Abril Indígena 2025
Campus Parnamirim promove ciclo de palestras
Programação contará com diálogos sobre ancestralidade, resistência e meio ambiente
Publicada por Jose Nascimento em 17/04/2025 ― Atualizada em 17 de Abril de 2025 às 09:01
O Campus Parnamirim do IFRN realiza, entre os dias 22 e 25 de abril, uma programação especial em alusão ao Abril Indígena 2025. O evento contará com palestras de lideranças indígenas e especialistas que têm atuado em diferentes frentes da luta pelos direitos, pela visibilidade e pelo respeito aos povos originários do Rio Grande do Norte.
A proposta da ação é fortalecer os debates sobre a presença histórica, os saberes ancestrais e os enfrentamentos contemporâneos dos povos indígenas no Brasil, em especial no território potiguar. Todas as atividades são abertas à comunidade acadêmica e ao público externo; a realização do Abril Indígena integra as ações de educação para os direitos humanos, a diversidade e a inclusão promovidas pelo IFRN.
Para a professora Maria Aparecida Fernandes, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do campus, o Abril Indígena cumpre um papel pedagógico e político importante. “Esse é um momento que nos convida a olhar para trás, para as nossas raízes, mas também a repensar o presente. A maioria de nós, pessoas brasileiras, carrega em si a herança de povos indígenas que já habitavam este território muito antes da chegada dos colonizadores. Reconhecer essa ancestralidade é um passo essencial para compreendermos quem somos hoje como nação”, afirmou a docente.
Ancestralidade e resistência
A abertura do evento acontece na terça-feira (22), com duas sessões da palestra "Nosso marco é ancestral. Sempre estivemos aqui.", às 9h e às 13h. A condução será do Cacique Luiz Katu, pedagogo e professor de Etnohistória, representante do povo Potiguara Katu. Reconhecido por sua atuação em prol da valorização da identidade indígena, o cacique trará reflexões sobre o pertencimento étnico e os processos históricos de apagamento e resistência.
Ainda na terça-feira, às 15h, será realizada a palestra "Invisibilidades, autoafirmação étnica e resistência indígena", ministrada por Jussara Galhardo Aguirres Guerra. Antropóloga, especialista em Antropologia Urbana pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestra em Antropologia pela Universidade Federal do Pernambuco, Jussara abordará os desafios enfrentados por comunidades indígenas nos contextos urbanos e os processos de construção e afirmação identitária.
Território e meio ambiente
Na quarta-feira (23), às 9h, a discussão gira em torno da defesa territorial com a palestra "A luta pela mãe terra é a mãe de todas as lutas", apresentada pelo Cacique Reginaldo José Felipe (morubixaba Ymembyra), representante do povo Potiguara Ibirapi, de Ceará-Mirim. Pedagogo e especialista em diversas áreas da educação, o cacique também atua como secretário-adjunto de Meio Ambiente e Causa Animal naquele município. A fala destacará a luta pelos territórios tradicionais e a relação intrínseca entre povos indígenas e a preservação ambiental.
Educação e presença indígena
A programação se encerra na sexta-feira (25), às 19h, com a palestra "Relações étnico-raciais e presença indígena na educação", ministrada por Glebson Vieira. O momento será dedicado à discussão das políticas educacionais voltadas aos povos indígenas e às possibilidades de construção de uma educação mais inclusiva, plural e conectada com as realidades originárias. Antropólogo, Glebson é professor do Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e coordenador do Curso de Licenciatura em Educação Intercultural Indígena da UFRN.
Identidade
Ainda segundo Aparecida, o evento busca provocar uma reflexão contínua sobre a identidade do povo brasileiro. A coordenadora do Neabi ressaltou também que esse tipo de atividade é essencial para desmistificar a ideia de um Brasil homogêneo e fortalecer o reconhecimento das contribuições dos povos originários para a formação social, cultural e histórica do país.
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