max Praxedes)
Palestra com os professores Amadeu Albino e Glória Albino (Foto: Max Praxedes)

Nos dias seguintes, o estacionamento do IERN se transformou em um verdadeiro laboratório a céu aberto: o Clube de Ciência do IFRN levou atividades interativas ao público de todas as idades, provando que aprender pode ser uma experiência sensorial, divertida e profunda. As ações reafirmaram o compromisso do Instituto com a democratização do conhecimento e a formação cidadã por meio da ciência.

O professor Amadeu Albino destacou a importância da presença do IFRN no evento como expressão de responsabilidade social: “participar da Expo IERN é reafirmar o compromisso do IFRN com a transformação social. É o momento de levar o conhecimento científico para além dos muros da escola, de apresentar projetos como o Clube de Ciência, o Vejo Ciência em Todos os Lugares e o Conexão Ciência, mostrando que a educação é um pilar essencial para a construção de um futuro mais justo”.

Essa mesma perspectiva de compromisso com a formação cidadã também esteve presente no minicurso “Primeiros socorros: conhecimento que faz a diferença”, ministrado pelo professor Ramon Paiva. A atividade integrou a programação como uma ação voltada à conscientização sobre cuidados básicos de emergência, destacando a importância do conhecimento aplicado à preservação da vida. Com linguagem acessível e abordagem prática, o minicurso reforçou o papel social da ciência no cotidiano das pessoas, ao oferecer orientações que podem ser decisivas em situações reais enfrentadas por estudantes, famílias e comunidades.

Minicurso “Primeiros socorros: conhecimento que faz a diferença” (Foto: Max Praxedes)
Minicurso “Primeiros socorros: conhecimento que faz a diferença” (Foto: Max Praxedes)

Ciência nas mãos dos estudantes

O Campus Ipanguaçu do IFRN participou da Expo IERN com uma exposição de maquetes e trabalhos acadêmicos na sala temática sobre energias renováveis. A iniciativa, coordenada pelo professor Daniel Chaves, integrou as ações do projeto Conexão Ciência e proporcionou aos participantes do IFRN a oportunidade de aplicar, compartilhar e aprofundar seus conhecimentos em um ambiente de troca e aprendizado coletivo. A participação ativa dos estudantes refletiu o potencial transformador da educação pública, especialmente quando aliada à pesquisa e à extensão.

Entre os expositores, estava o estudante Júlio Santos, do curso técnico integrado em Informática, que destacou a importância da vivência prática durante o evento: “apresentamos uma maquete sobre energia solar, mostrando seu funcionamento e benefícios sustentáveis. A experiência foi extremamente enriquecedora, pois tivemos a oportunidade de dialogar com o público, aprender e apresentar nosso trabalho com orgulho. Foi cansativo, mas muito gratificante ver a reação das pessoas. O IFRN é fundamental em projetos como o Conexão Ciência, pois leva o conhecimento além da sala de aula. Nessas iniciativas, a gente aprende na prática, desenvolve projetos e encara desafios reais. Isso fortalece nossa formação como estudantes e cidadãos. Além disso, estimula a criatividade, a pesquisa e o trabalho em equipe. É uma experiência que transforma".

Representantes do IFRN (Foto: Eduarda Macena/IERN)
Representantes do IFRN (Foto: Eduarda Macena/IERN)

Ciência que se vê, se toca e se aprende

Na sala “A Física mais perto de você”, estudantes do Campus João Câmara deram vida aos conceitos da disciplina com experimentos que surpreenderam o público e tornaram a ciência mais acessível. Painéis interativos, demonstrações sobre eletricidade, ótica e mecânica convidaram os visitantes a explorar os fenômenos físicos com as próprias mãos, criando momentos de aprendizado prático e encantamento. O espaço se destacou pela linguagem simples, pela didática envolvente e pela interação entre estudantes e visitantes, numa troca que aproximou saberes escolares da experiência cotidiana.

A proposta foi resultado de uma iniciativa coordenada por docentes do campus, como explica a professora Geneci Medeiros: “para nós, é fundamental que o IFRN contribua com a interiorização da ciência. Isso se concretiza justamente por meio de experiências como essa, com atividades experimentais, acessíveis e capazes de despertar o interesse do público. A sala temática foi uma forma de evidenciar esse propósito. Apresentamos conteúdos de mecânica, ótica e eletricidade de maneira simples, mas significativa. Essa parceria com o IERN reforça a importância de unir esforços em prol da educação científica no interior do estado”.

Representantes do Campus João Câmara do IFRN (Foto: Max Praxedes)
Representantes do Campus João Câmara do IFRN (Foto: Max Praxedes)

Meio ambiente e educação caminhando juntos

No último dia, o evento foi encerrado com a palestra “Quando a escola se une, o meio ambiente agradece”, conduzida por quatro alunas do curso técnico integrado em Logística, do Campus São Gonçalo do Amarante: Ana Beatriz, Ana Gabrielly, Ester Jamile e Maria Heloise, sob orientação da professora Magda Diniz.

A apresentação destacou como ações escolares podem gerar impactos reais na sociedade. “Falamos sobre nossa experiência na gincana da sustentabilidade realizada no Campus São Gonçalo, em 2023, onde arrecadamos cerca de 14 toneladas de resíduos que seriam descartados”, contou Ana Gabrielly. “Grande parte foi doada a uma cooperativa, que arrecadou cerca de R$ 6 mil e conseguiu fazer um Natal mais feliz para muitos trabalhadores. Foi gratificante compartilhar essa vivência no IERN e mostrar como pequenos gestos podem transformar vidas e inspirar mais pessoas a agir pelo meio ambiente”, concluiu.

Palestra “Quando a escola se une, o meio ambiente agradece” (Foto: Magda Diniz)
Palestra “Quando a escola se une, o meio ambiente agradece” (Foto: Magda Diniz)

Educação em conexão

A Expo IERN também foi um marco na integração entre o IERN e o IFRN, consolidando uma parceria que fortalece a educação pública no estado. Para o diretor do IERN de Jardim de Piranhas, José Cláudio, a presença do IFRN foi decisiva para o êxito do evento: “o IFRN é uma instituição reconhecida nacionalmente, e tê-lo conosco nesse momento foi extremamente significativo. Estamos completando apenas um ano e um mês de atuação, e essa parceria nos engrandece. A Expo IERN já é o maior evento educacional que Jardim de Piranhas recebeu, e contar com o Conexão Ciência como parte da programação foi algo histórico”.

Nas palavras de João Vitor, estudante do curso técnico em Informática do IERN, a experiência vivida no evento revela a potência do encontro entre instituições: “participar da Expo IERN foi algo que vou levar comigo. Tive a oportunidade de aprender com os estudantes do IFRN sobre maquetes, ciências e tantas outras coisas novas. Foi uma experiência marcante e enriquecedora”.

Representantes do IFRN e IERN no encerramento do evento (Foto: Max Praxedes)
Representantes do IFRN e IERN no encerramento do evento (Foto: Max Praxedes)

O reitor do IFRN, professor José Arnóbio, ressaltou o papel da ciência como instrumento de cidadania e transformação social: “os resultados do projeto Conexão Ciência demonstram o quanto a educação é desejada, esperada e necessária em cada território alcançado. Mais do que experimentos, foram levados escuta, trocas e acolhimento. Ver esse ciclo ser concluído ao lado do IERN é reafirmar que a ciência não se constrói de forma isolada — ela é, acima de tudo, um encontro”.

Ao final dos três dias de programação, o sentimento que pairava sobre Jardim de Piranhas era o de missão cumprida. A pergunta lançada no início deste texto encontra sua resposta no brilho dos olhos dos estudantes, no entusiasmo dos professores, no encantamento da comunidade. Quando duas instituições públicas decidem unir forças em prol da ciência, o que acontece é transformação. O que acontece é futuro. E, como demonstrou o projeto Conexão Ciência, o futuro pode, e deve, começar agora.

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