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Centro de Referência em Tecnologia Mineral retoma atividades

Um dos berços de Pesquisa do RN, CT Mineral une IFRN a outras instituições em parcerias estratégicas

Publicada em 02/07/2021 Atualizada há 1 ano

Centro de Referência em Tecnologia Mineral foi construindo em 2008, mas só foi concretizado 11 anos depois, após reforma do prédio.

Berço de pesquisas do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), o Centro de Referência em Tecnologia Mineral (CT Mineral), vinculado à Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional do IFRN (Prodes/IFRN), retoma seus trabalhos no primeiro semestre de 2021. Localizado em Currais Novos, na região do Seridó potiguar, o CT Mineral tem o objetivo de desenvolver projetos de Pesquisa, de Extensão e de Inovação Tecnológica, além de prestação de serviços tecnológicos nas áreas geológica, mineral e metalúrgica.

Em razão de cortes orçamentários e tendo uma pandemia como cenário, em meados de 2020 o Centro de Referência em Tecnologia Mineral diminuiu suas atividades, mas nunca fechou suas portas. “Sempre presente e disponível para as empresas, o Centro – diante de tantos percalços que aconteceram, muitos deles causados pela pandemia – passou por um período em que não houve atividades”, explica o agente de apoio ao Centro, Mariano Bernardo.

Nova fase

Com a chegada da nova gestão do IFRN, a retomada do CT Mineral passou a ser discutida, a fim de atingir as expectativas geradas há quase três anos. O pró-reitor de Pesquisa e Inovação, professor Avelino de Lima Neto, ressalta a importância do Centro de Referência de Tecnologia Mineral para a sociedade: “O CT Mineral se constitui em uma estrutura privilegiada para o desenvolvimento de ações de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação Tecnológica. A partir do fomento a essas frentes de trabalho, e através de parcerias com os setores público e privado, o CT tem grande potencial para impulsionar os arranjos produtivos locais por meio de pesquisas aplicadas e práticas inovadoras”.

Uma das ações propostas para a nova fase do Centro é a interligação entre a comunidade, os empresários da área e as instituições de ensino, assim como as áreas de Pesquisa, Extensão e Inovação Tecnológica do IFRN. Para isso, serão realizados eventos on-line e webnários. Recentemente, o CT Mineral lançou um edital, proposto pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propi). Por meio dele, estão sendo produzidos dois projetos de Pesquisa, derivados do Campus Avançado Parelhas: o primeiro, coordenado pelo professor Túlio César Soares, busca identificar possíveis rotas de processo produtivo para o aproveitamento de resíduos sólidos da Usina de concentração da Mina Brejuí, em Currais Novos. O segundo, que conta com a coordenação da docente Alinne Mirianne Martins, é voltado à caracterização química, granulométrica e mineralógica dos rejeitos da extração do pegmatito Dália, do município de Parelhas.

Ligado diretamente à Propi, o Centro está vinculado Prodes. A professora Antônia Francimar da Silva, que está à frente da pasta, comemora a nova fase: “Conseguimos promover a retomada das atividades do CT em abril deste ano, com a presença de gestores, estagiários, bolsistas e pesquisadores, comprometidos com a prestação de serviços à sociedade na área de mineralogia e desenvolvimento de Pesquisas cientificas e tecnológicas. Os campi Currais Novos, Parelhas e Natal-Central e a Funcern, junto à Reitoria, sob a coordenação da Prodes, da Propi e da Pró-Reitoria de Administração (Proad), têm feito todos os esforços para que o CT atinja sua capacidade máxima de produção e atendimento à comunidade acadêmica e produtiva da região do Seridó e de todo estado do RN”.

“A gente tem muita expectativa para a reinauguração. Estamos buscando melhorar, trazer novos trabalhos, novos ensaios, para aumentar nosso leque de ensaios disponíveis. Estamos fazendo o possível para que o CT seja muito próspero.”

Luana Carla, técnica de Mineração do CT Mineral

“A proposta da nova gestão é pegar todo o ideal que foi pensado em 2008, que foi reestruturado e aprimorado em 2019, e se reinventar, trazendo, dentro da mesma proposta, novas ideias, novas técnicas, novos métodos. É pegar isso e buscar melhorar”, acrescenta Mariano Bernardo.

João Teixeira, diretor de Inovação Tecnológica do IFRN, conta que o CT Mineral foi projetado para ser um centro de referência, a fim de atender às demandas produtivas locais de base mineral. Ele conta que o objetivo do Centro, além de gerar projetos de Pesquisa e Inovação, é prestar serviços à comunidade e capacitar mão-de-obra especializada na área mineral.

“O retorno das atividades do CT, 21º do Brasil e 2º do Nordeste e da rede de institutos federais, mostra o retorno de nossas Pesquisas envolvendo mineração; o retorno de novas ideias, de novos ativos e de propriedade intelectual, gerados por meio dos projetos de Pesquisa, de softwares que ajudem as empresas a gerar tecnologias para a área de mineração.”

João Teixeira, diretor de Inovação Tecnológica do IFRN

O início de tudo

Idealizado em 2008, o CT Mineral veio a se concretizar 11 anos depois, após uma reforma em 2018, sendo fruto de uma iniciativa entre o IFRN, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e a Universidade do Estado do RN (Uern). O projeto foi realizado em parceria com a Fundação de Apoio ao IFRN (Funcern) e com a Fundação de Apoio à Pesquisa do RN (Fapern).

“Foi uma experiência incrível, incrível. Muito aprendizado, tanto na área profissional como na pessoal. Na área profissional, aprendi muito sobre ter confiança no que você está fazendo e com quem está fazendo. Na pessoal, aprendi a valorizar ainda mais o trabalho de cada um que compõe o CT. O setor de mineração do nosso país é incrível e muito rico, e, apesar de ser uma área diferente da minha formação, eu aprendi muito sobre ele.”

Elizabeth Jeronimo, ex-estagiária

Em 2008, o professor José Yvan Pereira Leite, que estava à frente da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propi), identificou a necessidade de um centro tecnológico na região para tratar de assuntos relacionados à mineração. O professor, após receber o apoio da UFRN, Uern, Ufersa, Funcern e Fapern, deu início ao projeto.

“O CT Mineral é de grande valia, não só para Currais Novos, na região do Seridó, mas é uma referência na questão da Pesquisa mineral para todo o Norte e Nordeste brasileiro. Nós, da Prefeitura de Currais Novos, celebramos essa conquista importante. Trabalhamos e buscamos parcerias para o seu crescimento, pois entendemos que fica mais fácil para os mineradores da região ter acesso a tecnologias. Com isso, é possível incrementar novos projetos da área aqui na região, gerando novos empregos, mais informação e conhecimento.”

Odon Oliveira, prefeito de Currais Novos

Naquele ano, teve início a construção do prédio, na cidade de Currais Novos, a 172 km da capital potiguar. Porém, em 2018, o edifício passou por uma reforma, concluída no ano seguinte, concretizando de vez o CT Mineral do estado. Ainda em 2018, houve também a aquisição dos equipamentos necessários para as atividades. Também nesse período, foi montada uma comissão técnica, composta por professores da área da Mineração.

É o que comenta Mariano Bernardo, agente de apoio à gestão do Centro: “Para cumprir com seu papel, o CT Mineral tinha de ter equipamentos bem específicos relacionados aos laboratórios minerais. Também era necessário entender as necessidades das empresas locais, dos garimpeiros, dos mineradores e tudo mais, para ver como o Central poderia colaborar com o desenvolvimento local”. Para atender as demandas, a comissão criada realizou um mapeamento das necessidades. Com base nesse mapeamento, foi possível observar a relação das empresas e dos trabalhadores com o mercado financeiro nacional e internacional. Da mesma forma, analisou-se os estudos desenvolvidos na área de mineração, buscando novas propostas de Pesquisa, Extensão e Inovação.

Primeira fase do centro de Referência de Tecnologia Mineral

A inauguração do CT Mineral aconteceu em 2 de setembro de 2019. Como homenagem à pessoa que o idealizou, o prédio recebeu o nome “José Yvan Pereira Leite”, falecido em 10 de junho daquele ano. Mariano Bernardo lembra que, nessa primeira fase, foi feito um contrato de colaboração entre o IFRN e a Funcern, que ficaria responsável pelos assuntos administrativos, incentivo às pesquisas, aquisição de equipamentos e manutenção do espaço físico. “Pudemos prestar serviços tecnológicos às empresas, aos mineradores e garimpeiros a um preço mais acessível e, assim, ajudar essas pessoas a terem acesso à tecnologia, a laudos laboratoriais e à pesquisa, de uma forma rápida”, concluiu.

Palavras-chave:
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