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MULHERES JOVENS CIENTISTAS

Projeto do Campus estimula formação matemática de estudantes

Composto por mulheres, grupo de pesquisa investiga episódios da história da Matemática e seu uso pedagógico na formação de estudantes

Publicada em 30/01/2023 Atualizada há 1 ano

Projeto proporciona inserção de mulheres na pesquisa

Os cálculos matemáticos, embora surpreendam muitas pessoas, estão presentes, principalmente, na História. A Matemática marca um importante passo do desenvolvimento humano e, assim como o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), abre possibilidades para amantes de cálculos, números e teorias. 

Composto pelas estudantes Andreza Gabriely de Freitas Pereira, Rayssa Beatriz Ribeiro Cavalcante e Lurdes Beatriz Oliveira Silva, que são do Campus Natal-Zona Norte, o projeto intitulado “AL-KHWARIZMI E OMAR KHAYYAM: investigando similaridades e diferenças entre álgebra e geometria" busca incentivar um maior interesse de alunas do ensino médio para o campo da iniciação científica, em particular da Matemática. 

A atividade integra um grupo maior de ações, que auxiliam o processo de ensino e aprendizagem de matemática no ensino médio, desenvolvendo projetos de iniciação científica sobre fatos da história da Matemática. O projeto, orientado pelo professor Severino Gomes, atua com foco em duas obras matemáticas da época do império islâmico medieval: o livro sobre o cálculo de álgebra e al-muqabala de al-Khwarizmi e o Tratado sobre as Demonstrações dos Problemas de Álgebra e al-Muqabala de Omar Khayyam. 

No desenvolvimento das atividades do projeto, as jovens pesquisadoras realizaram um estudo investigativo preliminar entre os dois tratados algébricos, buscando similaridades e diferenças entre eles. O objetivo principal foi estabelecer comparações entre os tratamentos algébricos e geométricos na resolução de equações polinomiais de segundo grau nas duas obras históricas. Ao fim da pesquisa realizada, as estudantes apresentaram os resultados parciais na Semana de Ciência e Tecnologia do Campus, e a conclusão continua em andamento. 

Severino Gomes, orientador do projeto, destacou o desenvolvimento pessoal e acadêmico das estudantes, e salientou a importância da atividade no processo: “Observou-se a importância na formação intelectual e pessoal das pesquisadoras em relação à aprendizagem Matemática, à autonomia nos estudos, à sociabilidade, à responsabilidade e ao desenvolvimento de atitudes, habilidades e valores necessários à educação científica”, disse.


Mulheres cientistas

Andreza Pereira, agora egressa do IFRN e do projeto, afirmou que fazer parte foi desafiador, mas enxergou a importância da realização da Pesquisa e persistiu: "Participar do projeto foi um desafio, pois eu não me identificava com essa parte da Matemática. Ao longo do projeto, vi a importância de toda a Pesquisa que meu grupo estava fazendo, e como seria bem mais fácil usar esses métodos que pesquisamos dentro da sala de aula para o entendimento dos alunos que tinham dificuldade na disciplina, assim como eu”, contou.  

"Particularmente, sempre me inspirei em cientistas mulheres. Sempre achei suas histórias fantásticas e imaginei que algum dia eu poderia estar lá. Fazer parte desse projeto me mostrou que não era impossível", disse Lurdes Beatriz. "Mulheres tendem a não serem encorajadas a seguirem algumas áreas acadêmicas, e essas áreas acabam sendo predominadas por homens, e quanto mais mulheres ocuparem esses espaços, mais mulheres poderão ver que são capazes de estarem lá", completou.