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A arte como refúgio na abertura da IV Secitex do IFRN

Nuart do Campus Mossoró emocionou o público em apresentação que celebra as diferenças

Publicada em 30/10/2018 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Peça O Maquinário. Sofia é a primeira, da esquerda para a direita. Foto: Nathália Alyce (projeto 50 mm, Campus Natal-Cidade Alta)

Por Leandro Lima Ribeiro (estagiário, Campus São Gonçalo do Amarante)

A cada passo da dança, uma mensagem de confiança. A cada olhar dos atores, uma luz de esperança. O texto de O Maquinário revelou que todas as desigualdades podem ser superadas de mãos dadas, apesar das dificuldades encontradas no meio do caminho. Nesse intuito, o Núcleo de Arte (Nuart) do Campus Mossoró do IFRN, composto pela Banda Sem Retorno, o Grupo Andaluz de Teatro e a Cia de Dança Passo com Passo, abrilhantou a abertura da IV Semana de Ciência, Tecnologia e Extensão do IFRN (Secitex), na noite desta segunda-feira (29), no auditório do Campus Natal-Central.

Canelura, a cidade dos exilados e dos considerados “imperfeitos”, mostrou ao público que, embora as diferenças sejam uma condicional, elas devem ser consideradas, compreendidas e, sobretudo, respeitadas. As diferenças, segundo a peça, contribuem com a pluralidade de pensamentos, que traz ideias inovadoras e que contribui com o aprendizado. E a ciência, enquanto ferramenta de transformação social, pode e deve estar à disposição de todos para a redução de qualquer tipo de desigualdade.

O espetáculo, de acordo com Maria Luiza Lopes – coordenadora do Nuart Mossoró –, discute a concepção de padrões e defende que essa ideia de padronização apenas reforça a intolerância, dificultando o diálogo e a compreensão dos fenômenos com os quais lidamos no cotidiano. “O espetáculo pretende mostrar que padrões não existem e eles apenas dificultam a nossa convivência. Nós vamos mostrar que a Secitex é um lugar de desconstrução de padrões, um espaço de todos”, disse.

A dramaturgia e a produção, aspectos imprescindíveis para a construção de um bom espetáculo, foram desenvolvidos pelos próprios alunos. Ao todo, 45 pessoas estão envolvidas na elaboração do resultado final. Ao término, aplausos, sorrisos e emoções contagiaram o auditório, inclusive com lágrimas. No Nuart, o refúgio das diferenças. Na Secitex, a ciência para a redução das desigualdades. Nos corações, a esperança e a certeza de que, por meio de um passo de dança, é possível ser e fazer diferente.

Riston, um artista completo

Um dos dramaturgos de O Maquinário, Riston canta, dança e atua no espetáculo. No ensaio, de forma eufórica, transmitia convicção de que o mundo da cultura é seu. Autêntico e dono de uma presença de palco profícua, relatou que pretende viver de arte e ressaltou a importância da Secitex na formação dos alunos do IFRN. “Fico muito feliz em estar participando da Secitex. Esse evento foi muito importante para meu amadurecimento como artista”, relatou.

Sofia Vitória e a liberdade dos palcos

Se a arte é libertadora e até mesmo traduz o intraduzível, Sofia Vitória, aluna do curso de Eletrotécnica e integrante do Nuart-Mossoró. Sofia é transexual e um exemplo de que é possível, por meio dos palcos, encontrar soluções para incógnitas antes desconhecidas. Foi exatamente nesse espaço, onde é possível construir, reconstruir e desconstruir, que Sofia descobriu sua essência e, hoje, desprende-se doa padrões que, antes, sentia serem impostos. Nos palcos, encontrou a liberdade de ser feliz, de abraçar o mundo com sinceridade e de ser quem realmente sempre foi. A liberdade ecoou, em Sofia, como o voo de um pássaro que, depois da captura, pode abrir suas asas em direção da felicidade, dos bons ventos. “O acolhimento que eu tive no IFRN foi essencial para reconhecer como realmente sou. O Nuart, para mim, é refúgio”, contou.

Secitex 2018 

 

A Secitex, em sua quarta edição, tem caráter itinerante e integra sete eventos: XIII Congresso de Iniciação Científica (Congic), o V Simpósio de Extensão, a V Mostra Tecnológica do IFRN, o II Prêmio de Empreendedorismo Inovador, a IV Exposição Científica, Tecnológica e Cultural (Expotec) do Campus Caicó, a II Mostra Coletiva de Arte e a III Olimpíada de Robótica do IFRN. Neste ano com mais de 3 mil inscritos, conta com apresentação de 351 projetos no Congic, 157 no Simpósio de Extensão, 40 na mostra tecnológica, além de 80 inscritos no Prêmio de Empreendedorismo Inovador, 51 equipes na Olimpíada de Robótica, além de apresentações de teatro, música, vídeo e fotografia na Mostra Coletiva de Arte.

Secitex 2018

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