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PREMIAÇÃO

Jovens conquistam menções honrosas em fórum de pesquisadores no Chile

Delegação levou à mostra pesquisas desenvolvidas no Campus. Evento terminou na sexta (30)

Publicada em 04/09/2019 Atualizada há 1 ano

Daniel foi um dos alunos do Campus no evento. Em sua pesquisa, propõe utilizar fibra da casca do coco verde para produzir fibrocimento

A noite de sexta-feira (30) foi comemoração para três estudantes. Daniel Santos, Eloiza Duarte e Rayslanny Barbosa receberam no Foro Internacional de Ciencia e Ingenieria (FICI 2019), em Santiago, no Chile, duas menções honrosas pelos seus projetos de pesquisa.

 

Fibrocimento: eficiência e sustentabilidade

O Projeto Fibrocimento, desenvolvido por Daniel, de Eletrônica, propõe a aplicação e tratamento adequados da fibra de coco verde para utilização como carga na produção de fibrocimento, material resultante, nesse caso, da união do cimento com fibras vegetais, a partir do estudo de modificações dessas fibras, aumentando sua resistência e molhabilidade. O trabalho, outrora desenvolvido pelos estudantes Caio Pereira e Júlia Nunes, recebe orientação do professor Roberto Lima.

Para o aluno, é interessante aproveitar a fibra do coco verde, o qual, segundo dados da Urbana, compõe cerca de 20% do total de rejeitos orgânicos coletados por dia em Natal. "A adição dessa fibra na fabricação de material de alvenaria é uma estratégia economicamente viável e sustentável, tendo em vista a redução dos custos das construções de cisternas, coberturas e moradias, com ganho significativo em eficiência energética. O seu uso ajuda, ainda, a combater o descarte inadequado de milhões de toneladas desse material que causa problemas ambientais, contribuindo para a formação de gases do efeito estufa", disse.

A equipe constatou por meio de medições de temperatura, utilizando protótipos na forma de pequenos telhados aplicados em maquetes com as mesmas dimensões, que a fibra de coco verde apresenta grande eficiência no que diz respeito ao isolamento térmico, apresentando potencial no ramo energético, dada a significativa redução de consumo de energia elétrica que pode oferecer.

Vale salientar que a participação do aluno no evento só foi possível graças aos recursos obtidos no Campus e na Pró-Reitoria de Pesquisa do IFRN, destinado a fomentar a participação de estudantes em eventos de caráter acadêmico-científico. 


Biofilme que prolonga vida útil de alimentos

Para resolver a problemática do desperdício de frutas e hortaliças, Eloiza e Rayslanny deram sequência à produção e ao aperfeiçoamento de um biofilme comestível, que, ao ser envolvido em alimentos como acerolas, cajás, pimentões, morangos, tomates e uvas, reduz as taxas de degradação das frutas e hortaliças, apresentando uma alternativa natural e viável para a obtenção de um maior tempo de conservação dos alimentos. "Conseguimos prolongar o tempo de preservação desses alimentos em até 15 dias fora da geladeira", revelou Rayslanny. 

Pela primeira vez no exterior, a estudante não tentou esconder a alegria de participar do fórum de pesquisadores. "Sempre imaginei que estudar no IFRN poderia me levar longe, mas não tão longe como a outro país. Quando recebemos o credenciamento para o FICI, não tínhamos noção do quanto seria construtiva a experiência. Somos adolescentes de família humilde, da Zona Norte de Natal, periferia da cidade, que naturalmente não teriam condições de sonhar com uma apresentação de trabalho em um evento internacional", comentou.

A jovem também agradeceu o apoio institucional para avançar o projeto. "Estamos nessa pesquisa há dois anos e é gratificante vê-la evoluir. Isso vale mais que prêmios e medalhas! Mais que isso: construímos uma amizade muito forte com o nosso orientador Roberto, que se tornou um amigo. Por fim, somos imensamente gratas às oportunidades que esta Instituição nos oferece".