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Estudantes do Campus são finalistas da maior feira de ciência e engenharia do Brasil

Vinicius e Hylana participam da 21ª edição da Febrace. Evento acontece até esta sexta-feira (24) na Universidade de São Paulo

Publicada em 23/03/2023 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Jovens utilizam resíduo da fibra da casca do coco verde para produzir energia de forma ecológica e eficiente

Os estudantes Hylana Karine Silva e Vinícius Domingos Marques, do Curso Técnico Integrado em Eletrônica do Campus Natal - Zona Norte do IFRN, são finalistas na 21ª edição da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), uma das principais mostras de tecnologia do Brasil. O evento acontece entre os dias 20 e 24 deste mês, no Centro de Pesquisa e Inovação da Universidade de São Paulo (Inova-USP).

A dupla, sob orientação do professor Roberto Lima, do Campus Natal-Central, desenvolve péletes – resíduos que podem ser obtidos a partir da fibra da casca do coco verde – para a produção de energia de uma forma totalmente ecológica e eficiente. De acordo com Vinicius, devido ao grande volume residual, empresas contratadas pelo poder público para a coleta do coco já cobram até R$ 2,20 por unidade recolhida, valor que, segundo ele, ultrapassa o do próprio consumo do produto e dá prejuízos aos cofres públicos e à sociedade. "Neste cenário, a coleta não é o único problema, já que o descarte é feito, em grande parte, de maneira inadequada. O coco se decompõe muito lentamente na natureza, impactando negativamente o meio ambiente", alerta.

Como forma de minimizar o problema, a equipe destaca que a casca do coco verde, abundante na Região Nordeste, maior produtora do país, pode se transformar em matéria-prima para a confecção de péletes, o que resultaria em inúmeros benefícios  ambientais, econômicos e científicos para toda a comunidade potiguar. "Os resultados da pesquisa deixam clara a viabilidade técnica do aproveitamento da fibra do coco como matéria-prima para a produção de péletes, que podem ser substitutos eficientes do carvão e da madeira em fornos tanto industriais quanto caseiros, representando um ganho ambiental em relação a emissão de gases poluentes", explica Hylana.

Cabe salientar que, desde o início do projeto, prestes a completar um ano, a produção do biocombustível tem sido feita de forma sustentável. Segundo os estudantes, "o material não utilizável é utilizado como adubo ou destinado a grupos de artesanato que também desenvolvem trabalhos com o coco verde e contribuem para a economia local".

 

O evento

De volta ao formato presencial após três anos sendo realizada em formato online, a 21ª edição da Febrace conta com a exposição 225 projetos finalistas, desenvolvidos por 516 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. Os trabalhos finalistas foram selecionados entre 500 semifinalistas, escolhidos em uma etapa anterior, feita a distância, na qual foram avaliados os 1.800 projetos inscritos.

“Os finalistas se destacam pelo rigor científico e pela criatividade na solução de problemas prementes da sociedade. Além disso, uma parte expressiva dos projetos está alinhada naturalmente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o que mostra a preocupação dos jovens com os problemas globais”, afirma a coordenadora da mostra, a professora Roseli de Deus Lopes, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Na mostra, os projetos finalistas serão julgados por professores universitários e especialistas. Os autores dos melhores trabalhos, nas diversas categorias, ganharão troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 300 prêmios e oportunidades no Brasil e no exterior. Como nos anos anteriores, também serão selecionados nove projetos para a Regeneron ISEF 2023, a maior competição internacional do gênero, que acontecerá de 14 a 19 de maio, nos Estados Unidos.