Portal IFRN

Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia em todo o Rio Grande do Norte

OLIMPÍADAS 2016

Aluno de Eletrônica participa de revezamento da tocha olímpica

Convite surgiu após a repercussão nacional de um projeto desenvolvido por Iago no IFRN

Publicada em 06/06/2016 Atualizada há 1 ano, 3 meses

"Só quem tem essa oportunidade sabe o quanto o coração bate forte", disse Iago

A chama olímpica chegou ao Rio Grande do Norte neste sábado (4). Mas, um dia antes, o aluno de Eletrônica Iago Souza viveu o que disse ter sido uma das maiores emoções da sua vida: a condução da tocha na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. "Foi uma experiência incrível e inexplicável! Só quem tem essa oportunidade sabe o quanto o coração bate forte", relatou.

A ação de representar o RN no estado vizinho surgiu como um convite pela relevância de um trabalho desenvolvido no Campus Natal - Zona Norte AlAenquanto ainda era aluno, o projeto Crab. A palavra significa caranguejo em inglês e o projeto consiste na criação de um robô motorizado para facilitar a mobilidade de cadeirantes na areia da praia. 

Iago trabalhou na ideia junto a estudante Maraysa Silva, que fez o mesmo curso que ele, com a orientação dos professores Arthur Salgado e João Teixeira. O projeto é tão relevante que conquistou o prêmio máximo do quadro Jovens Inventores, do Caldeirão do Huck - R$ 30 mil. Todos os quatro envolvidos com o Crab receberam o convite para conduzir a tocha olímpica, mas Arthur e Maraysa não puderam estar presentes no dia. 

 

O IFRN com mais representantes

Às 10h30 deste sábado (4), a tocha chegou a São José de Mipibu, primeira cidade a percorrer no Rio Grande do Norte. De lá, ela foi levada a Parnamirim, onde Cícero Tavares, bibliotecário do campus do IFRN localizado na cidade, também teve a oportunidade de conduzir a chama. Cícero era corredor de provas de 5 km, 10 km e até meia maratona. Em 2009, sofreu um acidente que impossibilitou de continuar as corridas. Em 2014, durante os Jogos dos Servidores, promovidos pelo IFRN, voltou a praticar o atletismo. Hoje ele é paraatleta, na modalidade lançamento de dardos e disco e ocupa a segunda colocação no ranking internacional de atletismo na prova de lançamento de dardo. Está credenciado para as Paralimpíadas de 2016, mas seus planos são participar dos Jogos do Japão, em 2020.

Ainda em Parnamirim, a tocha foi conduzida por Anizia Esther Nunes da Nóbrega, aluna do 2º ano do curso Técnico Integrado de Mecatrônica do Campus Parnamirim. Anizia é surfista e atual tetracampeã de surf estadual escolar. Ela começou a surfar aos 3 anos, sempre incentivada pelo seu pai e também técnico, Sérgio Ricardo. “Me sinto privilegiada por ser escolhida para carregar a tocha olímpica e feliz por ser reconhecida como uma boa atleta”, confessou.

Já eram quase 19h quando o professor João Teixeira, que orientou o projeto Crab, chegou ao bairro de Ponta Negra, em Natal, onde recebeu a chama olímpica. Alguns minutos antes da sua chegada, caía sobre a cidade uma chuva leve, mas nem isso atrapalhou o momento. A chuva parou e João recebeu das dezenas de amigos, familiares e curiosos que o esperavam todo o incentivo para realizar o trajeto que o cabia. Ainda teve o privilégio de ver um carro da Nissan, uma das empresas patrocinadoras do revezamento da tocha, com um letreiro luminoso com o seu nome, além de músicos animando o trajeto com frases voltadas diretamente a ele. 

Como foram convidados, ele e Iago tiveram esse diferencial em relação aos outros condutores, além de poderem de guardar como recordação a tocha que carregaram. "Foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida carregar esse símbolo que é a tocha. É como eu venho falando: quem carregou a tocha não foi o professor João Teixeira, foi toda a comunidade do IFRN", declarou o professor.

Poucos minutos depois de João, foi a vez de Rafael Revoredo receber o fogo olímpico para também fazer o seu trajeto, que durava cerca de 3 minutos para cada condutor. Rafael se formou no curso técnico integrado em Controle Ambiental do Campus Natal-Central e hoje faz o curso de Ciências Biológicas na UFRN, dando continuidade aos estudos na área. Enquanto fazia o técnico integrado no IFRN, ele se envolveu em trabalhos voluntários junto a AFS Intercultural, ajudando alunos que faziam ou desejavam fazer intercâmbio estudantil entre diferentes países. As experiências o motivaram a se cadastrar como voluntário para trabalhar nas Olimpíadas 2016 do Rio. "São os voluntários que ajudam a construir essa festa toda que são os jogos olímpicos. Eu acho que o trabalho voluntariado de uma forma geral é muito importante. É muito gratificante e te proporciona momentos como esses", disse o estudante.

A tocha seguiu o revezamento e eram mais de 20h quando a estudante Cristhiane Neves, do curso de Controle Ambiental do Campus Natal-Central, recebeu a chama olímpica na Avenida Prudente de Morais, próximo a Arena das Dunas. Criss, como é conhecida, treinava jiu-jitsu quando sofreu um acidente que a fez perder um dos braços. Três meses depois de sair do hospital, voltou ao tatame.“Um amigo meu me indicou e foi por ele que entrei no site da Coca-Cola e contei minha história, passei pelas seletivas e fui selecionada. Fiquei muito feliz, pois esse é um momento muito importante para um atleta e também para o estado em que ele mora”, comentou. Minutos antes de conduzir a tocha, sua alegria era tanta que não conseguiu explicar o que estava sentindo. "É emoção demais representar Natal e o Rio Grande do Norte", declarou. Logo depois de Cris, o paratleta Clodoaldo Silva encerrou o revezamento em Natal e acendeu a pira olímpica.

No RN, a tocha será conduzida por um total de 265 pessoas. Outros três estudantes do IFRN ainda participam do revezamento da tocha, que vai passar pelas cidades de Lajes, Angicos, Assu e Mossoró, totalizando 22 km percorridos. Ao final de todos os trajetos, cerca de 12 mil pessoas em 329 cidades brasileiras terão conduzido a tocha, acesa em 21 de abril, na Grécia.