Quantas histórias podem ser contadas e vividas em uma década? A quantidade de narrativas que existem dentro de 3650 dias pode ser imensurável. No Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), há 10 anos, seguindo a valorização da educação e a expansão da capacitação profissional pelo estado, com inúmeras novas histórias, nasceram os campi Canguaretama, Ceará-Mirim e São Paulo do Potengi.

A construção dos campi, que fazem parte da terceira fase de expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, foi baseada em um conceito de sustentabilidade ambiental. Foram valorizados fatores como a geração de energia elétrica a partir da radiação solar, o aproveitamento da água de chuva para consumo humano e a instalação de estação para tratamento de esgoto.

As unidades possuem, ainda, um desenho arquitetônico voltado ao conforto térmico e visual de servidores, estudantes e comunidade externa. Juntos, com atuação nas regiões do Litoral Sul, Mato Grande e Território do Potengi, os três campi atingem direta e indiretamente mais de 480 mil pessoas.

Canguaretama

Localizado na cidade cujo nome significa “vale das matas”, em Tupi, o Campus Canguaretama tem capacidade para atender até 1.200 estudantes e comporta 60 professores e 45 técnicos administrativos. A unidade do IFRN atua em três eixos tecnológicos: Hospitalidade e Lazer, Informação e Comunicação, e Indústria, ofertando os cursos técnicos em Informática, Eletromecânica e Eventos. O Campus oferece, ainda, o Curso Superior de Tecnologia em Gestão do Turismo e cursos de formação inicial e continuada.

Flavio Ferreira, atual diretor-geral, destacando a área de atuação do Campus, sente orgulho das atividades realizadas pela unidade. “O sentimento é de orgulho de termos feito escolhas acertadas e de realização em ter visto nascer tantos resultados positivos que estão de maneira decisiva contribuindo com ampliação de oportunidades e transformado a vida das pessoas que vivem nessa região. São mais de 15 municípios atendidos”, contou.

Para os próximos dez anos, Flavio espera que “o Campus siga firme e renovado no caminho da educação de qualidade, da ampliação da cidadania, da valorização da diversidade e da inclusão”. De acordo com o gestor, ainda há muitos desafios por vir: “Temos muitos desafios ainda pela frente, como, por exemplo, abrir oferta de curso de EJA integrado à Educação Profissional e Tecnológica e verticalizar as ofertas de graduação em uma pós-graduação stricto sensu em nível de mestrado.”

Ceará-Mirim

O Campus Ceará-Mirim está localizado na região da Grande Natal e também leva um nome provindo de língua dos povos indígenas, a Tupi-Guarani. Seu campo de atuação é baseado em dois eixos: Informação e Comunicação; e Ambiente e Saúde. A partir disso, são ofertados os cursos técnicos em Informática, Manutenção e Suporte em Informática, Programação de Jogos Digitais e Equipamentos Biomédicos. A unidade impacta a vida de mais de 280 mil pessoas, desenvolvendo ações de ensino, pesquisa e extensão.

“O principal sentimento a tudo relacionado ao IFRN, principalmente ao Campus Ceará-Mirim, é gratidão”, revela Rosângela Lima, ao contar um pouco de sua história. “Ver que ao longo de dez anos o Campus continuou mudando e transformando a vida de muito jovens da região, assim como fez com a minha, enche-me, enquanto ser humano e enquanto professora, de esperança”, conta. “Esperança por ver como o IFRN tem um potencial absurdo de transformar pessoas, e como Paulo Freire há pouco disse, esses jovens, através da educação que lhes foi oportunizada, poderão transformar o mundo em um lugar mais justo e igualitário”, complementa.

Rosângela fez parte da primeira turma do Ensino Médio Integrado da unidade e acredita que o Campus a oportunizou “enxergar um universo inteiro além do que via e sonhava”. De acordo com a jovem, a atuação integral e social do Instituto foi fundamental em sua formação individual. “Todas as experiências que foram possíveis de vivenciar fizeram com que a formação propiciada pela instituição tenha sido um grande influenciador na minha luta por um mundo mais justo e igual, tomando a educação como caminho fundamental para o desenvolvimento cidadão dos indivíduos”, contou.

São Paulo do Potengi

Localizado em um dos municípios incluídos na bacia hidrográfica do Rio Potengi, o Campus São Paulo do Potengi foi inaugurado no dia 2 de outubro de 2013. Um dos principais objetivos da unidade é ofertar ensino público de qualidade a 1.200 estudantes. O foco de atuação do Campus é voltado às áreas de Construção Civil e Meio Ambiente, ofertando os cursos técnicos em Edificações e Meio Ambiente. As ações da unidade têm impacto direto e indireto sobre os onze municípios que compõem o Território do Potengi, onde vivem cerca de 80 mil pessoas, além de outras cidades da região Agreste.

Guilherme Maia, que fez parte da primeira turma do Ensino Médio Integrado do Campus, afirma que sua passagem pelo Instituto foi “a melhor oportunidade” que aconteceu em sua vida. “Várias portas se abriram desde o marcante dia 5 de maio de 2014, quando ocorreu o primeiro dia de aula. Serei sempre grato a todas as pessoas que contribuíram, naquele lugar, para meu crescimento acadêmico, profissional e pessoal”, conta.

Para o egresso, ver a unidade completar dez anos é significativo. “Nos quatro anos de curso, percebi o poder transformador da instituição na minha e na vida dos meus colegas e de suas famílias, e ver agora que ele está completando dez anos é muito representativo. Isso significa que milhares de famílias da região Agreste do estado também tiveram suas vidas impactadas pelo Campus São Paulo do Potengi", completou.

Guilherme, que atualmente trabalha ajudando adolescentes a ingressarem no IFRN, tenta mostrar à comunidade externa a grande oportunidade que se tem, mesmo morando em comunidades rurais ou periferias, ao ingressar no lugar que, segundo ele, já foi sua segunda casa.