Após meses de preparação, o prêmio para os alunos do quarto ano dos cursos técnicos integrados do Campus chegou no primeiro semestre deste ano, com o resultado do Sistema de Seleção Unificado (Sisu). O dia de comemorações teve direito a tudo: choro, gritaria e cabelo e sobrancelha raspados de meninos e meninas. Ao todo, foram 66 aprovações.

O estudante de Eletrônica David Mateus Teixeira, de 19 anos, conseguiu sua aprovação em Ciência e Tecnologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Na sua visão, a conquista foi resultado de toda uma preparação. “Foi difícil estudar para o Enem durante a pandemia, pois, assim como meus colegas, eu precisava elaborar o trabalho de conclusão de curso e ser aprovado nas disciplinas finais. Por isso, fiquei muito feliz quando soube da minha aprovação. A sensação de ser duas vezes federal é muito boa, principalmente quando me dei conta de que as noites mal dormidas e todo o esforço valeram à pena", comemorou. Aprovado, fez questão de raspar a cabeça e revelou que não vai sentir falta dos cabelos "Já estava pensando em raspar, só não tinha o motivo (risos)."

O dia também foi especial para a concluinte de Comércio Gabriela Fini, de 19 anos. Aprovada para Psicologia na UFRN, pesou na escolha do curso a vontade de melhorar as condições de vida da mãe, que possui uma psicopatologia que a impossibilita de trabalhar. "Sei como é difícil lidar com alguém que amamos que requer cuidados, ainda mais sob o mesmo teto", explicou.

A preparação para o Enem, segundo a estudante, foi "bem complicada", pois tinha o desafio de conciliar diariamente os estudos no IFRN, frequentar o cursinho e ir até trabalho, distante cerca de uma hora da sua casa. "Era uma correria danada. Mesmo chegando em casa todo dia quase à meia-noite, essa rotina era extremamente recompensadora porque eu estava correndo atrás do meu sonho de cursar Psicologia", revelou a jovem.

Conheça todos os aprovados da Unidade no SiSU.

Há 15 anos na Zona Norte, Campus vira referência na qualidade do ensino

No Campus, a missão de formar cidadãos para a vida e novos pesquisadores e profissionais para o mundo do trabalho seguiu sendo levada à sério em 2021, tanto é que desde 2006, ano em que iniciou o seu funcionamento, a escola se consolida, ano após ano, como referência na qualidade do ensino oferecido na Zona Norte de Natal.

Para se ter uma ideia do que isso representa, o Campus – que conta na atualidade com 73 professores, entre profissionais do quadro efetivo, temporários e substitutos – chama a atenção pelo número de educadores que buscam se capacitar, motivados por uma política institucional de estímulo ao aperfeiçoamento acadêmico. 

Desses 73 professores lotados no Campus:

• 32 são doutores;
• 36 são mestres (entre os quais 2 estão cursando o doutorado);
• 2 são especialistas; e 
• 3 são bacharéis ou licenciados.

No último levantamento, realizado em 2016, havia 13 doutores, ou seja, cinco anos depois o número de professores com o título quase triplicou. Cabe destacar também que 95% do quadro já possui pelo menos o mestrado. Outro ponto importante dessa projeção diz respeito ao número de educadores com o título de doutor: a análise mostrou-se assertiva ao apontar que a unidade teria cerca de 50% de doutores em seu quadro efetivo, se, até 2021, ele se mantivesse ou sofresse poucas alterações. "O estímulo à capacitação contribui para qualificar nossos professores com excelência, concedendo-lhes incentivos nesse sentido. Essa política de qualificação profissional inclui possibilidades de afastamento durante o período de formação e a efetivação de convênios e parcerias junto a outras instituições de ensino", comentou a diretora acadêmica Fabrícia Abrantes. 

Entre os muitos resultados, destacam-se o desenvolvimento de projetos de cunho social; a participação exitosa dos alunos em eventos nacionais e internacionais de ciência e tecnologia; a maior interação da escola com a comunidade local por meio da realização de projetos e ações de extensão; e a promoção de uma das principais exposições científicas da Zona Norte de Natal – a MOCITEC/ZN – que reúne, anualmente, estudantes de vários estados do Brasil e diversos países.

Interdisciplinaridade

Já imaginou combinar geografia, fantasia e habilidades para contar uma história? Em 2021 teve tudo isso no "Torneio Tribruxo de Geogwarts". Transmitida pelo canal do Campus no YouTube, a atividade contou com a presença das turmas dos cursos técnicos integrados participantes do "Mundo Encantado da Geografia (MEG)" – projeto de ensino que aposta na gamificação como metodologia para estimular a criatividade dos estudantes e o seu gosto pelo conhecimento. A competição foi a última de três atividades da etapa de encerramento do projeto iniciado em 2020, cuja característica principal é aplicar às suas ações conhecimentos de storytelling (em inglês, contar histórias). 

"No torneio, os estudantes, por meio dos representantes de turma, solucionam diversos enigmas, desafios e provas, considerando os conteúdos estudados ao longo do ano, bem como as missões e os reinos encantados da gamificação do MEG.", explicou a professora Marjorie Ramos, uma das organizadoras da iniciativa. Ainda segundo a educadora, os participantes do MEG tinham que "vencer o monstro multifacetado da ignorância". "Para atingir esse objetivo, os estudantes se organizaram em equipes para destruir armadilhas plantadas em sete reinos. Além disso, como forma de homenagear ancestrais da região, todos os reinos receberam nomes e lideranças de personalidades negras e indígenas, com grande histórico de lutas sociais", detalhou. 

A responsável destacou também o envolvimento dos alunos como essencial para o sucesso do projeto. "Para que os estudantes se apropriassem dessas histórias “escondidas”, eles mesmos realizaram pesquisas e sugerindo nomes para as lideranças dos reinos", completou a professora. Nesse contexto, houve duas atividades anteriores: uma mesa-redonda e uma exposição na qual os estudantes apresentaram produtos criados para aplicação no "reino", de modo a torná-lo sustentável. Os trabalhos envolviam metodologias voltadas à promoção da sustentabilidade, da redução de lixo, do uso consciente da água e do reflorestamento, e a produção de histórias em quadrinhos e jogos, submetidas, após cada exposição, ao julgamento de uma comissão formada por professores das áreas de Artes, Geografia, Gestão e Negócios e Informática, dos campi Natal-Zona Norte, Natal-Central, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Mossoró.

Além de Marjorie, o Mundo Encantado da Geografia contou, na coordenação, com o apoio dos ex-alunos Higor Nascimento e Beatriz Azevedo; o projeto ainda tem como orientadores os professores Cesimar Xavier, Elis Costa, Vanessa Oliveira e Zildalte Macedo, por meio de uma parceria com o Projeto Mandala Interdisciplinar, do qual fazem parte os educadores.

Relembre:

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Trabalhos finais para todo mundo ver

Uma novidade em 2021 foi a transmissão da apresentação das práticas profissionais dos alunos concluintes dos cursos técnicos integrados em Informática para Internet e Eletrônica em relação ao ano letivo 2020, no canal no YouTube do Campus. Na ocasião, os estudantes trataram de conhecimentos e experiências sobre de estágios e projetos desenvolvidos durante o curso, com comentários dos avaliadores. 

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