DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Mulheres Mil: quando um sonho se torna realidade
Cinelândia Bezerra mostra como o Programa oportuniza a formação profissional e a mudança de vida
Publicada em 08/03/2019 ― Atualizada há 1 ano, 9 meses
Oriunda do interior do Rio Grande do Norte, Cinelândia Bezerra,
costureira, é a personagem escolhida para homenagear e inspirar as
mulheres de todo o estado, hoje (8), no Dia Internacional da Mulher.
Ex-aluna do curso para Formação Inicial e Continuada (FIC) de Corte e
Costura, do Programa Mulheres Mil, no Campus Pau dos Ferros do IFRN, atualmente, se sente realizada: “recomendo [o curso], e gostaria de fazer novamente”, relata.
Com a oportunidade de realizar um sonho existente desde sua infância,
a egressa conseguiu adaptar seus horários de trabalho, à época, como
empregada doméstica, e estudos, para iniciar sua trajetória enquanto
aprendiz de costureira. Antes de se candidatar ao curso, Cinelândia
acreditava que era difícil ingressar na Instituição: “pensava que
haveria muitas barreiras, mas, graças a Deus, foi fácil. O IFRN é bom,
porque dá muita oportunidade para as pessoas”, conta.
O caminho para chegar ao curso foi repleto de aprendizados:
Cinelândia passou por formações em produção de doces e de cabeleireira,
mas o desejo de costurar sempre foi soberano em sua vida. Seu primeiro
contato com a atividade foi no Instituto: “desde pequena que eu tive
esse sonho, mas nunca fiz curso particular, porque não tinha condições
financeiras. O IFRN, além de disponibilizar [o curso] gratuitamente, nos
dava auxílio-transporte, o que ajudou bastante”, destaca. A egressa
afirma que o curso proporcionou a ela muito mais aprendizado, já que,
anteriormente, ela não sabia cortar, nem manusear a máquina de costura.
Mudança de vida
“O IFRN mudou completamente a minha vida”, diz. Hoje, a costureira
possui uma melhor estabilidade financeira: “eu mal tenho tempo vago,
porque eu estou no trabalho, costurando, e, quando chego em casa, vou
costurar. É maravilhoso”, fala, emocionada. O Programa Mulheres Mil
surgiu como uma possibilidade de aliar a educação ao trabalho, visando à
diminuição de problemas sociais em comunidades de baixo índice de
desenvolvimento humano. “Quero me aperfeiçoar mais, até o fim da minha
vida, eu só quero costurar”, conclui.
Cinelândia hoje tem suas máquinas em casa, adquiridas graças ao
conhecimento construído no Instituto, ao esforço para aplicá-lo e,
consequentemente, conquistar um lugar no mundo do trabalho. Para outras
mulheres, neste 8 de março, a mensagem da costureira é a de ter força e
tentar: “têm muitos profissionais prestativos e que merecem estar aqui
mesmo. O IF é muito gratificante”, completa.
Programa Mulheres Mil
O Mulheres Mil começou como experiência piloto em 2007, no Rio Grande
do Norte, e em 2011 foi institucionalizado pelo Governo Federal como
Programa nacional, por meio da Portaria do MEC nº 1.015, de 21 de julho
de 2011. A iniciativa tem o objetivo de aprimorar as oportunidades de
trabalho e de educação para mulheres em situação de vulnerabilidade
social.
No IFRN, desde 2011, foram formadas cerca de 3 mil mulheres, através
da Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Os principais cursos ofertados são
os de Formação Inicial e Continuada (FIC), como Auxiliar Administrativo
(12,9%), Camareira (10,8%), Modelista e Costureira em Geral (8,0%),
Cuidador de Idoso (7,7%), Zeladoria (5,9%), Costureiro (5,9%),
Processamento de Frutos (5,0%), Manipulação de Alimentos (4,5%),
Produtora de Derivados do Leite (4,4%), Corte e Costura (4,2%),
Beneficiamento e Gastronomia do Pescado (4,0%) e Processamento de Doces
(3,9%).
Em 2019, os campi do Instituto vão ofertar 20 cursos diferentes. Cada
mulher matriculada recebe o benefício de R$ 120 para permitir o
deslocamento até o local do curso. Além das aulas específicas da
formação profissional, elas têm disciplinas e atividades que buscam
aprimorar a formação social e a autoestima para buscar novas
oportunidades no mundo do trabalho ou acadêmico.