Diante da retomada das atividades do calendário acadêmico, suspenso há cinco meses e meio em razão da pandemia do novo coronavírus, a rotina escolar dos estudantes do IFRN começou a mudar no último dia 05 de outubro, conforme aprovação para retorno as atividades remotas realizada pelo Conselho Superior do IFRN (Consup).

Os conselheiros do Consup entenderam que infelizmente, neste momento, a Instituição não tem como garantir um retorno presencial seguro às atividades acadêmicas, mas que o calendário deveria ser retomado. Diante desta demanda, surgiu a necessidade de conhecer a realidade de acesso dos estudantes a internet com o objetivo de ter dados que orientassem o planejando de ações a fim de viabilizar para que todos pudessem acompanhar as atividades propostas pelos professores. Perguntas como: Como são as condições de acesso dos estudantes aos equipamentos de tecnologia da informação e à internet? E como é o ambiente residencial de estudos? Foram alvo da pesquisa realizada pela Diretoria acadêmica do campus.

A preocupação da equipe do Campus nasceu do conhecimento sobre a realidade de boa parte dos alunos, que já se encontrava em situação de vulnerabilidade antes do começo da pandemia, e, ainda, dos números apresentados após o levantamento realizado com os estudantes sobre o acesso às tecnologias educacionais e condições de estudo em suas casas.

A pesquisa, que teve como objetivo o alcance a todos os 1.130 estudantes alunos regularmente matriculados no Campus, conseguiu até o dia 24 de agosto contactar cerca de 85% dos estudantes. A pesquisa foi realizada em duas fases. A primeira foi através do Suap, com 10 questões fechadas e 2 abertas, e chegou a 633 estudantes. A segunda, também com 12 perguntas, foi aplicada por coordenadores de cursos, professores e integrantes da Equipe Técnico Pedagógica (Etep) através de ligação telefônica. Nessa fase, 326 estudantes responderam às perguntas, totalizando 959.

RESULTADOS

Dos respondentes, 920 disseram possuir acesso à internet em casa enquanto 39 não. Dos que possuem, 879 fazem assinatura da prestação do serviço. Os outros 139 dependem de adquirir créditos no smartphone que usam ou no de outra pessoa do domicílio. E 9% do total não possui acesso a internet. Dentre o grupo de estudantes com acesso à internet, 258 não soube informar qual a velocidade de acesso, enquanto 404 contam com uma velocidade maior que 10 Mbps, 170 de 5 a 10 Mbps e 105 até 5 Mbps.

Entre os estudantes, 63% possui notebook, netbook ou desktop, próprio ou compartilhado com outro morador. Já 58% afirmou possuir smartphone ou tablet, pessoal ou compartilhado.

Os estudantes foram questionados se a internet a que têm acesso possibilita o acompanhamento de vídeos e de plataformas digitais de aprendizagem. As respostas foram: 862 sim, 77 não e 9 não possuem acesso à internet. Em outra questão, 273 responderam que têm condições de acessar mais de 8 horas diárias de internet para estudos, 250 de 2 a 3 horas; 204 de 4 a 5 horas; 70 até 1 hora; 131 de 6 a 7 horas e 20 responderam nenhuma hora.

Quanto ao ambiente de estudo, 223 responderam que não possuem um ambiente específico para isso, 318 disseram que utilizam um espaço compartilhado e/ou não silencioso e 418 afirmaram ter um espaço exclusivo para estudos e silencioso. Entre os estudantes, 581 disseram que recebem apoio familiar para o estudo, 298 contam com apoio virtual de amigos 194 disseram que não possuem.

Dentre os fatores que interferem no estudo em casa, os mais citados foram dificuldade de concentração (350 vezes), tempo dedicado às atividades domésticas (254), falta de orientação para estudo (221) e questões emocionais (129).

Além dessas informações, a equipe multidisciplinar do Campus ainda está preocupada com o atendimento aos estudantes com necessidades especificas que é realizado regularmente. Atualmente, 26 estudantes são acompanhados por equipe multidisciplinar de assistência pedagógica, por possuírem condições transitórias ou definitivas que impactam em seus processos de aprendizagem, como deficiências físicas, visuais ou transtornos de aprendizagem. Nesse contexto, os desafios que precisam ser assumidos para o retorno passam pela promoção das condições de acesso aos alunos.

O destaque positivo no levantamento das informações é o percentual de alunos que afirmou que tem apoio familiar ou de amigos para estudar em casa que chega a 61% e dos estudantes que afirmaram que contam com pelo menos quatro horas disponíveis para estudar, que são aproximadamente 63% dos respondentes.

Acesse o resultado completo da enquete direcionada aos alunos aqui.