Nesta segunda e terça-feira (4), um grupo de 36 alunos do primeiro ano do Curso Técnico em Informática para Internet, acompanhados por seis servidores, visitou diversos pontos históricos e turísticos de Mossoró e Apodi, municípios situados na região Oeste do Rio Grande do Norte e, respectivamente, a 280 e 335 quilômetros de distância de Natal.

A viagem foi uma oportunidade para apresentar aos jovens conceitos básicos da geografia dos locais visitados, fazê-los observar características ambientais e socioeconômicas desses territórios e ensiná-los sobre como as transformações no espaço geográfico contribuíram para construção de diferentes identidades locais.

Mossoró: história, cultura e resistência

Em Mossoró, na manhã do primeiro dia, os estudantes visitaram a Estação das Artes Elizeu Ventania, prédio com vasto corredor cultural, que recebe espetáculos e festejos da cidade, como o Mossoró Cidade Junina. O espaço também contempla o Museu do Petróleo – resultado de uma parceria com a Petrobras que previa a recuperação do antigo prédio do Sistema Ferroviário Federal, concluída em 1999 – e o Memorial da Resistência Mossoroense, um museu de exposições de três andares que destaca o Cangaço e a resistência de Mossoró ao bando de Lampião, que tentou invadir a cidade em 1927. 

À tarde, a delegação conheceu também o Teatro Municipal Dix-Huit Rosado: inaugurado em 2003, ele é considerado um dos mais modernos do Brasil. "Decidimos incluir Mossoró no roteiro da viagem porque, no país, é uma das áreas de bacia sedimentar onde mais se produz petróleo em terra firme. Além disso, também pela formação do seu corredor cultural, no qual encontramos importantes equipamentos urbanos que retratam a história do povo nordestino e, em particular, do mossoroense", revelou a professora Marjorie Ramos, coordenadora da atividade.

Apodi: preservação da história e papel do IFRN no incentivo à produção agropecuária

No dia seguinte, pela manhã, em Apodi, o grupo conheceu o Lajedo de Soledade, que, localizado a 12 km do centro da cidade, é um dos sítios arqueológicos mais importantes do país. Situado numa área de dois quilômetros quadrados de rocha calcária, do período Cretáceo Superior, o lajedo quase foi destruído pelos produtores de cal da região. Mas a intervenção de geólogos da Petrobras e dos próprios moradores do distrito do Lajedo, no início da década de 90, acabou salvando este sítio. 

No local, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte encontraram fósseis de animais pré-históricos, como o bicho-preguiça e tatus gigantes, mastodontes e tigres-de-dente-desabre que viviam no Nordeste no período Glacial, além de pinturas rupestres. "Gostei muito de visitar o sítio! Apesar do calor, foi muito produtiva a visita guiada, que nos presenteou com muita informação, que conseguimos entender de forma bem direta e objetiva. O guia nos explicou que aquela área um dia foi coberta por um mar raso que, ao recuar, revelou uma grande extensão de rocha calcária, tipo de rocha que estamos estudando, facilitando a compreensão do assunto. Resumindo, toda a aula de campo superou as expectativas", destacou a aluna Ana Alyce Nascimento.

Após o almoço, a delegação conheceu a Barragem Santa Cruz do Apodi. Com capacidade de armazenamento de quase 600 milhões de metros cúbicos de água, é o segundo maior reservatório de água do RN, depois da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (localizada no Rio Piranhas-Assu, entre os municípios de Assu, Itajá e São Rafael).

O último destino do roteiro foi a Unidade Agrícola-Escola, ou Fazenda-Escola do Campus Apodi do IFRN, como é conhecida, que contribui para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Governo Federal. O PNAE promove a oferta da merenda escolar aos alunos das instituições públicas de ensino, entre elas, os próprios campi do IFRN. O Campus Apodi destina ao programa alimentos como leite de cabra, ovos de galinha, ovos de codorna, carne de caprino, carne de ovino, carne de suíno, carne de aves (frango ou galinha), macaxeira, milho e frutas (acerola, coco, banana, manga, mamão, etc.). Eventualmente, o excedente da produção é enviado para os campi mais próximos com o objetivo de enriquecer a dieta dos alunos do Instituto. 

A equipe

Além de Marjorie, a aula de campo contou com o apoio dos professores João Dias, Maria Emilia Bezerra e Veruza Ferreira; do jornalista Neiryvan Maciel (Comunicação Social); e da cuidadora Regyane Gomes (NAPNE - Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais).