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COMEMORAÇÃO

Dia da Professora e do Professor: "Educar é ensinar os outros a viver"

Docentes do Campus Pau dos Ferros relatam experiências e inspirações profissionais

Publicada em 19/10/2021 Atualizada há 1 ano

"Dia do Professor" foi criado por Antonieta de Barros, primeira mulher negra a ser eleita, em 1934, deputada estadual por Santa Catarina.

"Educar é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes; é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços". Assim o Jornal Correio Brasiliense cita o discurso de Antonieta de Barros (1901-1952), primeira mulher negra a ser eleita no país, responsável pela criação do Dia do Professor no ano de 1948.


A data passou a ser celebrada nacionalmente em 1963, no governo de João Goulart, então presidente da República. O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), simbolicamente, presta homenagem na Reitoria e em seus campi a essa figura indispensável à construção de uma sociedade mais justa, humana e ética: saudamos professores e professoras pelo dia com uma matéria especial, que traz perfis e opiniões de docentes do Instituto sobre sua profissão e sobre os desafios atuais. Desejamos parabéns a cada professor e professora e, também, uma boa leitura a você.


“Não vejo profissão mais digna e fundamental.”

Ayla Márcia Cordeiro Bizerra, professora de Química I, Metodologia do Ensino de Química I e Química Orgânica Fundamental há quase dez anos no Campus Pau dos Ferros, admite que, apesar de ter sido um “tiro incerto”, ser professora foi um processo de descoberta maravilhoso: “hoje me sinto muito realizada profissionalmente.”

A professora conta que a docência é a profissão mais digna e fundamental, “nossa função é essencial desde os primórdios da humanidade, sobretudo nos tempos atuais, em que a formação humana e conceitual rege nova convivência e mudou de dinâmica com a era da tecnologia da informação e comunicação”, ratifica.

Quanto à experiência na modalidade remota, Ayla argumenta que, assim como  todos os professores, precisou se reinventar e aderir completamente aos recursos tecnológicos: “Nesse processo, a gente se reinventa, aprende e faz tudo para proporcionar um melhor ambiente de aprendizagem para os alunos.” A docente analisa a volta presencial sob a ótica de muitas sensações, e faz um apelo: ”A alegria de poder conviver um pouco mais próximo dos colegas, voltar ao Campus e conhecer pessoalmente os alunos, se mistura com o receio de um possível contágio, de nos por ou colocar alguém em risco. Não podemos descuidar das medidas preventivas!”.


“Estar sensível e disposto a aprender com as nuances e anseios do mundo e dos(as) estudantes”

Gleison Costa dos Santos, professor de Música, desde seus primeiros estudos da área foi orientado às possibilidades da carreira dentro do âmbito artístico-musical. Entre elas, estava o curso de Licenciatura em Música da UFRN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na qual se graduou e se tornou mestre. Durante sua formação, presenciou diversas discussões sobre a  formação do professor no curso de Licenciatura em Música, as quais, somadas às vivências dos projetos que participou, fizeram-o perceber que seu destino “já estava alinhado com a prática docente”, sentencia.

Para Gleison, ser professor “é estar sensível e disposto a aprender com as nuances e anseios do mundo e dos(as) estudantes, em um diálogo contínuo em que, como diria Paulo Freire, ‘quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender’ (...) ser um agente facilitador do conhecimento, contribuindo para a formação humana de cada pessoa que passa por sua vida.”

Apesar de entender que “a tecnologia passou a ser uma ferramenta ainda mais utilizada e pôde ajudar bastante nesses momentos de ensino remoto emergencial por conta da pandemia”, o professor comenta que se adaptar ao ensino remoto foi uma mudança brusca: “Em um dia estávamos em ambientes presenciais e, em outro, vendo apenas letras e fotos através da tela dos computadores”. Declara, ainda, que está com muita expectativa para a volta presencial, já que nela é possível sentir “a pulsação de todos(as)”, afirma.


“Ser formador de opiniões”

O desejo de transmitir todo o conhecimento adquirido durante a vida acadêmica e incentivar isso aos alunos foi o que motivou Emanuel Neto Alves de Oliveira, diretor geral e professor de Processamento de Alimentos, a escolher a carreira docente. Com 10 anos de profissão, dos quais 8 foram no IFRN, Emanuel acredita que a importância de ser professor está na possibilidade de “Ser formador de opiniões e ter a missão de contribuir com a formação de todas as outras profissões".

Durante o período de ensino remoto, o professor relata sua experiência como “um desafio enorme, uma mudança radical no modo de ver a educação e transmiti-la aos outros.” No entanto, enxerga como lado positivo “o nosso crescimento na utilização de ferramentas digitais que permanecerão em muitas atividades no retorno ao presencial.” Emanuel declara que, para ele, esse retorno é o mais esperado possível: quer sentir “o calor e o fervor humano” e ver “os olhos dos alunos brilharem a cada descoberta e aprendizagem.”.


“Podemos nos transformar e transformar vidas.”

Professor há 20 anos, Ulysses Vieira integra o quadro de docentes do Campus Pau dos Ferros desde 2009 como docente de Química e assegura que a magnitude da profissão é poder se transformar e transformar vidas. “O que me fez desejar a carreira docente foi/é a esperança real de construirmos um mundo melhor através da educação.”, também declara.

Para Ulysses, a tecnologia pode potencializar a prática docente: “A minha prática docente foi alterada com a presença constante e contínua das tecnologias digitais, já utilizava, mas era muito pouco. Hoje vejo que essas tecnologias podem potencializá-la”. O professor diz estar com as melhores expectativas para a volta às aulas presenciais e certifica: “vou agregar todas as coisas boas que aprendi no ensino remoto, com as atividades que desenvolvia no ensino presencial.”