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V SECITEX

Alunos desenvolvem projetos para solucionar problemas da sociedade

Na Mostra Tecnológica, foram apresentados os protótipos e tecnologias resultantes de 40 trabalhos

Publicada em 17/10/2019 Atualizada há 1 ano

Gabriel, do Campus Zona Norte, desenvolveu um processo para tratar fibras vegetais para criar produtos que podem ser usados na prevenção de incêndios

A V Semana de Ciência, Tecnologia e Extensão do IFRN (Secitex) teve entre os seus destaques a VII Mostra Tecnológica do IFRN. A exposição, que aconteceu nos dias 16 e 17, na Estação das Artes Elizeu Ventania, no Centro de Mossoró/RN, reuniu produtos, protótipos e processos inovadores desenvolvidos por estudantes e servidores do Instituto, além de pessoas interessadas em temas relacionados à inovação e ao empreendedorismo.

 

Uso de fibras vegetais no combate a incêndios

Falando em inovação, na área Engenharias, Gabriel Ribeiro, aluno do Campus Natal-Zona Norte, elaborou, com a colega de curso Melissa Aguiar, um trabalho que lhes permitiu desenvolver um processo para tratar fibras vegetais, como a do sisal, da cana-de-açúcar e da carnaúba, para criar produtos antichamas mais adequados a uma grande diversidade de aplicações nas engenharias. 

Assim, essas fibras, muitas vezes descartadas, podem ser utilizadas em materiais que não queimem ou que retardem a queima, protegendo estruturas prediais e pessoas, principalmente nos casos de incêndio. "A ideia é que essas fibras sejam utilizadas para produzir materiais aplicados a quadros de disjuntores, quadros de energia e abrigos de transformadores, a partir de ensaios internacionalmente aceitos", explicou o professor Roberto Lima, orientador da pesquisa.

 

Tecnologia para melhorar vida de paciência pós-AVC

O cuidado com as pessoas também motivou o desenvolvimento de projetos na área. Na categoria Ciências da Saúde, Andriely Nunes e Hudson Andrade, do Campus Santa Cruz, sob orientação dos professores Rodrigo Barreto e Paulo Augusto Filho, desenvolveram em projeto de pesquisa um equipamento para pacientes no quadro de pós-AVC, conhecido como derrame cerebral. Em razão do AVC, a pessoa lesionada adquire hemiparesia (um dos lados do corpo paralisado) e, para tratar o problema, a ferramenta fisioterapêutica – então chamada de "Player Feedback" – trabalha por meio de estímulos às partes motoras e cognitivas. 

A ferramenta funciona através da gameficação – uma espécie de jogo em que o paciente acompanha sua evolução através de pontuação, no intuito de tornar a ferramenta estimulante e atrativa. Uma de suas funções é quantificar o tempo de resposta do paciente ao estímulo visual, para propiciar um tratamento fisioterápico com precisão na geração de dados e evolução do quadro clínico do paciente. Além disso, sua estrutura é desenvolvida em MDF e conta com cinco circuitos de LED, contudo, a pretensão é substituir o MDF por acrílico para ampliar as possibilidades de efetuar melhorias devido às características do segundo material.

"Todo integrante está engajado com o projeto, desde o desenvolvimento de circuitos, códigos e artigos", disse Andriely. "Graças a uma parceria do IFRN com a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi [Facisa – Unidade Acadêmica Especializada pertencente à estrutura da UFRN, em Santa Cruz/RN], o projeto nos dá a oportunidade de ter contato com orientadores e alunos da pós-graduação em Fisioterapia. Passamos a entender coisas novas, aprender sobre o AVC e em como podemos ajudar a medicina com a tecnologia", revelou. 

 

É possível se divertir durante uma sessão de fisioterapia?

Pensando em como acabar com a frustração de pacientes que não conseguem executar certos movimentos em sessões de fisioterapia, Amanda Oliveira, Ana Paula Xavier e William Silva, do Campus Ceará-Mirim, criaram o Fisiogame, um jogo para computador, acessível e de baixo custo, para desviar um pouco a atenção do paciente para o jogo, tornando o tratamento menos cansativo e doloroso. 

Para lançar um objeto, o jogador deve realizar um movimento e, a cada novo lançamento, repeti-lo, ajudando na sua reabilitação. "A interação entre o paciente e o computador é feita através de um sensor que detecta a contração muscular, junto a um microcontrolador programado para usar o sinal dessa contração e comandar um minigame. Dessa forma, esperamos que ele se sinta satisfeito e estimulado a concluir a terapia de uma forma divertida", explicou Ana Paula. 

O trabalho, que recebe orientação do professor Gilvan Borba Filho, está competindo com projetos na Mostra da área Engenharias.

 

Balanço da Mostra Tecnológica

Na visão do coordenador-geral da Mostra, João Teixeira, a quinta edição do evento cumpre um papel importante no âmbito institucional porque contempla tudo o que os alunos do IFRN produzem no que diz respeito à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia. "Um ponto positivo desta Mostra Tecnológica é que os nossos estudantes têm conseguido evoluir no processo de pesquisa e também quanto ao uso e emprego das novas tecnologias, propondo, sobretudo, soluções a problemas da sociedade", comentou.

Para Teixeira, o interesse por tecnologia assistiva, com o aumento do número de protótipos apresentados para resolver problemas de pessoas com deficiência e atender demandas sociais, está cada vez mais se tornando evidente no contexto da Instituição. "Outra questão interessante neste evento é a maturidade dos vários protótipos finalistas: uns já estão prontos para uso da população; outros, bem próximos de se tornarem produtos", concluiu.

Os melhores trabalhos por área da Mostra serão conhecidos na cerimônia de encerramento e premiação da Secitex, que acontece nesta sexta, 19, a partir das 15h, no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado, com entrada franca.

 

O evento

A Mostra Tecnológica – que reúne trabalhos nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias – é um dos sete eventos da Secitex, maior evento científico e cultural do IFRN. A edição deste ano da Feira acontece de 16 a 18 de outubro na Estação de Artes de Mossoró, com organização do Campus Mossoró, contando com o apoio da Prefeitura Municipal para a utilização do espaço. O evento é formado por outros seis: Congic, Prêmio de Empreendedorismo Inovador, Simpósio de Extensão, Olimpíada de Robótica, Mostra Coletiva de Arte e Aprender.

Nos primeiros quatro anos, a Secitex somou cerca de 15 mil participantes inscritos e mais de 4 mil projetos de ciência, tecnologia, cultura e empreendedorismo recebidos. Neste ano, a previsão é que o evento ultrapasse os 50 mil no número de visitantes, uma vez que serão três dias de programação aberta ao público, no maior espaço de realização de eventos de Mossoró, segunda maior cidade do estado.

O tema do evento deste ano é “Bioeconomia, diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável”, o mesmo da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.